sábado, 15 de março de 2025

Jumento Celestino

 


Jumento Celestino

Mamonas Assassinas



De quem é esse jegue?

De quem é esse jegue?

De quem é esse jegue?

Ô, rapaz

Não é jegue, não, é jumentio



Tava ruim lá na Bahia, profissão de boia-fria

Trabalhando noite e dia, num era isso que eu queria

Eu vim-me embora pra Sum Paulo

Eu vim no lombo dum jumento, com pouco conhecimento

Enfrentando chuva e vento e dando uns peido fedorento (vish, bunda!)

Até minha bunda fez um calo



Chegando na capital, uns puta predio legal

As mina pagando um pau, mas meu jumento tava mal

Precisando reformar

Fiz a pintura, importei quatro ferradura

Troquei até dentadura e, pra completar a belezura

Eu instalei um Roadstar



Descendo com o jumento na mó vula

Ultrapassei farol vermelho e dei de frente com uma mula

Saí avuando, parecia um foguete

Só não estourei meu coco pois tava de capacete

Me alevantei, o dono da mula gritando

O povo em volta, tudo olhando, e ninguém pra me socorrer

Fugi mancando e a multidão se amontoando

Em coro, tudo gritando: Baiano, cê vai morrê



Depois desse sofrimento, a maior desilusão

Pra aumentar o meu lamento, foi-se embora meu jumento

E me deixou com as prestação

E hoje eu tô arrependido de ter feito imigração

Volto pra casa fudido, com um monte de apelido

O mais bonito é Cabeção



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