Esparta
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Esparta Σπάρτη |
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Centro da Esparta atual.
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País | Grécia |
Periferia | Peloponeso |
Prefeitura | Lacônia |
População | 18 184 |
Área | 84,5[1] km² |
Densidade populacional | 215 hab./km² |
Código Postal | 231 00 |
Código de área | 27310 |
Matrícula de Automóveis | AK |
Esparta (em grego Σπάρτη, transl. em grego moderno Spárti, em grego antigo, Spártē) é um município da Grécia, situada nas margens do rio Eurotas, no sudeste da região do Peloponeso. Foi uma das mais notórias cidades-estado da Grécia Antiga; conquistou a vizinha Messénia cerca do ano 700 a.C. e, duzentos anos mais tarde, coligou-se a seus outros vizinhos, formando a Liga do Peloponeso. Na Guerra do Peloponeso, no século V a.C., Esparta derrotou Atenas e passou virtualmente a governar toda a Grécia, mas em 371 a.C. os outros estados revoltaram-se e Esparta foi derrubada, apesar de manter-se poderosa ainda durante mais duzentos anos.
Esparta encontra-se numa região de terras apropriadas para o cultivo da vinha e da oliveira. Na Antiguidade era uma cidade de caráter militarista e oligárquico,
nunca tendo desenvolvido uma área urbana importante. O governo de
Esparta tinha como um de seus principais objetivos fazer de seus cidadãos modelos de soldados, bem treinados fisicamente, corajosos e obedientes às leis e às autoridades.
Em Esparta, os homens eram na sua maioria soldados e foram
responsáveis pelo avanço das técnicas militares, melhorando e
desenvolvendo um treino, organização e disciplina nunca vistos até
então.
Relativamente ao poder, Atenas era a principal rival de Esparta e
foi ela que liderou as cidades-estado gregas na luta contra os
invasores persas, em 480 a.C.. A Constituição de Esparta, segundo a tradição, foi escrita por um legislador chamado Licurgo, que teria vivido no século IX a.C..
Índice[esconder] |
[editar] Mitologia
Segundo os espartanos, o primeiro habitante da região se chamava Lélex[2]. Seu neto, Eurotas deu origem ao rio Eurotas ao dragar os pântanos da Lacônia[2].
Eurotas foi sucedido por Lacedemon, casado com Esparta[3]. Lacedemon mudou o nome da região para o seu e fundou a cidade de Esparta[3] - de modo que na época clássica os espartanos também eram chamados de lacedemônios[carece de fontes ].
Várias gerações depois, Héracles interveio em Esparta, reinstalando o rei Tíndaro, que havia sido deposto por seu irmão Hipocoonte[4].
Durante as invasões dóricas, Esparta foi conquistada, e a diarquia de Esparta começa com os irmãos gêmeos Eurístenes e Procles[5].
[editar] História
Esparta |
Sociedade |
Política |
Esparta surgiu em meados do século IX a.C..
Durante a época micénica existiram a sul do local onde nasceria Esparta
dois centros urbanos, Amiclas e Terapne. Nesta última cidade,
encontraram-se santuários dedicados ao rei Menelau e à sua esposa Helena, personagens da Ilíada de Homero.
À semelhança de outras partes da Grécia, a Lacónia conheceu um decréscimo populacional com o fim da era micénica. No século X a.C., os Dórios penetraram na região. No século seguinte, quatro aldeias da Lacónia uniram-se para fundar Esparta; no século seguinte a cidade de Amiclas foi incluída em Esparta.
Perante o problema gerado pelo aumento populacional e pela escassez
de terra, Esparta optou pela via militar para solucionar a questão, ao
contrário de outras pólis gregas que recorreram à fundação de colónias
(Esparta fundou apenas uma colónia, Tarento, actual Taranto, no sul da Itália). Assim, Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos, tendo conquistado toda planície da Lacónia no final do século VIII a.C. Na luta pelo domínio no Peloponeso, Esparta teve como rival Argos, cidade do nordeste do Peloponeso.
Em 570 a.C., uma tentativa de conquista da Arcádia
revelou-se um fracasso, tendo Esparta optado por alterar a sua política
no sentido da diplomacia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades
do Peloponeso a possibilidade de integrar uma liga por si liderada, a
chamada Liga do Peloponeso. A maioria dos estados do Peloponeso integraria esta liga, com excepção de Argos.
