quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

OUTUBRO DE FÉ

5/10/2016

XXIX Domingo do Tempo Comum, 16 de outubro de 2016

Lc 18,1-8

1. No primeiro versículo, Lc deixa claro o objetivo do texto: "a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir". Ele sabe da importância da oração na vida de qualquer pessoa, especialmente na vida de um discípulo e de toda a comunidade cristã. Assim como as colunas são o sustentáculo de uma casa ou mesmo de um edifício, a espinha dorsal, o sustentáculo do corpo, assim também é a oração para a alma e, consequentemente, para toda a realidade pessoal (corpo e alma). Não se pode esperar nada de quem não tem vida de oração. Por que existe a necessidade de oração? Porque fomos criados para viver para Deus, por Ele e Nele; porque necessitamos da comunhão com Ele, pois do contrário não saberíamos o que somos de verdade, nem conheceríamos nossa origem e o nosso fim; porque somente em oração temos força para o combate contra tudo o que nos impede de sermos homens e mulheres dignos; porque precisamos vencer nosso orgulho, pois sem oração o homem continuará vivendo na ilusão de si mesmo; porque precisamos do alimento espiritual para poder continuar firmes nos desertos dos nossos tempos; PORQUE NECESSITAMOS ABSOLUTAMENTE DE DEUS EM TODOS OS SENTIDOS, PRINCIPALMENTE EM NOSSAS CONVICÇÕES. 

2. Quanto ao juiz, trata-se de alguém “não temia a Deus" e, consequentemente, "não respeitava homem algum". No final do texto, ele é chamado também de juiz injusto, iníquo, sem lei e sem fé. Na verdade, é alguém que só pensa no seu próprio bem, no seu conhecimento, no seu status quo, na sua posição, nos seus interesses e no nome que possui; não quer perder o poder e, além disso, serve-se dele para fazer o que bem entende. Do outro lado, encontra-se a viúva, lutando por seus direitos. Com a morte do marido, ela, sem advogados, vai por si só ao encontro daquele juiz, a fim de obter o que lhe é justo, o que lhe pertence. Ela tem um adversário que quer, a todo custo, tomar posse da herança deixada por seu marido por algum motivo não especificado. O fato é que ela insiste oportuna e inoportunamente. 

3. Ora, a comparação aqui realizada entre o juiz iníquo e Deus não é para afirmar que eles são iguais, mas para mostrar que se aquele juiz sendo mal pode fazer um bem, certamente à força, mediante o inconveniente da viúva, insistindo por seus direitos, muito mais o fará o Senhor, que é o BEM em si mesmo, o Criador e Salvador de todos. O texto transparece a situação em que vivem os discípulos: uma realidade de perseguição, provas constantes e, por causa da aparente ausência de Deus, muitos entrando num estado de desilusão, pensando que Deus não se preocupa mais com eles, não vem visitá-los, deixando-os sofrer as injustiças e perseguições do seu tempo. É como se estivessem sido abandonados por Deus. Lc quer mostrar que Deus não abandona os seus e que os atende para sua salvação. Por que tanta perseguição aos inocentes, principalmente aqueles que rezam? O mundo do pecado odeia a verdade, o amor e a vida. Esse é o mundo em que o homem inverte a situação de sua existência: ele deveria viver para Deus, mas age ao contrário, pretendendo colocar Deus como seu escravo. É o mundo do orgulho, do apego a si mesmo, das tiranias e opressões da vaidade e do desejo de escravos; mundo da satisfação individual; mundo narcisista, dos vícios e dos horrores; mundo sem horizonte, sem direção, sem sentido, sem futuro. Em tal mundo, ser verdadeiro, justo, amável, promovedor da paz e ordem, lutar para o bem do outro e da igualdade dos filhos de Deus, pensar sobre o que realmente dignifica o homem é ser pedra de tropeço para os "mundanos". Quem luta pelos seus direitos padece nas garras da burocracia corrupta, especialmente se for desprotegido. Quem defende os direitos dos inocentes também coloca sua cabeça na forca.

