quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O ANO TODO DO SALVADOR

25/11/2016

Reflexão, sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Lc 21, 29-33

1. Jesus convida-nos a perceber os sinais dos tempos tanto para a destruição quanto para o estabelecimento do Seu Reino. Há sinais de destruição por toda parte, na natureza, nas instituições e nas pessoas, nos sistemas e organizações. O texto acima, baseado em Is 24,10-23; 13,6-10, tem uma mensagem de esperança no meio do caos da humanidade sem Deus. Tudo aquilo que se coloca na contramão da salvação tende à inexistência, à falência total. Mesmo que por um tempo tudo pareça muito resistente, não dura muito porque a base é arenosa. Jerusalém será destruida, mesmo tendo base sólida, porque perdeu o rumo, tornou-se indiferente ao seu Senhor. 

2. Jesus não quer a destruição do mundo nem a eliminação das pessoas; Ele não quer o fim de Jerusalém, que O faz chorar sobre ela. Por outro lado, respeita a liberdade dos filhos de Deus, as escolhas de cada um ou de cada nação. O que se sucederá não é por vontade de Deus, mas consequencia das más escolhas daquele povo e de suas lideranças. Mesmo assim, Jesus tem uma mensagem de esperança. Se aquele povo tivesse voltado para Ele, se O tivesse reconhecido como o enviado do Pai, como o Messias Servo, o Santo de Israel, ficaria livre, poderia ter continuado na história, ter sido um instrumento de salvação. Mas o povo não O reconheceu, foi indiferente a Ele, desprezou o seu Salvador, o Enviado do Pai. A sorte desse povo doi decretada. Foi o fim daquela Jerusalém. Jesus se apresentou como critério absoluto de libertação, mas foi rejeitado. 

3. As gerações sem Deus não podem ter outro fim senão a destruição de si mesmas. Mas Deus não desiste de Sua criação, da pessoa humana. Por isso, propõe o Seu Reino. No meio de ruínas, Deus constrói o Seu Reino, mantem-se firme e, sem ferir a liberdade de ninguém, age para a transformação em Deus. Quem a Ele se abrir será vitorioso, alcançará libertação. Quem se voltar para Ele alcançará uma aurora de salvação, um tempo novo. Foi o que aconteceu com Seus discípulos. Com a queda de Jerusalém, a Igreja pôde espalhar-se pelo mundo, levando a mensagem salvífica a todos os povos, a fim de que todos pudessem tomar conhecimento da Verdade, pudessem ser iluminados de verdade e alcançar o objetivo de suas vidas em Deus, tornando-se homens e mulheres novos. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h12
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24/11/2016

CALENDÁRIO 2017


CALENDÁRIO 2017
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, MANGABEIRA

JANEIRO
  • Celebração de aniversário da FCTS (dia 07);
  • Excursão no Lar do Peregrino (dias 14-15);
  • EJC (dias 20, 21, 22);
  • Dia de louvor e adoração na praça Fábio Correia (dia 29, as 14h).

FEVEREIRO
  • Vigília com a RCC na capela São José Operário (dia 18) 
  • Festa da Sagrada Face (dia 05, as 09h)
  • Retiro de Carnaval – Maceió (dias 24, 25, 26, 27, 28)

MARÇO
  • Formação sobre a CF 2017 (dia 03): com a Irmã Luiza;
  • Retiro da catequese (dias 10-12);
  • Campanha da fraternidade nas casas;
  • CPP ( dia 29);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 31)

ABRIL
  • Semana de confissão (dias 04-07, tarde e noite);
  • Jornada apostólica com a Legião de Maria (dia 08, a partir das 08h);
  • Domingo de Ramos (dia 09): procissão sai da Capela de São José Operário;
  • Sexta-feira da Paixão (dia 14) – Via sacra depois da celebração;
  • Ensaio e momento de oração com os acólitos (dia 15, sábado santo, a partir das 10h);
  • Páscoa (dia 16);
  • CPP (dia 19);
  • Festa da Misericórdia (dia 23 – Domingo – 14h);
  • Primeira Eucaristia (dia 23 – 09:00h – Matriz);
  • Primeira Eucaristia (dia 30 – 17:00h – São José Operário);
  • Festa de São José Operário (dia 21- sexta-feira - 01/05 - segunda);

MAIO
  • Mês mariano nas casas (segundas e sextas-feiras) e terço todas as noites na matriz;
  • Seresta das mães no dia 21, no Alto, após a Santa Missa;
  • Momento mariano no Alto (dia 06, as 19:30);
  • Crisma (dia 07 – 17:00);
  • Férias do padre (a partir do dia 09);
  • Formação mariana com a irmã Fabíola (dia 12, as 19:30);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 05).

