segunda-feira, 5 de maio de 2025

REDAÇÃO PARA O ENEM E CONCURSOS


 Para fazer uma boa redação é importante fazer um planejamento, que requer reflexão sobre o tema e estruturação de ideias.

Os passos seguintes podem ajudar a produzir o seu texto:

  1. Reflita sobre o tema da redação
  2. Desenvolva as ideias iniciais
  3. Estruture a sua redação
  4. Utilize conectivos e seja coerente
  5. Revise o que escreveu

1. Reflita sobre o tema da redação

Reflita sobre o tema que está sendo proposto. Faça um esboço, mesmo mental, sobre o que você sabe e o que você pensa sobre o mesmo. Tome nota de todas as ideias que vierem à cabeça, escreva tudo o que se lembrar, sem se preocupar em colocar no papel de forma bem elaborada.

Se tiver tempo, fazer um rascunho e enumerar as principais ideias, é uma boa maneira de começar. Fazer perguntas e respondê-las é um exercício que pode ajudar você a montar um esquema.

Exemplo:

Vamos pensar no tema “O papel da sociedade no combate da violência nas escolas”:

  • O quê? Violência nas escolas.
  • Como ela acontece? Atritos entre alunos ou entre alunos, professores e funcionários.
  • Por que ela acontece? Falta de respeito, de limites etc.
  • Quando ou desde quando ela acontece? Cada vez há mais casos de violência nas escolas.
  • Onde ela acontece? Acontece dentro ou fora das escolas.
  • O que eu penso sobre isso? É um problema grave, porque afeta a vida escolar e a vida social dos estudantes também, por isso, é preciso refletir sobre medidas eficazes de prevenção.
  • O que pode ser feito? A escola deve envolver a comunidade escolar para momentos de conscientização que incentivem o respeito pelas pessoas.

Desta forma, você delimita a sua abordagem e, com isso, é capaz de apresentar argumentos convincentes sobre os pontos que pretende expor no seu texto.

Além disso, essa organização permite que você não corra o risco de fugir do tema e consiga controlar melhor o seu tempo.

Aproveite para pensar em exemplos, dados históricos ou uma citação que estejam relacionados com o tema da redação. Utilize-os ao longo do seu texto e enriqueça-o.

É importante entender a diferença entre tema e assunto. O tema é uma abordagem que pode ser feita de um assunto. No exemplo acima, temos

  • Assunto: violência das escolas
  • Tema: o papel da sociedade no combate da violência nas escolas
  • Outros possíveis temas: formação dos professores para enfrentar a violência nas escolas, os fatores que levam os alunos a serem violentos na escola.

2. Desenvolva as ideias iniciais

Depois de ter organizado as suas ideias no passo anterior, o momento de escrever o seu texto se torna muito mais fácil.

Neste passo, o seu esboço mental, ou rascunho, começa a se transformar em parágrafos com ideias desenvolvidas. Acrescente os exemplos, os dados históricos ou a citação que conseguiu reunir. Todos eles são recursos que valorizam muito um texto, além do que dão mostras de que você tem conhecimentos.

Exemplo:

A violência nas escolas acontece entre alunos ou entre alunos, professores e funcionários. Esse problema tem sido cada vez mais frequente e, por isso, requer um olhar atento para as suas causas. A falta de limites dos estudantes no ambiente familiar é uma delas.

As vítimas da violência escolar são atacadas muitas vezes na escola, mas também fora dela. Exemplo disso são as redes sociais, em que os agressores aproveitam-se para pressionar as vítimas e, com isso, deixá-las cada vez mais fragilizadas.

A violência nas escolas é um problema grave, porque afeta a vida escolar e a vida social dos estudantes também, por isso, é preciso refletir sobre medidas eficazes de prevenção.

A escola deve envolver a comunidade para momentos de conscientização que incentivem o respeito pelas pessoas. Com essa iniciativa, talvez seja possível sensibilizar a população para a necessidade de assumir o compromisso em acabar com esse tipo de violência, que é um problema de cada um de nós.

3. Estruture a sua redação

A maior parte das redações que você escreve é dissertativa-argumentativa. Esse é o tipo de redação exigido no Enem.

A redação dissertativa-argumentativa é aquela em que você defende uma ideia através de argumentos. Na sua estrutura ela deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão.

1. A INTRODUÇÃO é usada para contextualizar o leitor sobre o tema da redação. Após ler a introdução, o leitor saberá as ideias que serão abordadas no seu texto, inclusive qual é a sua opinião sobre o tema.

A introdução não precisa ser longa, afinal, você apenas deve deixar claro para o leitor as ideias, sem expor os seus argumentos.

2. O DESENVOLVIMENTO é usado para argumentar sobre cada uma das suas ideias. O ideal é apresentar dados que mostrem o seu conhecimento, pois essa é uma forma de convencer o leitor.

O desenvolvimento é a parte mais longa da redação, pois é nele que você defenderá as suas ideias com argumentos.

3. A CONCLUSÃO é usada para apresentar ao leitor as consequências dos seus argumentos. Além disso, deve propor uma solução para o problema apresentado no tema.

A conclusão não deve ser longa. Em média, ela costuma ter o mesmo número de parágrafos que a introdução contém.

4. Utilize conectivos e seja coerente

Uma boa redação precisa apresentar uma sequência lógica. Para isso, utilizamos conectivos, a fim de garantir que as ideias não fiquem soltas e que o texto não seja um simples emaranhado de frases.

"Assim, entretanto, dessa forma, mas" são termos utilizados para oferecer ao texto uma maior ligação entre as frases e as ideias.

Além de apresentar uma sequência lógica, o seu texto tem que ser coerente, ou seja, não pode apresentar ideias que se contradigam. Se você for contraditório, não conseguirá defender suas ideias, e o seu texto será confuso e incoerente.

