terça-feira, 25 de março de 2025

Today’s liturgy makes us aware of the connection established between Jesus and the promise made to David.

 


Today’s liturgy makes us aware of the connection established between Jesus and the promise made to David. In Christ, God’s desire to establish the true kingdom, an indissoluble covenant, is fulfilled. Luke’s text places us at the gates of the birth of our Savior, thus marking the entry of the Eternal Word into our history according to our nature. This is the concrete beginning of our salvation through the ANNOUNCEMENT OF THE LORD. The Word becomes flesh and dwells among us (cf. Jn 1:14). Heaven is present in our history. The Father is acting silently and imperceptibly to the eyes of evil; His Son assumes the newness of being a human being while remaining what he is according to divinity. The Word of God, in addition to being 100% God, also becomes 100% one of us.


For all this to happen, God divinizes Mary, that is, he sanctifies her, closely linking her to the Son. Historically, such a bond brought risks: Mary could have been stoned and, with her, the Savior of the world. The great truth is that Jesus and Mary have been linked to each other since “when” the Father “thought” of sending His Son; they are united in the promise; in motherhood; in public life and at the foot of the cross. Mary is the treasure of Jesus, who, at the final moment, gave her not to just anyone, because it is not a question of something to be given in any way, but to the BELOVED DISCIPLE. Mary is the BLESSED, mother of the BLESSED, she is the Blessed, and all generations will proclaim this truth. In other words, she is also with her Son in Paradise. Death does not have the power to keep in its “claws” the one who was absolutely sanctified to be the Mother, the Temple, the Tabernacle of the Most High. Luke has no doubt that God’s plan was fulfilled through Jesus Christ. It is also clear to him that the work of salvation is, above all, an initiative of God, who prepares His own “place” in history and the Temple for the realization of His saving presence. Turning entirely to Christ and starting from Him, Luke rereads the Old Testament and finds direct references to Christ, prophecies and promises that can only be fulfilled in Jesus, such as, for example, His condition as a descendant of David, eternal royalty and divine filiation: “When your days are over and you lie down with your fathers, I will raise up a son after you, and I will establish his kingdom” (2 Sam 7:12a). Literally, the sacred author was referring to a biological son of David, but spiritually, the prophecy was not for Solomon, but for the Son of God. An important fact is precisely that it is not a political royalty, but a religious one, within the realm of human interiority through the action of the Holy Spirit. Thus, Luke emphasizes some points indicative of this messianic reality: “betrothed to a man named Joseph” (a descendant of David); “rejoice, full of grace” (rejoice refers especially to messianic joy); “he will be called the Son of the Most High, and the Lord God will give him the throne of his father David. He will reign over the house of Jacob forever, and of his kingdom there will be no end” (a clear reference to Nathan’s prophecy). And the psalmist confirms: “I have made a covenant with my chosen one, / and I have sworn an oath to David, my servant. / I will establish your lineage on your throne forever, / I will establish your kingdom from generation to generation. Then he will call to me: ‘You are my Father, my God, / my rock, my salvation!’ / I will keep my love for him forever, / and I will establish my covenant with him forever” (Ps 88:4-5, 27, 29).


“How will this be, …?” Luke answers that everything will happen through the action of the Holy Spirit. Only in the Spirit will the Word of the Father become the son of David, and will have his own Temple from which he will create new heavens and a new earth. God chose the LITTLE ONE among men, affirming that He did not want a temple of human hands, but a human being built according to His will and grace to be a sign of the Kingdom that He willed in history. God's little girl, all HIS, carries within herself, by divine grace, the sign of the life embraced by Jesus, who wanted to live as a SERVANT. She is the servant of the SERVANT for the life of the world conceived by God. If the world wants to know what kind of Ark God wanted and what Temple holds Him, then it needs to look at Mary, because by seeing her, it is possible to contemplate the admirable power of God.