JUNHO
  • Retiro dos casais (dias 10-11);
  • Corpus Christi (dia 15 );
  • Sagrado Coração de Jesus (dia 23);
  • Aniversário do grupo renovados em Cristo: tarde de louvor (dia 25, domingo);
  • CPP (dia 28).

JULHO
  • ArrastaFÉ (dia 01, sábado);
  • Retiro das pastorais (dias 14-16);
  • ECC (dias 28, 29, 30);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 21).

AGOSTO
  • Bate papo vocacional (dia 04, as 20:30h)
  • Seresta dos pais (dia 12, sábado)
  • O dia do catequista (dia 27)
  • Vigília dos grupos de oração da paróquia (dia 26);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 25);
  • CPP (dia 30).

SETEMBRO
  • Estudo bíblico todas as sextas do mês, as 20:30h: ESCOLA DA FÉ (durante 4 sextas-feiras):
    • o Introdução bíblica (primeira sexta)
    • o Gêneros literários da Bíblia (terceira sexta)
    • o Primeira carta de S. Paulo aos Tessalonicenses (quarta sexta)
    • o Segunda carta de S. Paulo aos Tessalonicenses (quinta sexta)
    • Retiro da Juventude (dias 8, 9, 10);
    • Jornada apostólica com a Legião de Maria (dia 30, na matriz);
    • Gincana bíblica arquidiocesana (3º e 5º sábados);
    • Aniversário dos 15 anos do Terço dos homens (dia 17, domingo);
    • CPP (dia 27).

OUTUBRO
  • Festa da padroeira (dia 03, terça-feira);
  • Missão:
    • o Envio na Missa do domingo dia 15
    • o Roteiro
    • Encerramento com a Missa campal na praça Fábio Correia, dia 29, começando com com louvor e adoração as 14h;
    • CPP (dia 25);
    • ESCOLA DA FÉ (dia 27).

NOVEMBRO
  • Assembleia paroquial (dia 05 – domingo – 09h);
  • Retiro do Discipulado (dias 10-12);
  • CPP (dia 29);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 24).


DEZEMBRO

  •  Solenidade de N. Sra. da Conceição e aniversário de sacerdócio do padre (dia 08, as 09h);
  • Casamento comunitário (dia 17 – 17:00h);
  • Louvor beneficente na casa de Vasty (dia 20);
  • Confraternização das pastorais (dia 09 – 20:30h);
  • Confraternização do Conselho Pastoral Paroquial (dia 27 – quarta-feira);
  • Confraternização da catequese do Vicariato (dia 16);
  • ESCOLA DA FÉ (dia 29: confraternização). 



Escrito por Pe. José Erinaldo às 16h03
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Quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Lc 21,20-28

1. A primeira coisa a ser observado é a condenação para Jerusalém durante todo o tempo dos pagãos. Nela já se pode vislumbrar um julgamento bem maior, o julgamento universal, como prefiguração do fim: “Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis…”. O fato é que, realmente, também todas as nações serão julgadas, todos os povos enfrentarão o momento final decisivo: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas”. Os tempos atuais são marcados pelo avanço grotesto das águas do mar, pelo descontrole da natureza, desaparecimento da água, pelas guerras, pela violência constante e descontrolada, pelo abuso de poder, exploração, corrupção, roubos e assassinatos. Além disso, desvalorização da pessoa humana, ferida a todo momento em sua dignidade: morte dos inocentes, exploração interesseira da juventude e abandono dos mais idosos. No trono dos corações reina a iniquidade. Deus foi destronado pela humanidade sedenta de novidades em todas as áreas de sua vida e completamente envolvidas com o materialismo. 

