segunda-feira, 10 de março de 2025

Que vossa paz esteja sempre conosco. 11/03



Liturgia Diária11 – TERÇA-FEIRA

1ª SEMANA DA QUARESMA(roxo – ofício do dia)


Senhor, vós vos tornastes um refúgio para nós de geração em geração; desde sempre e para sempre, vós sois Deus (Sl 89,1s).


Ao ensinar o pai-nosso, Jesus indica que a oração nos faz comprometidos com a vontade de Deus e com a busca do seu Reino, como seus filhos e filhas. Celebremos nosso caminho de conversão, inspirados na oração do Senhor.


Primeira Leitura: Isaías 55,10-11

Leitura do livro do profeta Isaías – Isto diz o Senhor: 10“Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar semente para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la”. – Palavra do Senhor.



Salmo Responsorial: 33(34)


O Senhor liberta os justos de todas as angústias.


1. Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou. – R.


2. Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, / e o Senhor o libertou de toda angústia. – R.


3. O Senhor pousa seus olhos sobre os justos, / e seu ouvido está atento ao seu chamado; / mas ele volta a sua face contra os maus, / para da terra apagar sua lembrança. – R.


4. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta / e de todas as angústias os liberta. / Do coração atribulado ele está perto / e conforta os de espírito abatido. – R.



Evangelho: Mateus 6,7-15


Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!


O homem não vive somente de pão, / mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”. – Palavra da salvação.



Reflexão:


A oração é um diálogo íntimo com Deus. Como tal, não exige palavras sofisticadas e bem elaboradas, mas sim a sinceridade que brota do coração. Jesus ensina que, ao rezarmos, devemos simplesmente nos dirigir a Deus, que é Pai, e expressar nossa realidade e nossas necessidades. Ele, que nos conhece intimamente, nos atenderá. O pai-nosso, que Jesus hoje apresenta aos seus discípulos, é a mais completa oração. Nela reconhecemos nossa fraqueza e limitação, pedimos que Deus nos auxilie a superar as dificuldades da vida e a vencer o mal, renovamos nosso compromisso de amar a Deus e o próximo, comprometemo-nos a colaborar na construção do Reino e a perdoar todos os nossos devedores. Comprometemo-nos ainda a ser terreno fértil para a Palavra de Deus, para que ela produza muitos frutos, realizando a vontade do Pai, que nos nutre e sustenta.


Mateus toma a imagem do Filho do Homem de Dn 7,13-14 e o mostra como Rei e Juiz de toda a humanidade no momento do Juízo. O julgamento será para todos os povos de todos os tempos, todos aqueles para os quais foram enviados os discípulos de Jesus (Mt 28,19; 24,14; Mc 16,15). O juízo, segundo esse texto, caracteriza-se pela sua universalidade e terá como critério a prática da justiça. Como Rei, ressuscitado, Jesus separará os homens dos outros homens, e, com total clareza, fará com que cada um tenha completa possibilidade de ver sua mais autêntica identidade. Ou seja, ao homem será dada a mais profunda clareza da identidade que possui e do sentido de todas as suas ações. Além disso, a humanidade será colocada diante do mistério da caridade, num sentido bem humano mesmo, em que cada um deveria ter sido responsável pelo outro seu semelhante, levando em consideração sua necessidade e sua pobreza. Nesse caso, benditos são todos aqueles que, mediante uma vida voltada para o amor, souberam se colocar à disposição dos demais como um verdadeiro dom, utilizando os dons que possuíam em benefício dos demais. Benditos todos aqueles que fizeram o bem aos famintos, aos sedentos, aos que se encontravam nus, presos, hospitalizados e eram estrangeiros. Em suma: todos os sofredores, rejeitados, abandonados, todos aqueles que vivem no mundo sem voz e sem vez e que necessitam de cuidados, de ajuda, de proteção e de atenção. Benditos serão todos aqueles que fizeram de suas vidas experiências concretas de misericórdia e solidariedade, união e fraternidade. Essa preocupação humana tem seu fundamento em Cristo. A ação é cristológica. É sempre por causa de Cristo, movidos pelo seu amor e identificação com os pobres, que o discípulo deve agir. É Cristo o juiz universal, mas também o critério do julgamento, uma vez que Ele é Aquele pelo qual o homem tem acesso a sua própria identidade e sentido de vida. Não se mover por Cristo nem pela prática da caridade significa abraçar a morte, a maldição e, portanto, a derrota de si mesmo. Ser justo, na verdade, isto é, ser tratado como “ovelhas”, significa olhar para o juiz no trono da cruz e perceber que não é o encanto pela coroa de ouro, palácios e vestes suntuosas que indicam a condição do verdadeiro Rei, mas Seu eterno amor agindo em nosso favor. Na cruz, o chamado “bom ladrão” pôde reconhecer o Rei-Pastor, viu para além das aparências quem verdadeiramente se fez dom. O Rei Salvador tem uma coroa de espinhos, está nu, seu trono é uma cruz, seus aliados são dois bandidos; seus bajuladores são os escarnecedores; sua vitória estar na sua entrega total; sua dor, a traição; seu vigor, o cumprimento da vontade do Pai; sua alegria, ser todo para o Pai e todo para a salvação de uma humanidade traidora. Esse é o Rei conhecido pelo “ladrão”, é o nosso Rei. Com Ele reinaremos se agirmos sem medo e do mesmo modo que Ele. Um forte e carinhoso abraço.

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