A liturgia de hoje nos faz perceber a ligação estabelecida entre Jesus e a promessa feita a Davi. Em Cristo se dá a concretização do desejo de Deus em estabelecer o verdadeiro reinado, uma aliança indissolúvel. O texto de Lucas coloca-nos às portas do nascimento do nosso Salvador, marcando, assim, a entrada do Verbo Eterno em nossa história segundo a nossa natureza. Trata-se do começo concreto de nossa salvação por meio da ANUNCIAÇÃO DO SENHOR. O Verbo se faz carne e habita entre nós (cf. Jo 1,14). O céu se faz presente em nossa história. O Pai está agindo silenciosamente e de modo imperceptível aos olhos do mal; Seu Filho assume a novidade de ser um ser humano permanecendo o que é segundo a divindade. O Verbo de Deus além de ser 100% Deus, torna-se também 100% um de nós.


 



Para que tudo isso aconteça, Deus diviniza Maria, isto é, santifica-a, ligando-a estreitamente ao Filho. Historicamente, tal ligação trouxe riscos: Maria poderia ter sido apedrejada e, com ela, também o Salvador do mundo. A grande verdade é que Jesus e Maria estão ligados Um ao Outro desde “quando” o Pai “pensou” em enviar o Seu Filho; estão unidos na promessa; na maternidade; na vida pública e aos pés da cruz. Maria é o tesouro de Jesus, que, no momento final, entregou-a não a qualquer um, pois não se trata de qualquer coisa a ser entregue de qualquer jeito, mas ao DISCÍPULO AMADO. Maria é a BENDITA, mãe do BENDITO, é a Bem-Aventurada, e todas as gerações hão de proclamar essa verdade. Em outras palavras, ela está com o Filho também no Paraíso. A morte não tem o poder de conservar em suas “garras” aquela que foi absolutamente santificada para ser a Mãe, o Templo, o Sacrário do Altíssimo.



 


Lucas não tem dúvida da realização do projeto de Deus por meio de Jesus Cristo. Também é claro para ele que a obra da salvação é, antes de tudo, iniciativa de Deus, que prepara Seu próprio “lugar” na história e o Templo para a concretização de Sua presença salvadora. Todo voltado para Cristo e a partir DELE, Lucas faz uma releitura do Antigo Testamento e encontra indicações diretas a Cristo, profecias e promessas que somente em Jesus podem ser realizadas, como, por exemplo, Ele na condição de descendente de Davi, a realeza eterna e a filiação divina: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza” (2Sm 7,12a). Literalmente, o autor sagrado se referia a um filho biológico de Davi, mas espiritualmente, a profecia não era para Salomão, mas para o Filho de Deus. Um dado importante é justamente não se tratar de uma realeza política, mas religiosa, no âmbito da interioridade humana por ação do Espírito Santo. Assim, Lucas frisa alguns pontos indicativos dessa realidade messiânica: “prometida em casamento a um homem chamado José” (descendente de Davi); “alegra-te, cheia de graça” (o alegra-te diz respeito, especialmente, à alegria messiânica); “será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (referência clara à profecia de Natã). E o salmista confirma: “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, / e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. / Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, / de geração em geração garantirei o teu reinado! Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, / sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’/ Guardarei eternamente para ele a minha graça/ e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel” (Sl 88,4-5.27.29).


 



“Como se fará isso, …?”. Lucas responde que tudo acontecerá por ação do Espírito Santo. Somente no Espírito, o Verbo do Pai se fará filho de Davi, terá seu próprio Templo a partir do qual criará novos céus e nova terra. Deus escolheu a PEQUENINA entre os homens, afirmando não querer templo de mãos humanas, mas um ser humano edificado segundo Sua vontade e Sua graça para ser sinal do Reino querido por Ele na história. A pequenina de Deus, toda DELE, traz em si, por graça divina, o sinal da vida abraçada por Jesus, que quis viver como SERVO. Ela a serva do SERVO para a vida do mundo pensado por Deus. Se o mundo quer saber que tipo de Arca Deus quis e que Templo O comporta, então precisa olhar Maria, pois vendo-a, é possível comtemplar o poder admirável de Deus.