2. Chegará o dia do julgamento, e Jesus Cristo será, certamente, o critério absoluto dele. Para quem O escolheu, salvação; para os que O rejeitaram, condenação. A vinda do Filho do Homem será de  esperança e libertação para aqueles que viverem segundo Jesus Cristo, para todos os que não se contaminarem com os erros dos judeus. As escolhas determinarão o sucesso ou o fracasso da história de cada povo e de cada pessoa. Quem escolheu a Vida, a Verdade, o Caminho entregue pelo Pai à humanidade terá o julgamento final como o mais importante encontro salvífico, o que será de extrema alegria.

3. O fim dos tempos é identificado com a vinda de Jesus, presença libertadora. É o momento do encontro entre os cristãos e o Salvador. Os cristão não pensam o fim como desgraça, desespero ou destruição. Pelo contrário, para eles, o fim será marcado pelo mais elevado começo de uma vida plena na comunhão com Deus. Geralmente diante da morte de um ente querido, os que não têm fé se desesperam, parece que já chegou o fim do mundo, a vida perde o sentido; o cristão, nesse momento sente a dor da separação, chora a saudade da pessoa amada, mas com confiança e esperança, fé e amor, enfrenta o momento da dor com firmeza, pois sabe que o Senhor é a Vida e que a vida de todos a Ele pertence e com Ele reinará por todo o sempre; ele não permitirá que os seus sejam expulsos de Sua presença.

4. O cristão é o verdadeiro sinal e lugar da transformação. Ele encara o mundo com confiança, fé, amor e perseverança; ele sempre encontra um motivo para superar todos os desafios, encontra sempre meios verdadeiros para continuar revelando ao mundo a beleza de se pertencer totalmente ao Senhor; ele não desanima diante dos maiores sofrimentos, apesar de senti-los, abandona-se à condução do Espírito de Deus, chora, mas se mantém de pé, pensa em fugir, mas não o faz porque não existe outra Palavra de Vida eterna além de Jesus, nem outro amor tão grande e tão fascinante, nada comparável Àquele que o fez Seu. O cristão é luz, sal, sinal de esperança e certeza de que o mundo ainda vai ser transformado pelo amor.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo

Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h52
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MARIA NA VISÃO DE LUCAS EVANGELISTA

MARIA NA VISÃO DE LUCAS EVANGELISTA

Maria se tornou a kecharitoméne (κεχαριτωμενη), isto é, a plena de graça, "plena do amor benévolo de Deus". Em Maria não havia brecha para o pecado. Ela é a inimiga da serpente (cf. Gn 3,15). A Mãe do Senhor não possui ligação nenhuma com o mal, todo o seu ser pertence exclusivamente a Deus, que a criou toda para SI para que ela pudesse ser toda para o bem da humanidade. Somente quem é todo pode se tornar todo para a salvação dos homens. Maria é um tesouro de Deus, amado por Ele, preparado para Seu Projeto salvífico e para ser sinal da ação libertadora. Deus a quis como Sua ARCA, a Arca da Nova e Eterna Aliança, a Portadora de Cristo e do Espírito, a "MÃE DO MEU SENHOR". 

Deus a quis Virgem. Sua virgindade foi totalmente consagrada a Deus e tornou-se um sinal autêntico da divindade de Jesus. Sendo toda de Deus, seus interesses voltaram-se exclusivamente para Ele. Daí por que ela solicitar uma explicação sobre como conceber aquele filho. De fato, nela o Filho de Deus tornou-se carne, um de nós, por ação do Espírito Santo. 

Ainda hoje, a Igreja celebra a entrada do Salvador na nossa história, o dia em que a humanidade reencontrou seu futuro e a condição de sua realização. Diante da opção de Maria, o anjo deixou claro que a obra de Deus nela não contaria com a participação de homem e que isso não é impossível para Deus, que permitiu a geração a Isabel, uma anciã estéril. Lucas esclarece que o menino Jesus, na Sua condição humana, foi criado diretamente por Deus, como fez com Adão, mas não utilizando a terra, e sim um ser humano pleno de Sua graça, uma MULHER, aquela que não tem comunicação com a SERPENTE, que não se ilude com o mal, a INIMIGA da SERPENTE. Lucas indica, portanto, a NOVA CRIAÇÃO, o novo início, o novo ÉDEN. 