4. Por que Deus permite tanto sofrimento aos inocentes? Deus nos fez homens e mulheres livres, capazes de tomar nossas decisões ou para o bem ou para o mal. Na verdade somos livres para o bem da nossa comunhão com Deus, mas infelizmente em nossa limitação, muitas vezes preferimos o pecado. Muitos se entregam totalmente ao mal, tornam-se quase que uma espécie de encarnação satânica, prejudicando a si próprios e aos demais. As escolhas de qualquer pessoa não afetam somente quem as faz, mas a muitos que dependem ou vão depender delas. Alguém que decide matar milhões de pessoas, como no caso de Hitler, ou mesmo os terroristas, homens e mulheres que optam pela entrega cega de si mesmos à uma forma de vida, vendo somente seu mundo, seu universo interesseiro, não é impedido de fazê-lo porque, quando se pensa logo em Deus, sabemos que Ele tem outros modos de solucionar essa gravíssima situação. Deus conhece o interior de cada homem, mas também sabe que não pode eliminar a liberdade que concedeu à humanidade, e, ainda, sabe que pode conceder aos inocentes uma vida nova. Certamente isso é muito duro para nós, mas se não formos materialistas, temos consciência de que Deus, por ser Deus, se permite, é porque dará algo melhor tanto aos que padecem com a morte quanto a nós, indicando-nos um novo caminho na sua direção. Ele, o Pai, ofereceu-nos seu Filho amado. E qual foi a nossa reação? Por causa do nosso pecado, por causa de nossas más escolhas O lançamos na cruz. Quando livremente optamos pelo pecado, negamos o dom da nossa própria liberdade e concordamos, mesmo que indiretamente, em lançar Cristo na cruz.

5. A questão, no final do texto, evidencia um dado importante na comunidade e para a mesma: "será que o Senhor encontrará fé sobre a terra?" Em outras palavras, será que a comunidade está realmente confiante no Senhor? Será que, apesar das vicissitudes do tempo, ainda conseguem manter uma vida de oração perseverante? Será que ainda há encanto em suas vidas para com Jesus Cristo? Será que a "demora de Deus" não lhes fechou a abertura para o céu? Será que com o tempo não se deixaram envolver com os prazeres do mundo ou estão permitindo que estes, vagarosamente, mas de modo contínuo, vá ingressando no seu coração novamente? Lc insiste que a espera pela vinda de Jesus Cristo, o Salvador, deve ser mediante oração constante e persistente, confiante e desinteressada, corajosa e decidida, clara e totalmente voltada para Deus. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h02
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Sábado, 15 de outubro de 2016

Lc 12,8-12

1. Os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus Cristo diante do Sinédrio (cf. At 4,8; 5,32), mas também diante do mundo. Existe uma ameaça clara à ação de Cristo no mundo. O discípulo deve descobri-la e combatê-la mediante a fé em Jesus Cristo, sendo todo dele, sem reservas, corajosamente enfrentando qualquer coisa que contraria o anúncio da salvação, mesmo tendo que oferecer a própria vida. O martírio é a maior prova de amor de um discípulo para com seu Mestre.

2. O testemunho não pode ser dado sem o Espírito Santo. É o Espírito quem confirma o discípulo diante de Jesus, quem o coloca na trilha da salvação, quem o configura ao Salvador e o encoraja para a missão, mesmo tendo que enfrentar o que parece impossível. A ferocidade dos inimigos da salvação não tem força suficiente para eliminar um discípulo de Jesus, cheio do Espírito Santo. 

3. O Espírito Santo é o DOM pascal, é o DOM do Ressuscitado para seus discípulos. Quem nega a Cristo ainda tem a possibilidade de salvação, mas quem nega o Espírito não pode ser salvo, pois é o Espírito Santo quem "abre" o ser humano a Deus, quem quebra as barreiras internas, facilitando o diálogo com Deus, quem destrói a iniquidade e transforma cada um num santuário do Altíssimo. A conversão e o perdão são possíveis apenas por causa do Espírito Santo. Negá-lo, significa negar justamente a salvação e o perdão de Deus. Desprezar o Espírito de Deus, significa rejeitar toda a Trindade, porque o Pai age no Espírito, o Filho age voltado para o Pai no Espírito. O Espírito é Aquele no qual se dá a ação de Deus. 

4. O discípulo é aquele que, aberto plenamente ao Espírito Santo, por meio de Jesus Cristo, se volta totalmente ao Pai, e, no mesmo Espírito, clama como Cristo "Abbá". Com a força do Espírito, o discípulo será capaz de combater o que não é de Deus na sua própria vida, na sua comunidade e no mundo.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 07h28
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14/10/2016

Sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Lc 12,1-7

1. "Milhares de pessoas se amontoam para escutar Jesus". É uma referência à necessidade do povo quanto à verdade e à revelação de Deus. Essa multidão também representa a humanidade inteira no que se refere à urgente descoberta de Deus, da justiça, verdade e amor; uma humanidade que se encontra cheia de corruptos, hipócritas, mascarados e orgulhosos. Jesus Cristo se apresenta na condição de quem libertará essa humanidade, oferecendo-lhe a vitória sobre tudo aquilo que destrói o homem, especialmente a hipocrisia, um tipo de veneno destruidor da dignidade e da vida do outro. Os milhares apinhados ali querem somente realizar seus sonhos de liberdade e de paz, de justiça e de misericórdia. 