Durante as Guerras Persas,
Esparta liderou as forças que defenderam a Grécia em terra, enquanto
que Atenas defendia pelo mar. Com o final da guerra, as relações com
Atenas deterioraram-se, culminando na Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), que os Espartanos venceram.
Em 1834,
o governo do então reino da Grécia fundou a moderna cidade de Esparta,
que ocupa parte da antiga Esparta e que é capital do departamento da
Lacónia.
[editar] A educação em Esparta
A educação espartana, que recebia o nome técnico de agogê,
apresentava as particularidades de estar concentrada nas mãos do Estado
e de ser uma responsabilidade obrigatória do governo. Estava orientada
para a intervenção na guerra e a manutenção da segurança da cidade,
sendo particularmente valorizada a preparação física que visava fazer
dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Nesse
treinamento educacional eram muito importantes os treinamentos físicos,
como salto, corrida, natação, lançamento de disco e dardo. Nos
treinamentos de batalha, as meninas se dedicavam ao arco e flecha. Já
os meninos eram especialistas em combate corporal,assim como em táticas
defensivas e ofensivas.
[editar] Desde o nascimento até a morte
De acordo com Plutarco (50-120 d.C.), quando nascia uma criança espartana, pendurava-se na porta da casa um ramo de oliveira (se fosse um menino) ou uma fita de lã
(se nascesse uma menina). Havia rituais privados de purificação e
reconhecimento da criança pelo pai, além de uma festa de nascimento
conhecida como genetlia, na qual o recém-nascido recebia um nome e presentes de parentes e amigos. (Cf. Maria Beatriz B. Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga)
Desde o nascimento até a morte, o espartano pertencia ao Estado. Os
recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava
eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou
não fossem suficientemente robustos (uma forma de eugenia). As crianças Espartanas eram espancadas pelos pais para se tornarem mais fortes, e, se não fossem, morreriam.
A partir dos sete anos de idade, os pais (cidadãos) não mais
comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à
orientação do Estado,
que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em
pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de
treino com armas e aprendiam a táctica de formação.
A educação espartana, supervisionada por um magistrado especial, o paidónomo, compreendia três ciclos, distribuídos por três anos:
- Dos sete aos onze anos;
- Dos doze aos quinze anos;
- Dos dezesseis aos vinte anos (a efebia).
Vejamos alguns dos métodos da educação espartana, tendo como base o relato dos historiadores gregos Xenofonte (A constituição dos lacedemônios) e Plutarco (A vida de Licurgo).
- Em lugar de proteger os pés com calçados, as crianças eram obrigadas a andar descalças, a fim de aumentar a resistência dos pés. Usavam um só tipo de roupa o ano inteiro, para que aprendessem a suportar as oscilações do frio e do calor.
- A alimentação era bem controlada. Se algum jovem sentisse fome em demasia, era permitido e até estimulado que furtasse para conseguir alimentos[6]. Castigavam-se com chibatadas, entretanto, aqueles que fossem apanhados roubando - não por terem roubado, mas por terem sido apanhados - pois acreditava-se que era bom para a formação aprender a lutar contra a fome, e ser ousado e esperto[7].
- No Limnaeum havia um altar a Ártemis Orthia, com uma estátua de madeira que, supostamente, fora trazida por Orestes e Ifigênia da Táurida.[8] Um oráculo havia sido dado aos espartanos, que eles deviam cobrir esta estátua com sangue.[9] No início, eles sorteavam quem seria sacrificado, mas Licurgo mudou o costume, e fez com que os meninos fossem chicoteados no altar.[9]
- Na adolescência, os jovens eram encarregados dos serviços de segurança na cidade. Qualquer cidadão adulto podia vigiá-los e puni-los. O respeito aos mais velhos era regra básica. Às refeições, por exemplo, os jovens deviam ficar calados, só respondendo de forma breve às perguntas que lhes fossem feitas pelos adultos.
Com sete anos, o jovem espartano entrava no exército. Mas só aos
trinta anos de idade adquiria plenos direitos políticos, podendo,
então, participar da Assembleia do Povo ou dos Cidadãos (Apela).