5. Revise o que escreveu

Para finalizar, revise o que escreveu fazendo uma leitura atenta.

Isso é muito importante, porque com a leitura final você pode identificar erros de concordância, falta de pontuação, ou um deslize qualquer cometido por falta de atenção.

A revisão final dá a você a oportunidade de corrigir certos erros e, assim, não perder pontos na redação por descuidos.

Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos, orações, parágrafos, permitindo a sequência de ideias.

Esse papel é desempenhado, sobretudo, pelas conjunções, palavras invariáveis usadas para ligar os termos e orações em um período. Além disso, alguns advérbios e pronomes também podem exercer essa função.

Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos textos, uma vez que estão relacionados com a coesão textual.

Assim, se forem mal-empregados, reduzem a capacidade de compreensão da mensagem e comprometem o texto.

Confira a lista de conectivos abaixo.

Conectivos de prioridade e relevância

Os conectivos de prioridade e relevância são muito usados no início das frases para apresentar uma ideia. Eles também podem oferecer relevância ao que está sendo apresentado, por exemplo:

Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

CONECTIVOS: Em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, principalmente, primordialmente, sobretudo, precipuamente.

Conectivos de continuidade e tempo

Os conectivos de continuidade e tempo situam o leitor na sucessão dos acontecimentos ou das ideias. Por esse motivo, são muito explorados em textos narrativos, por exemplo:

Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

CONECTIVOS: Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas às vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Conectivos de comparação, semelhança ou conformidade

Utilizamos os conectivos de comparação, semelhança ou conformidade para estabelecer uma relação com uma ideia ou um conceito que já foi apresentado anteriormente no texto. Além disso, eles são usados para apontar ideias de outro texto (intertextualidade), por exemplo:

De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito diverso.

CONECTIVOS: Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Conectivos de condição ou hipótese

Os conectivos de condição ou hipótese são utilizados em situações circunstanciais que podem oferecer hipóteses para uma situação futura, por exemplo:

Caso chova essa tarde, não iremos à academia.

CONECTIVOS: Se, caso, eventualmente.

Conectivos de adição e continuação

Utilizamos os conectivos de adição e continuação para acrescentar algo ao texto e que esteja relacionado com o que foi apresentado anteriormente, por exemplo:

Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período da Ditadura Militar. Além disso, foi coordenadora do Departamento de Artes vinculado à Secretaria de Cultura do município de Belo Horizonte.

CONECTIVOS: Além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só, como também, não apenas, bem como.

Conectivos de dúvida

Utilizamos os conectivos de dúvida para inserir uma dúvida ou probabilidade no texto, por exemplo:

É provável que Tomás não venha trabalhar hoje.

CONECTIVOS: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não certo, se é que.

Conectivos de certeza ou ênfase

Utilizamos conectivos de certeza ou ênfase quando queremos ressaltar algo que temos certeza ou mesmo para enfatizar uma ideia no texto, por exemplo:

Certamente Cecília esteve envolvida no caso de roubo.

CONECTIVOS: Por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza.

Conectivos de surpresa ou imprevistos

Os conectivos de surpresa ou imprevistos enfatizam uma surpresa, ou mesmo algo que não estava previsto acontecer. São muito utilizados nos textos descritivos e narrativos, por exemplo:

De repentes, vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

CONECTIVOS: Inesperadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.

Conectivos de ilustração ou esclarecimento

Utilizamos os conectivos de ilustração ou esclarecimento como forma de esclarecer algum conceito ou ideia apresentados no texto, por exemplo:

Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante o evento, ou seja, o anfiteatro, a biblioteca, o refeitório e o pátio.

CONECTIVOS: Por exemplo, isto é, ou seja, aliás.

Conectivos de finalidade, propósito ou intenção

No caso dos conectivos de finalidade, propósito ou intenção, o produtor do texto tem um propósito ou uma finalidade definida. Ou seja, ele quer apresentar o objetivo relacionado com o que almeja alcançar, por exemplo:

Com o intuito de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim divulgou muito seu trabalho.

CONECTIVOS: Com o fim de, a fim de, como propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, ao propósito.

Conectivos de lugar, proximidade ou distância

Advérbios de lugar e pronomes demonstrativos são algumas classes gramaticais que envolvem os conectivos de lugar, proximidade ou distância. Eles são utilizados para indicarem a distância entre algo, por exemplo:

Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da cidade.

CONECTIVOS: Perto de, próximo a ou de, justo a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Conectivos de conclusão ou resumo

Os conectivos de conclusão ou resumo são muito utilizados na conclusão de um parágrafo, ou mesmo de uma redação, para resumir as ideias que foram apontadas no texto, por exemplo:

Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias durante o período apresentado.

CONECTIVOS: Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois, assim sendo, nesse sentido.

Conectivos de explicação, consequência e causa

Os conectivos de explicação, consequência e causa servem para explicar as causas e consequências de uma ação, um fenômeno, etc, por exemplo:

O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os animais. Como resultado, temos a extinção de muitas espécies.

CONECTIVOS: Por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão, tanto, tamanho, que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (no sentido de porquê), portanto, que, de tal forma que, haja vista.

Conectivos de oposição, contraste, restrição, ressalva

Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem para opor ideias ou conceitos num período, por exemplo:

Embora o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar singularidades em muitas regiões do país.

CONECTIVOS: Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, ao passo que, em contrapartida.

Conectivos de alternância

Usamos os conectivos de alternância quando queremos citar mais de uma opção, por exemplo:

Ou enfrentamos o problema, ou não poderemos mais trabalhar juntos.

CONECTIVOS: Ou...ou; quer...quer; ora...ora.

Tabela de conectivos



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