segunda-feira, 10 de março de 2025

Evangelho de hoje. 10 de março





Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31 "Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32 Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33 E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34 Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35 Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36 eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar'. 37 Então os justos lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? com sede e te demos de beber? 38 Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39 Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?' 40 Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!' 41 Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42 Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43 eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'. 44 E responderão também eles: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' 45 Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!' 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna".


— Palavra da Salvação.



Reflexão 



Mateus toma a imagem do Filho do Homem de Dn 7,13-14 e o mostra como Rei e Juiz de toda a humanidade no momento do Juízo. O julgamento será para todos os povos de todos os tempos, todos aqueles para os quais foram enviados os discípulos de Jesus (Mt 28,19; 24,14; Mc 16,15). O juízo, segundo esse texto, caracteriza-se pela sua universalidade e terá como critério a prática da justiça. Como Rei, ressuscitado, Jesus separará os homens dos outros homens, e, com total clareza, fará com que cada um tenha completa possibilidade de ver sua mais autêntica identidade. Ou seja, ao homem será dada a mais profunda clareza da identidade que possui e do sentido de todas as suas ações.


 


Além disso, a humanidade será colocada diante do mistério da caridade, num sentido bem humano mesmo, em que cada um deveria ter sido responsável pelo outro seu semelhante, levando em consideração sua necessidade e sua pobreza. Nesse caso, benditos são todos aqueles que, mediante uma vida voltada para o amor, souberam se colocar à disposição dos demais como um verdadeiro dom, utilizando os dons que possuíam em benefício dos demais. Benditos todos aqueles que fizeram o bem aos famintos, aos sedentos, aos que se encontravam nus, presos, hospitalizados e eram estrangeiros. Em suma: todos os sofredores, rejeitados, abandonados, todos aqueles que vivem no mundo sem voz e sem vez e que necessitam de cuidados, de ajuda, de proteção e de atenção. Benditos serão todos aqueles que fizeram de suas vidas experiências concretas de misericórdia e solidariedade, união e fraternidade.


 


Essa preocupação humana tem seu fundamento em Cristo. A ação é cristológica. É sempre por causa de Cristo, movidos pelo seu amor e identificação com os pobres, que o discípulo deve agir. É Cristo o juiz universal, mas também o critério do julgamento, uma vez que Ele é Aquele pelo qual o homem tem acesso a sua própria identidade e sentido de vida. Não se mover por Cristo nem pela prática da caridade significa abraçar a morte, a maldição e, portanto, a derrota de si mesmo. Ser justo, na verdade, isto é, ser tratado como “ovelhas”, significa olhar para o juiz no trono da cruz e perceber que não é o encanto pela coroa de ouro, palácios e vestes suntuosas que indicam a condição do verdadeiro Rei, mas Seu eterno amor agindo em nosso favor. Na cruz, o chamado “bom ladrão” pôde reconhecer o Rei-Pastor, viu para além das aparências quem verdadeiramente se fez dom. O Rei Salvador tem uma coroa de espinhos, está nu, seu trono é uma cruz, seus aliados são dois bandidos; seus bajuladores são os escarnecedores; sua vitória estar na sua entrega total; sua dor, a traição; seu vigor, o cumprimento da vontade do Pai; sua alegria, ser todo para o Pai e todo para a salvação de uma humanidade traidora. Esse é o Rei conhecido pelo “ladrão”, é o nosso Rei. Com Ele reinaremos se agirmos sem medo e do mesmo modo que Ele.




Nenhum comentário:

Postar um comentário