sábado, 22 de março de 2025

SIMULADOS. Esse capítulo está estruturado em três importantes parábolas:

 


Esse capítulo está estruturado em três importantes parábolas: da ovelha perdida, da moeda também perdida e a do filho pródigo ou também chamada do pai e os dois filhos. Hoje, a liturgia traz apenas a última delas, talvez a mais bela de todas. Lc procura mostrar a bondade do Pai, a atitude do filho mais velho e a realidade de quem se afasta de Deus. Por outro lado, revela um Deus misericordioso, capaz de superar os erros dos filhos e conceder-lhes uma vida nova, uma vida ressuscitada. Essa parábola vem, justamente, após um confronto com os mestres da lei. Jesus dá atenção aos publicanos e pecadores e, por isso mesmo, é criticado.

2. Convém notar que são os publicanos e pecadores que se aproximam de Jesus para escutá-lo. A escuta da Palavra de Deus é o começo do discipulado, é o início do seguimento, é o desabrochar de uma nova esperança e o princípio de uma vida nova. Certamente, Jesus não quer valorizar a vida no pecado, pois o pecado pertence ao príncipe deste mundo, mas apontar a abertura dos pecadores à Palavra de salvação. Parar para escutar Jesus significa encontrar NELE algo novo, muito mais que isso: encontrar NELE o verdadeiro sentido, a razão absoluta da vida, a luz para se ver a Deus e a própria dignidade humana. De fato, escutando Jesus Cristo, o homem descobre a Deus, a si mesmo e sua vocação.

3. Por outro lado, os fariseus e os mestres da Lei estavam ali não para escutar Jesus, para aprender algo novo, ser discípulos DELE, mas para criticá-lo, observá-lo. Essa é a posição de quem se acha pronto, que já compreende tudo; atitude do orgulhoso que a única coisa que conhece é o afago próprio e dos outros ao orgulho pessoal. A atitude de tais representantes do povo de Deus demonstra o quanto eles estão distantes das promessas do Senhor, como se afastaram do sentido da própria Lei, como se tornaram cegos diante do Messias do Pai. Fechados em si mesmos, assoberbados dos encargos pessoais, mas distantes de sua miséria, da realidade mesma de Deus e do bem que devem fazer para com os outros. Eles são justos aos próprios olhos, são santos para si mesmos, mas não para Deus. Não se consideram pecadores e, por isso mesmo, não podem enxergar Aquele que traz a salvação. Esse é o caso do filho mais velho, que, mesmo estando com o pai, na fidelidade à Lei, não conseguia voltar-se para ele na condição de pai, pois para o mais velho dos filhos bastavam simplesmente o aconchego e a segurança da casa, o conforto e a comodidade em nome do pai, que, na prática, segundo a mentalidade daquele filho, era apenas uma espécie de patrão.

4. Os céus se alegram com o pecador convertido, com quem descobriu a beleza da graça de Deus em sua existência. Deus faz festa para aquele ou aquela que toma, agora mesmo, a decisão de ser somente dele, reconhecendo-se pecador, pecadora, abrindo-se completamente à bondade do Senhor, deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, e ainda permitindo ser encontrado ou encontrada por Deus. Foi o caso do filho pródigo, que, mesmo não estando completamente convertido, gostaria de ter o que comer, satisfazer-se com dignidade, pois o que vivia, como consequência de seus erros, o tornava indigno, desumanizado, menor do que os porcos, uma vez que não podia sequer comer da lavagem oferecida aos porcos, animais impuros. Quando ele saiu de casa, sua compreensão do pai era a de um tirano, alguém que não pensava noutra coisa senão em si mesmo; então, ver-se livre daquele pai, para viver a própria vida em liberdade, era o ideal. Depois de uma série de desgraças ou desventuras em sua vida, encontrou-se no fundo do poço, numa situação infâmia.

5. Decidiu voltar para casa. Tal decisão não foi motivada pelo arrependimento. Ele não entendeu que sua ação feriu seu pai, machucou quem mais o amava; na verdade, ele muda somente a forma de pensar sobre o pai, que antes era considerado um tirano e, agora, um patrão, na mesma forma compreendida pelo filho mais velho. Ainda não se dá a descoberta do pai, mas tão somente o desejo de comer. Ao não entender o pai, também não entendeu o ser filho. A filiação se dá na intimidade profunda de um voltado para o outro. Percebe-se que ele quer somente ser tratado como um dos empregados, desde que ele possa continuar vivendo. O ser filho não lhe vem à mente, porque não estava no seu coração o reconhecimento do mal causado à relação paternidade-filiação. Tudo aquilo que ele planejou para o encontro com o pai não passava da contínua busca de si mesmo, ainda mantendo-se distante do pai e considerando-o outra coisa contrária à sua realidade de pai misericordioso. De qualquer forma tem-se, aqui, o início do seu processo de conversão.
6. O encontro com o pai. Na verdade, não foi o filho que encontrou o pai, mas este que encontrou o filho. O pai o estava esperando, porque nunca deixou de amá-lo, nunca esqueceu dele, sempre o acompanhava no seu coração. Ao abraçar o filho, colocar o anel no seu dedo e fazer a festa, o pai concedeu aquele filho muito mais do que ele tinha antes, pois o faz reviver, restaurou-lhe a filiação. Mediante a ação do pai, o filho realmente não quis mais a casa e sim o próprio pai misericordioso. No abraço do Pai, o filho se converteu de verdade. Antes ele queria ser apenas um dos seus empregados, ter algum direito, ter o necessário para viver, por isso o retorno à casa; mas o Pai não permitiu que fosse assim, tomou a iniciativa da acolhida e da verdadeira transformação do filho, que experimentou a verdade desprezada: o pai não é tirano, não é patrão nem nenhuma autoridade indiferente, egoísta, mas misericórdia, bondade, verdade e vida.

