In this Gospel, after Jesus speaks of the difficulty of those who have everything to enter the kingdom of heaven, Peter reflects: “Behold, we have left everything and followed you.

 

In this Gospel, after Jesus speaks of the difficulty of those who have everything to enter the kingdom of heaven, Peter reflects: “Behold, we have left everything and followed you.” Was Peter thinking about the spiritual and desert reality of the life given? Certainly not, but he was there launching himself into the horizon of the Master of Nazareth. He and the others, with their imperfections, immature faith, and rudeness, were able to truly leave behind what they had. It is true that it was not that much, but it was their everything. Perhaps Peter wanted to assure himself before God, perhaps to express his reality of being close to the Savior. The fact is that, regardless of his attitude, he placed himself on the Lord’s side, turned toward Him.

2. “Truly I tell you, whoever has left home, brothers, sisters, mother, father, children, or fields, FOR MY SAKE AND THE GOSPEL’S SAKE, will receive a hundred times as much now in this life—home, brothers, sisters, mothers, children, and fields, with persecutions—and in the world to come, ETERNAL LIFE. Jesus establishes that whoever leaves material ties, including family, will receive a new reality, eternal life, and a new family, structured on the values ​​of the gospel, such as fraternity and sharing of goods, as well as a hundred times as much as what he or she renounced. In other words, he or she will receive in abundance! But He adds: he or she will receive all this, but with persecution. He or she will be persecuted by the greedy, by those who sacrifice everything they have in order to have even more, to satisfy all their desires and promises, whether they are businessmen, landowners, or, especially, corrupt politicians. The disciple must be prepared for a world that is hostile to truth, love, and life.

3. As for married people, Jesus does not preach irresponsible abandonment of the family. They certainly should not abandon those who have been given to them as true gifts. A husband is a gift from God, just as a wife and children are. In this situation, what should we do in light of the Word of God? The Gospel makes it clear that nothing and no one can be considered absolute and the reason for anyone's existence. Those who cling to creatures will perish with them. A family is built when parents turn, first of all, to God and, because of Him, to the legitimate education of their children to follow Jesus Christ himself. In that home, everyone should be concerned about one another in view of communion with God. Otherwise, those who want to follow another path, conceiving of family as reasons for life, sin and there will be no conditions for true following of the Savior. The fact is that in order to build an authentic Christian family, it is necessary to let go of everything that hinders the gift of faith, solidarity, humility and self-giving for the good of others; it is necessary to renounce oneself in order to live the gift desired by the Lord.

4. In the renunciations mentioned by Jesus, He also introduces the father, but in receiving a hundred times more, He does not mention the earthly father again. Certainly, the greatest wealth for those who follow Him is the achievement of communion with His Father, the eternal Father, the Father of the new family, He who is Father in creating, in educating in truth and hope, and, above all, in loving to the point of giving His eternal Son as a victim of atonement for the good of all. Only those who are capable of freeing themselves from all worldly ties, from the attachments of life, from everything that deprives them of the true freedom of a child of God will be part of this new reality; He who does not submit to the logic of money, profit, worldly goods, and disordered emotional involvements will live as a Christian. A true Christian will be he or she who adheres absolutely to Christ, basing his or her entire life on the Gospel, making himself or herself a true gift, in detachment from everything for the good of all.

Nesse Evangelho, depois de Jesus falar da dificuldade de quem tem tudo entrar no reino dos céus, vem a reflexão de Pedro: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Estaria Pedro pensando na realidade espiritual e desértica da vida doada? Certamente não, mas estava ali lançando-se no horizonte do Mestre de Nazaré. Ele e os demais, com suas imperfeições, sem maturidade na fé, rudes, foram capazes de largar realmente o que tinham. É verdade que não era tanta coisa assim, mas era o tudo deles. Pedro talvez quisesse se assegurar diante de Deus, talvez manifestar sua realidade de estar perto do Salvador. O fato é que, independentemente de sua atitude, colocou-se ao lado do Senhor, voltado para Ele.

2. “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, POR CAUSA DE MIM E DO EVANGELHO, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a VIDA ETRNA. Jesus estabelece que aquele ou aquela que largam os laços materiais, inclusive da família, receberá uma nova realidade, a vida eterna, e uma nova família, estruturada nos valores do evangelho, como fraternidade e partilha dos bens, bem como cem vezes mais o que renunciou. Em outras palavras, receberá em abundância! Mas Ele acrescenta: receberá tudo isso, mas com perseguição. Será perseguido pelos gananciosos, por aqueles que sacraficam tudo o que possuem para ter mais ainda, para satisfazer todos os seus desejos e promessas, sejam eles empresários, latifundiários e, principalmente, políticos corruptos. O discípulo deve estar preparado para um mundo hostil à verdade, ao amor e à vida.

3. Quanto aos casados, Jesus não prega o abandono irresponsável da família. Certamente não devem abandonar aqueles que lhes foram dados como verdadeiros dons. O marido é um dom de Deus, assim como o é a esposa e como o são os filhos. Nessa situação, o que fazer diante da Palavra de Deus? Está claro no Evangelho que nada nem ninguém pode ser considerado absoluto e razão de ser de ninguém. Quem se apega às criaturas com elas falecem. A construção de uma família se dá quando os pais se voltam, antes de tudo, para Deus e, por causa Dele, para a legítima educação dos filhos para o seguimento do próprio Jesus Cristo. Naquela casa, todos devem preocupar-se uns com os outros em vista da comunhão com Deus. Do contrário, quem quiser seguir outro caminho, concebendo familiares como razões de vida, pecam e não haverá ali condições para o verdadeiro seguimento do Salvador. O fato é que para se construir uma autêntica família cristã é necessário largar tudo aquilo que impede o dom da fé, da solidariedade, da humildade e doação de si mesmo para o bem do outro; é necessário renunciar a si mesmo para viver o dom querido pelo Senhor.  

4. Nas renúncias citadas por Jesus, Ele introduz também o pai, mas ao receber cem vezes mais não cita novamente o pai terreno. Certamente, a maior riqueza para quem O segue é a conquista da comunhão com o Seu Pai, o Pai eterno, o Pai da nova família, Aquele que é Pai ao criar, ao educar na verdade e na esperança, e, acima de tudo, ao amar até ao ponto de entregar o Filho eterno como vítima de expiação pelo bem de todos. Somente fará parte dessa nova realidade quem é capaz de se desamarrar de todos os laços mundanos, dos apegos da vida, de tudo aquilo que o priva da verdadeira liberdade de filho de Deus; viverá como cristão, quem não se submeter à lógica do dinheiro, do lucro, dos bens mundanos, dos envolvimentos afetivos desordenados. Verdadeiro cristão será aquele ou aquela que aderir absolutamente a Cristo, fundamentando toda sua vida no Evangelho, fazendo-se um verdadeiro dom, no desprendimento de tudo para o bem de todos.