Depois de concluído o período de formação educativa, os cidadãos de
Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, estavam obrigados a
participar na guerra. Continuavam a viver em grupos e deviam tomar uma
refeição diária nos chamados syssitia.
Para o historiador italiano Franco Cambi, a educação desenvolvida em
Esparta e Atenas constitui dois modelos educativos diferentes. Em
Esparta, a perspectiva militar orientava a formação de
cidadãos-guerreiros, defensores do Estado. Já em Atenas, predominava um
tipo de formação mais livre e aberta, que, de modo mais amplo,
valorizava o indivíduo e suas capacidades. (Cf. Franco Cambi. História da pedagogia.)
[editar] A educação dos homens
Os homens (esparciatas) eram mandados ao exército aos sete anos de
idade, onde recebiam educação e aprendiam as artes da guerra e
desporto. Aos doze anos, eram abandonados em penhascos sozinhos, nus e
sem comida. Aos 18 anos, voltavam a Esparta, e até os 30 anos de idade
eram considerados cidadãos de segunda classe, sem direito a voto, por
exemplo. Podiam ser agredidos por qualquer esparciata acima de 30 anos,
ficavam nus e recebiam pouca comida[10][11]
Os jovens poderiam atacar a qualquer momento servos (hilotas), a fim de
lutar e se preparar para a guerra, mas, se fossem mortos por ele, o
servo receberia dois dias de folga (por conseguir matar alguém que não
era bom o bastante para o exército espartano). Existia uma temporada de
caça aos hilotas, para treinarem os jovens para a guerra.
O homem que conseguisse viver até os trinta anos tornava-se um
oficial, voltando ao quartel com todos os direitos de cidadão
espartano, além de direito ao voto, direito a ter relações sexuais com
mulheres e direito a casar. Os homens engravidavam suas mulheres,
casavam-se com elas e voltavam ao quartel depois de deixá-las grávidas
em suas casas. Aos sessenta anos, poderiam ir para a casa de suas
esposas para viver com elas.
[editar] A educação das mulheres
As mulheres recebiam educação quase igual à dos homens, participando
dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dotá-las de um
corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia
na prática do exercício físico ao ar livre, com a música e a dança
relegadas para um segundo plano (ao contrário do que tinha sucedido na
Época Arcaica). Assim como os homens, também iam aos quartéis quando
completavam sete anos de idade para serem educadas e treinadas para a
guerra mas dormiam em casa, onde recebiam da mãe aulas de educação
sexual, assim que atingiam a chamada menarca (primeira menstruação),
começavam a receber aulas práticas de sexo, para gerarem bons cidadãos
para o estado, aulas onde se usavam escravos, com coito interrompido
para não engravidarem de hilotas (servos) e recebiam também uma
educação mais avançada que a dos homens já que seriam elas que
trabalhariam e cuidariam da casa enquanto seus maridos estivessem
servindo ao exército.
Assim que atingiam a maturidade (entre dezenove e vinte anos) elas
pediam a autorização ao estado para casarem, passando por um teste para
comprovar sua fertilidade (engravidavam de um escravo que era só para a
reprodução, sendo muito bem tratado e alimentado e morto aos 30 anos,
pois era considerado velho. O filho que ela tinha com esse escravo era
morto e a mulher conseguia sua autorização para casar), caso elas não
conseguissem engravidar, eram mandadas aos quartéis para, assim como os
homens, servir ao exército espartano.
A mulher espartana podia ter qualquer homem que quisesse, mesmo
sendo casada, já que seus maridos ficavam até os 60 anos de idade
servindo ao exército nos quartéis, e podia também requisitar o seu
marido ao general do quartel, mas o mesmo não poderia ser feito pelos
homens.
Ter muitos filhos era sinal de vitalidade e força em Esparta. Assim,
quanto mais filhos a mulher tivesse, mais atraente ela seria, podendo
engravidar de qualquer esparciata, mas o filho desta seria considerado
filho do seu marido.
[editar] Sociedade
A sociedade espartana era fortemente estratificada, sem qualquer
possibilidade de mobilidade entre os três grupos existentes: os Esparciatas, os Periecos e os Hilotas.