A Galileia, um lugar sem expressão, não ortodoxo precisamente, região não valorizada, cenário da desconhecida Nazaré. É a região dos pobres, dos marginalizados, daqueles sem crédito e sem voz. Nesse ambiente encontra-se Maria, pobre, mas aberta à iniciativa de Deus, ao seu chamado. Ela inaugura o novo tempo dos pobres como amados de Deus. Sendo ela dessa região, foi conhecida, preparada, predestinada e escolhida para ser a Mãe do Senhor. Deus escolheu o que o mundo continua rejeitando, para transformar num tesouro para Si mesmo. Por meio dessa pequenina, "A MENINA DE NAZARÉ", Deus entrou na história, participando dela como um igual, assumindo a nossa carne, a nossa realidade, certamente sem o pecado, mas assumindo os nossos para nos salvar.



 


Maria se tornou a Kecharitoméne, isto é, a AGRACIADA em sentido pleno, "plena do amor benévolo de Deus". Em Maria não havia brecha para o pecado. Ela é a INIMIGA da Serpente (cf. Gn 3,15). Ela não possui ligação nenhuma com o mal, todo o seu ser pertence exclusivamente a Deus, que a criou toda para Si para que ela pudesse ser toda para o bem da humanidade. Somente quem é todo pode se colocar de modo total para a salvação dos homens. Maria é um tesouro de Deus, amado por Ele, preparado para Seu Projeto salvífico e para ser sinal da ação libertadora e salvífica. Deus a quis como Sua ARCA, como SEU TEMPLO, não feito por mãos humanas (cf. Is 66,1-2; At 7,48), como a Arca da Nova e Eterna Aliança, a Portadora de Cristo e do Espírito, a "MÃE DO MEU SENHOR" (Lc 1,43).


A virgindade de Maria, totalmente consagrada a Deus, tornou-se um sinal autêntico da divindade de Jesus. Sendo toda de Deus, seus interesses voltam-se exclusivamente para Ele, de modo que s. Agostinho afirmará que Maria era virgem tanto por não ter conhecido homem quanto por opção pessoal. Daí por que ela solicitou uma explicação sobre como conceber aquele filho. De fato, nela o Filho de Deus tornar-se-á carne, um de nós, por ação do Espírito Santo. Justamente nesse tempo favorável, a Igreja celebra a entrada do Salvador na nossa história, o dia em que a humanidade reencontra seu futuro e a condição de sua realização. Diante da opção de Maria, o anjo deixa claro que a obra de Deus nela não contará com a participação de homem e que isso não é impossível para Deus, que permitiu a geração a Isabel, uma anciã estéril. Lc esclarece que o menino Jesus, na Sua condição humana, foi criado diretamente por Deus, como fez com Adão, mas não utilizando a terra, e sim um ser humano pleno de Sua graça, uma MULHER, aquela que não tem comunicação com a SERPENTE, que não se ilude com o mal, a INIMIGA da SERPENTE. Lc indica, portanto, a NOVA CRIAÇÃO, o novo início, o novo ÉDEN.


 



A pobreza de Maria, bem como sua fé e abertura total à vontade de Deus, permitiram à Virgem de SER O MAIS PRECIOSO LUGAR DO MAIS IMPORTANTE ENCONTRO DE DEUS COM A HUMANIDADE. Maria, diferentemente de Eva, não dialogava com a Serpente, não se deixou atrair pelas tentações do mundo, não buscou a si mesma nem duvidou de Deus. Pelo contrário, colocou-se absolutamente à disposição do Senhor. Maria não é fechamento da graça, mas abertura para Deus; não é contradição, mas clareza; não está no início da historia do pecado, mas da graça divina, que entra na história de modo pessoal; não encabeça uma humanidade pecadora, mas uma realidade nova de discípulos, feitos filhos no Filho; não é Eva, mas Ave; não é uma vergonha, mas a Kecharitomene, a plena de Deus; não está escondida por causa do pecado, mas de braços abertos para receber o Salvador; não foi expulsa do Jardim, mas tornou-se porta para ele; não é lugar de separação, mas de encontro salvítico.



 


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