Além da virgindade, a pobreza de Maria, bem como sua fé e abertura total à vontade de Deus, permitiram à Virgem ser o mais precioso lugar do mais importante encontro de Deus com a humanidade. Maria, diferentemente de Eva, não dialogava com a Serpente, não se deixou atrair pelas tentações do mundo, não buscou a si mesmo nem duvidou de Deus. Pelo contrário, colocou-se absolutamente à disposição do Senhor. Ela não foi fechamento da graça, mas abertura para Deus; não foi contradição, mas clareza; não esteve no início da história do pecado, mas da graça divina; não encabeçou uma humanidade pecadora, mas uma realidade nova de discípulos, feitos filhos no Filho; não podia ser chamada Eva, mas Ave; não foi uma vergonha, mas a kecharitoméne (κεχαριτωμενη), a plena de Deus; não esteve escondida por causa do pecado, mas de braços abertos para receber o Salvador; não foi expulsa do Jardim, mas tornou-se porta para ele; não foi lugar de separação, mas de encontro salvífico.

Em seguida, Maria vai a Isabel. Aqui, alguns, ao ler o texto bíblico, pensam no porquê da visita de Maria a sua prima. É bem verdade que o mais interessante aqui seria pensar na relação Antigo e Novo Testamentos; Antiga e Nova Alianças. Além disso, vem a questão da visita em si mesma. Depois de dialogar com o Anjo Gabriel, Maria foi apressadamente se encontrar com sua prima Isabel. Ela não duvidava das palavras do arcanjo. Sua ida à casa de sua prima mostra, antes de tudo, sua disponibilidade, seu interesse em cuidar de uma senhora grávida, pois Isabel era de idade avançada. Certamente, passava na cabeça de Maria o que lhe foi dito pelo Anjo Gabriel, mas não era seu intuito querer saber se o Anjo realmente tinha acertado no que disse. Isso seria duvidar de Deus. Maria não tem dúvida da palavra que lhe foi dirigida, tanto é que se colocou absolutamente à disposição do Senhor: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". Maria aparece muito mais como a Serva do Senhor.

Para além de uma observação factual, Lucas apresenta uma importante interpretação bíblica. O texto revela uma profunda teologia, aquilo que ele e a Igreja experimentaram a partir da ressurreição de Jesus. A ida de Maria ao encontro de Isabel é sinal do encontro entre a Nova e a Antiga Aliança. Na saudação de Maria é proclamada, solenemente, a chegada do Messias esperado, “o Príncipe da paz” (Is 9,5), a presença da “paz abundante” (Sl 71,7), a paz necessária para a construção de um mundo novo. Maria, então, é portadora da paz. Isabel chama Maria de “Bendita entre as mulheres”. Jael e Judite também receberam esse tipo de saudação (Jz 5,24 e Jt 13,23), duas mulheres frágeis, mas que, por graça de Deus, venceram. Ora, aplicando essa saudação à Maria, Lucas está querendo afirmar que ela é o instrumento frágil e pobre pelo qual Deus realiza Suas maravilhas, dando ao mundo o Salvador. 

Maria é bendita por causa do Bendito, por Ele agraciada, a fim de ser sua Mãe. Por vontade do Pai, Maria foi criada como um sacrário, não feito por mãos humanas, mas do jeito do querer de Deus. A arca foi criada para transportar a Lei de Deus, era motivo de reverência, júbilo e festa. Nela, o povo entendia que ali estava o Senhor. Dos lábios de Davi vem a exclamação: “Como virá a Arca do Senhor para ficar na minha casa?” (2Sm 6,9). A Arca passa três meses em uma residência judaica, depois de ter sido recebida com muita festa: danças, gritos alegres e cantos festivos, porque ali se encontrava a presença do Senhor e isso era bênção para toda a família acolhedora (2Sm 6,10-11). É possível perceber a ligação estabelecida por Lucas entre esses textos e o encontro de Maria com Isabel, que provoca uma reação exultante tanto em Isabel quanto na criança no seu ventre, que “pula de alegria”. A presença de Maria é sinal da presença de Deus, Maria como a nova ARCA exclusiva de Deus, que se apresenta como realização das promessas messiânicas.  