[editar] Esparciatas
Pertenciam a este grupo todos os que fossem filhos de pai e mãe
espartanos, sendo os únicos que possuíam direitos políticos (governo da
cidade), constituindo o corpo dos cidadãos (homoioi, pares). Deviam dedicar sua vida ao estado espartano, permanecendo à disposição do exército
ou dos negócios públicos. Além disso, para se pertencer a este grupo
era obrigatório ter recebido a educação espartana e estar inscrito num syssition, onde tomavam a refeição em comum.
Segundo Políbio e Plutarco, todos os cidadãos de Esparta receberam uma parte igual das terras públicas. A terra teria sido dividida em parcelas, os klêroi,
no mesmo número dos cidadãos existentes. Estas parcelas de terras eram
inalienáveis e indivisíveis, passando de pais para filhos. As mulheres
podiam herdar o klêros, mas só no caso de não ter existido
descendência masculina e com o objectivo de o transmitirem. Os
espartanos não podiam exercer o comércio.
This is madness...
[editar] Periecos
Eram os habitantes das cidades da periferia (que descendiam dos
povos conquistados pelos esparciatas) que estavam integrados no estado
espartano e ao qual pagavam impostos.
Apesar de serem livres, não tinham direitos políticos e dependiam dos
Espartanos em matéria de política externa. Estavam obrigados a
participarem das guerras, mesmo não tendo recebido a mesma educação dos
esparciatas. Eles combatiam ao lado dos Espartanos, embora em
contingentes particulares. Ao contrário dos Espartanos, os periecos
podiam dedicar-se ao comércio e à indústria artesanal.
[editar] Hilotas
Eram os servos, que pertencendo ao estado espartano, trabalhavam nos kleros(lotes de terra),
entregando metade das colheitas ao Espartano e eram duramente
explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e não podiam ser
expulsos de seu lugar. Levavam uma vida muito dura, sujeita a
humilhações constantes. Foram protagonistas de várias revoltas contra o
estado espartano. Para controlar as revoltas e manter os hilotas sob
clima de terror, os espartanos organizavam expedições anuais de
extermínio (krypteia ou criptias),
onde os hilotas eram obrigados a participar. Tratava-se de um massacre
anual que consistia na perseguição e morte dos hilotas considerados
perigosos, no qual os espartanos competiam para ver quem matava mais
hilotas.
Analisando a situação dos espartanos, periecos e hilotas, alguns
historiadores afirmam que os periecos, por dominar o comércio e o
artesanato, podiam enriquecer, desfrutando de certo conforto material e
liberdade. Os esparciatas, por sua vez, cumpriam obrigações tão pesadas
em relação ao Estado que se tornaram vítimas de suas próprias
instituições. Quanto aos hilotas, sua vida era marcada pela opressão e
miséria.
[editar] Instituições políticas
[editar] Diarquia
Os reis eram dois, oriundos das duas famílias reais que se afirmavam descendentes de Hércules, segundo a tradição, dos gêmeos Eurístenes e Procles, cujos filhos, Ágis e Euriponte,
teriam dado nome às dinastias reinantes: ágidas e euripôntidas. Entre
suas funções, destacavam-se os serviços de caráter militar e religioso.
Em tempo de guerra, um dos reis exercia o comando dos exércitos. Eram
membros da Gerúsia e gozavam de certos privilégios, como o direito a
uma guarda pessoal, direito a refeição dupla no syssition e a terem uma parte superior aos outros no despojo de guerra.
[editar] A Apela
A Assembleia de Esparta era composta por todos os Espartanos maiores
de 30 anos, menos periecos e hilotas, e recebia o nome de Apela.
Reunia-se uma vez por mês ao ar livre, em local que a arqueologia moderna ainda não conseguiu identificar. Elegia os membros da Gerúsia e aprovava ou rejeitava as leis encaminhadas por eles.
Decidia sobre questões ligadas à política externa, elegia os
magistrados e designava os gerontes. Porém, na prática, tinha pouca
influência na vida política da pólis. Segundo as informações legadas por Plutarco, não podia discutir as propostas que lhe eram apresentadas, mas apenas aprová-las ou rejeitá-las na totalidade.