7. E o filho mais velho, o que lhe aconteceu? A parábola não explica. Apenas duas coisas: a primeira diz respeito à espera de Deus pela conversão dos líderes judaicos; a segunda, que cada um de nós possa se colocar na parábola e descobrir com quem se identifica. Dessa forma, no dia a dia, poderá dar continuidade ao que Jesus deseja. O fato é que, estando sempre em casa, o filho mais velho, apesar disso, também estava distante do Pai, mantinha seus interesses, buscava a si mesmo, conservava um tipo de STATUS QUO que não lhe permitia sair também, e tinha o pai na qualidade de patrão ao qual obedecia prontamente. Apesar de viver ao lado do Pai, foi incapaz de desenvolver o amor, incapaz também de entender a bondade do Pai. Com o retorno do irmão, também ele recebeu o convite à conversão, ao reconhecimento da misericórdia do Pai, ao entendimento da importância de se viver em fraternidade e das próprias limitações. No diálogo com o pai, não usa a palavra pai e, ainda, nega a fraternidade: “teu filho gastou…”. O pai, por sua vez, estabelece a fraternidade, quando afirma: “o teu irmão estava morto…”. Pois bem, o filho mais velho também necessitava de uma profunda experiência com o pai misericordioso, uma experiência para além das fronteiras da lei, algo como “sentar-se com os publicanos e pecadores”, uma experiência desconcertante, a fim de que pudesse chegar ao desejo salvífico do pai.

Portanto, antes de qualquer coisa, é necessário descobrirmos o CORAÇÃO DE DEUS, que nos faz ir muito além de uma presença no Seu Templo.

 
 6. O encontro com o pai. Na verdade, não foi o filho que encontrou o pai, mas este que encontrou o filho. O pai o estava esperando, porque nunca deixou de amá-lo, nunca esqueceu dele, sempre o acompanhava no seu coração. Ao abraçar o filho, colocar o anel no seu dedo e fazer a festa, o pai concedeu aquele filho muito mais do que ele tinha antes, pois o faz reviver, restaurou-lhe a filiação. Mediante a ação do pai, o filho realmente não quis mais a casa e sim o próprio pai misericordioso. No abraço do Pai, o filho se converteu de verdade. Antes ele queria ser apenas um dos seus empregados, ter algum direito, ter o necessário para viver, por isso o retorno à casa; mas o Pai não permitiu que fosse assim, tomou a iniciativa da acolhida e da verdadeira transformação do filho, que experimentou a verdade desprezada: o pai não é tirano, não é patrão nem nenhuma autoridade indiferente, egoísta, mas misericórdia, bondade, verdade e vida.

 

7. E o filho mais velho, o que lhe aconteceu? A parábola não explica. Apenas duas coisas: a primeira diz respeito à espera de Deus pela conversão dos líderes judaicos; a segunda, que cada um de nós possa se colocar na parábola e descobrir com quem se identifica. Dessa forma, no dia a dia, poderá dar continuidade ao que Jesus deseja. O fato é que, estando sempre em casa, o filho mais velho, apesar disso, também estava distante do Pai, mantinha seus interesses, buscava a si mesmo, conservava um tipo de STATUS QUO que não lhe permitia sair também, e tinha o pai na qualidade de patrão ao qual obedecia prontamente. Apesar de viver ao lado do Pai, foi incapaz de desenvolver o amor, incapaz também de entender a bondade do Pai. Com o retorno do irmão, também ele recebeu o convite à conversão, ao reconhecimento da misericórdia do Pai, ao entendimento da importância de se viver em fraternidade e das próprias limitações. No diálogo com o pai, não usa a palavra pai e, ainda, nega a fraternidade: “teu filho gastou…”. O pai, por sua vez, estabelece a fraternidade, quando afirma: “o teu irmão estava morto…”. Pois bem, o filho mais velho também necessitava de uma profunda experiência com o pai misericordioso, uma experiência para além das fronteiras da lei, algo como “sentar-se com os publicanos e pecadores”, uma experiência desconcertante, a fim de que pudesse chegar ao desejo salvífico do pai.

 

Portanto, antes de qualquer coisa, é necessário descobrirmos o CORAÇÃO DE DEUS, que nos faz ir muito além de uma presença no Seu Templo.

 

Um forte e carinhoso abraço.

SIMULADOS 2 DE PORT E MAT

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