Maria foi pensada por Deus como a kecharitoméne (κεχαριτωμενη), a pleníssima de graça, para ser a mãe da Graça salvífica. Isabel não vê a prima Maria, mas a Mãe do Senhor. Aquele momento expressa unicamente ação da graça de Deus, presença do Espírito Santo e, portanto, manifestação de fé. O encanto manifestado por Isabel revela o que se espera do povo antigo de Deus, mas também o encanto de todo a Igreja pelo mistério de Deus na vida de Maria, que foi feita encanto de Deus. Todo o seu ser exprime essa verdade. Por isso, nos lábios de Maria, o cântico dos pequeninos de Deus foi bem colocado: "A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador". Todo o ser de Maria é um ENCANTO para Deus. Ela é proclamada “Bem-aventurada” porque acreditou (Lc 1,45). No evangelho de Lucas, essa é a primeira bem-aventurança, marcada não pela visão, mas pela adesão total “porque acreditou”. Em Jo 20,29, Jesus afirma: “Felizes os que creem sem ter visto”. Não restam dúvidas que Maria é o que todos os cristãos devem ser com relação a Jesus. 

Maria é o sinal autêntico da Nova e Eterna Aliança. Sua presença provocou uma verdadeira transformação na realidade de Isabel, que ficou "cheia do Espírito Santo". Maria, plena do Espírito, portadora do Eterno, concede a Isabel a graça de perceber a grande novidade, o prometido, o Messias, já presente na história, ali no ventre da Virgem. No encontro das mulheres (as duas Alianças), dá-se o encontro de duas crianças, o Bendito, o Salvador, e o seu precursor, "a voz do que clama no deserto", aquele que, naquele momento, representa todo o povo de Israel. A criança no seio de Isabel alegra-se ao sentir a presença do esperado e, ali, recebe a Força do Altíssimo para exercer sua grande missão profética, a de ser o maior dos profetas por anunciar, batizar e apontar o Messias Servo do Senhor. 


“Minha alma glorifica ao Senhor”. O “cântico de Maria” é, na verdade, tirado do Antigo Testamento, uma parte de 1Sm 2,1-11 e alguns versículos de salmos. Para muitos biblistas, trata-se de um canto composto depois da Ressurreição de Jesus, atribuído, primeiramente, à “virgem” Israel, segundo sua condição de pobreza, humilhação e desprezo por parte de outras nações. Quando os primeiros cristãos perceberam que Jesus era, realmente, o Messias esperado, não tiveram dúvidas da ação divina em magnificar a “virgem” Israel, que seria para sempre chamada “bem-aventurada. Lucas, à luz do Espírito de Deus, compreendeu que se tratava de um canto totalmente voltado para a realidade da “Virgem” (cf. Lc 1,27), Mãe do Messias, pela qual Deus se fez presença no mundo. 
Escrito por Pe. José Erinaldo às 00h27
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OS DITOS IRMÃOS DE JESUS

OS DITOS IRMÃOS DE JESUS


  • Jesus é chamado de “o primogênito de Maria” (em grego: prôtotokos; Lc 2,7). “Portanto, ela teve outros filhos”, deduziu-se daí. Mas na Bíblia, de fato, a palavra “primogênito” designa o primeiro filho de uma mulher: “aquele que abre o ventre” (Lc 2,23), sem nenhuma referência à existência de um segundo filho. Na interpretação de quem quer rejeitar a virgindade da Mãe de Deus, o entendimento é o seguinte: é o primogênito porque houve outros. Na linguagem bíblica, diz-se primogênito porque foi quem abriu o ventre. Está bem claro no epitáfio grego de Tel Yaoudieh, publicado por J.-B. Frey em Biblica, 11,1930, pp. 369-390: “No parto de meu filho primogênito, o destino me conduziu ao termo da vida”. Posto que ela morreu durante o parto, é claro que esse primogênito exclui aqui um segundo.
  • Jesus, ao morrer, confiou Maria a seu discípulo preferido, que “a tomou consigo” (Jo 19,27). Os Padres concluíam daí que Maria não tinha outro filho que dela cuidasse. Certamente trata-se essencialmente de uma maternidade espiritual e, ao mesmo tempo, uma realidade material. Convém notar que o simbolismo de João tem sempre uma base material. Aqui a maternidade espiritual confiada a Maria comporta reciprocamente uma assistência e uma partilha a um só tempo material e espiritual com o discípulo preferido (Jo 19,27). 
  • Os dois evangelhos da infância não mencionam outro filho no lar de José e de MariaO episódio do reencontro no Templo (Lc 2,40-52) é particularmente significativo, pelo fato de Jesus ter 12 anos de idade e que as circunstâncias da romaria normalmente teriam levado a mencionar seus “irmãos”, caso ele os tivesse. Se Maria tivesse tido filhos pequenos, teria feito a peregrinação “a cada ano”? (Lc 2,4). 