[editar] A Gerúsia
A Gerúsia preparava as propostas que seriam apresentadas à assembleia (Apela), funcionando também como tribunal supremo.
Era constituída por trinta elementos (vinte e oito gerontes eleitos
vitaliciamente, de entre os Espartanos com mais de sessenta anos, e os
dois reis) eleitos através de um procedimento que Aristóteles classifica de pueril na sua obra Política:
os candidatos passavam diante da Assembleia, sendo eleito o que
recebesse maior número de aplausos, avaliados por um júri encerrado num
compartimento próximo.
Tinha funções administrativa (supervisão), legislativa (elaboração de projetos de lei) e judiciária (tribunal superior).
[editar] Eforato
O Conselho dos Éforos - em número de cinco - formavam um colégio que era eleito anualmente por altura do Outono pela Apela. Detinham amplos poderes, eram os verdadeiros chefes do governo espartano: presidiam a assembleia (coordenavam as reuniões da Gerúsia
e da Apela), davam a ordem de mobilização em caso de guerra,
controlavam a administração (a vida econômica e social da cidade) e a
educação, podendo vetar os projetos de lei e fiscalizar as atividades
dos reis.
Possuíam também poderes judiciais, podendo banir os estrangeiros e condenar os periecos à morte, sem necessidade de julgamento.
Não era exigida nenhuma condição de censo ou de nascimento para se
ser eleito éforo, pelo que o eforato representava o elemento de
igualitarismo nas instituições políticas espartanas. A curta duração do
seu mandato impedia eventuais abusos de poder.
[editar] Religião em Esparta
A religião ocupou em Esparta um lugar mais importante do que em outras cidades. O grande número de templos
e santuários é disso revelador: quarenta e três templos dedicados a
divindades, vinte e dois templos de heróis, uma quinzena de estátuas de
deuses e quatro altares. A esta lista é necessário juntar os numerosos
monumentos funerários, dado que em Esparta os mortos eram enterrados no
interior das muralhas, sendo que alguns destes monumentos funcionaram
como locais de culto.
[editar] Divindades
As divindades femininas desempenharam em Esparta um papel bastante importante: dos cinquenta templos mencionados por Pausânias, trinta e quatro estão dedicados a deusas. A deusa Atena era a mais adorada de todas. O deus Apolo
tinha poucos templos, mas a sua importância era crucial: desempenhava
um papel em todas as festas espartanas e o monumento mais importante na
Lacónia era o trono de Apolo em Amyclai.
Outro traço distintivo era o culto aos heróis da guerra de Troia. Segundo Anaxágoras, Aquiles
era aqui adorado como um deus e Esparta tinha dois santuários dedicados
a ele. Outras personagens de Troia honradas por Esparta foram Agamemnon, Cassandra, Clitemnestra, Menelau e Helena.
Esparta prestava também culto a Castor e Pólux.
A tradição afirmava mesmo que teriam nascido na cidade. A dualidade das
personagens faz lembrar a existência de dois reis em Esparta. Vários
milagres foram-lhes atribuídos, sobretudo relacionados com a defesa dos
exércitos espartanos (representações dos gémeos em ânforas eram levadas para o campo de batalha ao lado dos reis).
Por último, Héracles era, em Esparta, uma espécie de "herói nacional". Segundo a tradição, o herói teria ajudado Tíndaro a reconquistar o seu trono. O tema dos ""Doze Trabalhos" foi largamente explorado pela iconografia espartana.
[editar] Sacrifícios e sinais divinos
Como consequência do exposto, os sacerdotes desempenhavam um papel
importante em Esparta. Os dois reis tinham eles próprios um estatuto de
sacerdotes: estavam encarregues de realizar os sacrifícios públicos,
que eram bastante valorizados, sobretudo em tempos de guerra. Antes da
partida de uma expedição militar, efetuava-se um sacrifício a Zeus; no momento em que se passavam as fronteiras realizava-se a Zeus e Atena e antes da batalha a Ares Enyalios.
Várias anedotas mostram o respeito dos espartanos pelas festas e sinais
divinos, ao ponto de abandonarem o campo de batalha perante augúrios
desfavoráveis, como quando Cleômbroto abandonou a defesa do istmo de Corinto por causa de um eclipse.[12]
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