  • Jesus é designado como o filho de Maria, com o artigo definido (Mc 6,3). Outro detalhe importante, quando Maria teve Jesus era ainda uma adolescente com seus aproximados 14, 15 anos. No episódio do Templo com os doutores da Lei, Jesus tinha já 12 anos. Isso significa que Maria deveria ter, nesse momento, entre 26 e 27 anos. Com essa idade, ela tinha apenas Jesus. Ora, o normal seria ela ter tido, caso fosse verdade, outros filhos na sua juventude, logo após o nascimento de Jesus, o que era comum para todas as mulheres. Mas não foi o que aconteceu. Jesus criou-se sendo o único filho da Virgem. 

  • Maria tinha uma irmã, sem dúvida mulher de Clopas, informa-nos Jo 19,25. Seus filhos, Tiago e José (ou Joset, conforme os autores) só podiam ser chamados de “irmãos de Jesus”, conforme a linguagem da Bíblia hebraica, assumida pela tradução grega dos Setenta e pelo estilo bíblico do Evangelho. É de se notar que os textos bíblicos nunca falam de filhos de Maria, mas sempre de “irmãos” de Jesus. 
Escrito por Pe. José Erinaldo às 00h21
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23/11/2016

Quarta-feira, 23 de novembro de 2016 Lc 21,12-19

Quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Lc 21,12-19

1. O texto de hoje continua a reflexão do mesmo capítulo de ontem. Em primeiro lugar, traz à tona a realidade de quem segue Jesus, os sofrimentos que suportará, passando, inclusive, pelo desprezo semelhante ao do Mestre, algo que cairá sobre si, porque segue alguém considerado “maldito”, tornando-se, assim, também “maldito” aos olhos de quem nada entendeu sobre o projeto salvífico de Deus. O que fizeram com a “Cabeça”, também farão com o “Corpo”.  O discípulo é, aos olhos de Deus um “oásis no mundo”, e, uma “desgraça”, na visão do mundo. Em segundo lugar, a dor, as angústias e os sofrimentos pessoais e dos irmãos possibilitarão uma tremenda mudança interior, uma gigantesca capacidade de crescimento na fé, na verdade e no amor, tornando cada pessoa que a Jesus se dedica um testemunho autêntico, um luzeiro salvífico, uma coluna protetora. Muitos, no mundo, precisam enxergar os discípulos de Cristo pelo testemunho, pelo dom de si mesmo, pelo amor total ao Senhor.

2. “Antes que estas coisas aconteçam”, Jesus ensina e motiva seus discípulos. Eles serão presos, perseguidos, entregues às sinagogas, levados diante de reis e governadores por causa do Seu nome. Serão entregues até pelos familiares e amigos, causando inclusive a morte de alguns deles. Serão odiados por causa do mesmo nome de Jesus, que não promete a paz segundo a mentalidade mundana, a sofisticação e as facilidades oferecidas pelo mundo. Aquilo que fizeram com o Mestre, também farão com seus discípulos. O que Jesus pede é fé, coerência e perseverança, confiança na Sua vitória e na Sua defesa. Ele é o bom Pastor, que estará cuidando do seu rebanho em todos os mais complicados momentos de sua vida. Se estiverem, por motivo de calúnias e perseguições, diante de autoridades iníquas, terão o Espírito Santo como seu Defensor. O importante é que cada um não siga as ideias e valores mundanos, mas tenham uma vida de fidelidade e comunhão total com o Senhor. 

3. Os discípulos são convidados a testemunharem, no tempo da Igreja, com sua vida, Jesus Cristo nosso Senhor. Testemunho que será realizado "permanecendo firmes", a fim de conquistarem a vida eterna. Que cada um, dentro da perspectiva lucana, leve em conta o que aconteceu com os que foram martirizados por causa de Jesus. Sem desanimarem, vendo o exemplos dos antepassados, mantenham suas esperanças na vinda do Filho do Homem, no tempo determinado por Deus, segundo seus desígnios. E ainda possam ser vigilantes, em oração e na proclamação corajosa da Palavra de Deus. Enquanto o mundo pensa no fim, o discípulo pensa na salvação de todos.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h27
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21/11/2016

Segunda-feira, 21 de novembro de 2016 Mt 12,46-50

Segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Mt 12,46-50

1. Os discípulos constituem a nova família de Jesus. Aqui não cabe a reflexão daqueles que vêem no texto um desprezo à Virgem Maria como Mãe. Essa não é a posição do evangelista. O contexto desse texto não é fácil porque há uma direta rejeição a Jesus por parte dos líderes judaicos, que andaram espalhando ser Jesus possuído pelo mal, e também por parte de parentes seus, que, pelo fato de nem serem profundos na fé nem no conhecimento de Jesus, e, além disso, influenciados pelos líderes de Israel, foram incapazes de enxergar NELE a presença de Deus. Eles foram incapazes de entender o mistério do Deus encarnado, um mistério desprezado por muitos, mesmo depois da vitória Jesus ressuscitado. 

2. Quanto à Virgem Maria, se queremos aprofundar o que disse Jesus, ninguém, depois de Jesus, foi mais obediente à vontade do Senhor do que Sua Mãe. Sendo assim, duplamente Maria seria Mãe: uma por ser de fato, naturalmente mãe por vontade de Deus, outra, pelo fato de fazer totalmente a vontade do Senhor. Então, em ambos os casos, Maria está ligada a Jesus: tanto nos laçoes consaguíneos quanto no âmbito da fé. Quem procura esse tipo de reflexão, prescidindo de Maria, diminuindo-a, sinaliza para uma espécie de inimizade com a Igreja Católica e, ao mesmo tempo, para uma certa deturpação do texto Sagrado. É triste quando isso acontece! A Palavra de Deus não pode ser usada para jogos de interesse pessoais, mas entendida segundo o mesmo Espírito que a inspiriou e aplicada no seu verdadeiro objetivo querido pelo próprio Deus. Essa deturpação da Palavra infelizmente existe por parte dos irreponsáveis heréticos de todos os tempos.

3. Aqui trata-se de uma família que tem como fundamento a vontade de Deus. Jesus não veio ao mundo para ser mais um membro familiar, para viver preso à mentalidade dos laços consaguíneos, para ser um grande homem na história. Pelo contrário, veio para realizar a salvação de todos. Ele é o Salvador, aquele pelo qual não somente tudo foi criado, mas também aquele pelo qual toda a criação foi salva. Ele é o Verbo de Deus, o Filho eterno, o Caminho, a Verdade e a Vida; Ele é Deus com o Pai. Sua vinda, portanto, constitui o tempo novo da nova familiaridade, que, não negando a importância da consanguinidade, tem seu fundamento na FÉ, como adesão total à sua pessoa e à sua obra. 

4. Jesus foi rejeitado pelas instituições de sua época. De fato, na sociedade e na religião Jesus não encontrou familiaridade nenhuma. Tudo para Ele foi desafio, rejeição e indiferença dos líderes judaicos, desprezo pelo projeto que Ele apresentava, negação de toda sua pessoa até a morte. Em outras palavras, Ele não foi amado pelos da mesma nacionalidade e religião, nem por muitos dos seus parentes. Ele tinha consciência de sua identidade, da missão a ele confiada e do Reino que anunciava e que estava presente nele. Em nenhum momento prescindiu do projeto do Pai por causa de laços sociais, religiosos ou mesmo de sangue. Diante disso, constituiu discípulos, pessoas que formariam Sua nova família, o novo povo de Deus, a Sua Igreja, uma família fundamentada na obediência à vontade do Pai, dedicada à missão salvífica e totalmente entregue à prática do amor, tendo a Verdade como fundamento e a Vida como objetivo supremo.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo

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