2. "Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos". Eles necessitam ser identificados com o Mestre; devem se prevenir contra o fermento dos fariseus, isto é, não devem ser hipócritas, coveiros da verdade e da solidariedade, eclipsadores do bem e da revelação de Deus; não devem aparecer mais do que o Mestre; nada que esteja preso à forma de pensar do fariseus na forma de governo, deve fazer parte da vida dos discípulos da Verdade. Os discípulos deve, portanto, proclamar, com coragem e clareza, a verdade sobre Deus e o homem, devem proclamar os ensinamentos de Jesus mediante uma vida profundamente ligada ao bem maior, ao Mestre e totalmente voltada para o Pai. Sem as amarras internas da hipocrisia e na força do Espírito Santo, os discípulos anunciar a Palavra da Salvação, na qual foram formados.

3. "... não temais...". A escola da fé de Jesus ensina a verdade, o amor, a justiça, a solidariedade, a misericórdia, a coragem, etc. Tudo aquilo que deve ser colocado para o bem da salvação do outro faz parte do plano formativo do Mestre de Nazaré. Além do ensinamento oral, os discípulos participaram das mais eloquentes lições do testemunho de vida da experiência de Jesus, que para realizar a vontade do Seu Abbà, não temeu o mundo, os homens e a morte. Sua vida foi sempre SIM quando era sim, NÃO, quando era não. Em tudo, foi sempre SIM ao Pai e à salvação dos Seus. Com esse testemunho, os discípulos são convidados, longe do fermento farisaico, a viver corajosamente o Evangelho e a confiarem absolutamente  na ação de Deus nos momentos mais difíceis de suas vidas. Livremente, à luz da cruz e ressurreição, trazer à luz a verdade escondida em muitos corações. 

Um forte e carinhoso abraço. 


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h34
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13/10/2016

Quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Lc 11,47-54

1. O texto acima nos quer mostrar o modo como os fariseus e escribas reconheciam a ação profética do passado, mas eram incapazes de perceber um profeta no presente. Ao construírem túmulos para se conservar a memória daqueles que derramaram seu sangue por causa do envio recebido de Deus, para anunciar a libertação do povo de Deus, eles (escribas e fariseus) estavam indiretamente confirmando a inocência dos profetas. Além disso, manifestavam sua cumplicidade na morte deles. Aqui está um exemplo do que ocorre hoje. É comum valorizar-se personagens do passado, que sofreram nas mãos de tiranos, que derramaram seu sangue por uma causa justa e, também, pode ocorrer, o mesmo com relação a pessoas da própria família, que foram fantásticas, quiseram somente o bem, mas que foram abandonadas, desprezadas por causa de jogos de interesse individuais e descabidos. Hoje chora-se os bons do passado, fala-se sobre eles com uma consciência mais pesada do que uma tonelada de cimento. Outros falam para parecer bonzinhos, outros ainda, para lucrar em cima do ocorrido, como acontece com o turismo.

2. Os donos da lei. Essas coisas são feitas por aqueles que detêm o poder tanto político quanto religioso em Israel. Os escribas, especialmente, controlavam o conhecimento, eram os mestres da Lei. Certamente, ser um conhecedor da Lei é muito importante. Jesus não quer contrariar quem estuda, quem se dedica ao conhecimento, mas combater quem faz uso do que aprende para manipular pessoas, para ser dono, ter posse e domínios sobre os outros, impondo o que a si interessa. Como acontece em qualquer área, aqueles que dominam no conhecimento querem se manter no posto em que se encontram e não querem concorrentes. É como se dissesse: cada um domina como pode no que lhe interessa. Esses tais impedem os outros de tomarem conhecimento da verdade e colocá-la em prática. O resultado final será o desprezo pelos homens e mulheres que se dedicam à causa do Reino de Deus.

3. No passado, os profetas foram rejeitados e mortos. No presente, mediante uma cegueira tremenda, rejeitam Jesus. Desse modo, a perseguição aos profetas atinge o ápice da rejeição. Certamente, o Corpo de Cristo sofrerá as mesmas consequencias. Jesus é perseguido nas palavras (como aconteceu na ditadura e ainda hoje), nos atos e na sua própria vida. O mundo do individualismo e do apego a tudo rejeita quem é livre, quem ama de verdade, quem vive a Lei de Deus, quem não é um pregador barato dos ensinamentos eternos, mas um fiel cumpridor em palavras e atos. Jesus Cristo é a Palavra de Deus, é o fiel cumpridor, é o livre, é o desapego em pessoa, é a esperança de salvação, é a luz verdadeira, é o único Mestre, o Verdadeiro Mestre. Daí porque ser tão perseguido. Todo seguidor de Cristo sofre das mesmas rejeições até a morte. 

4. Venceremos. Se formos fiéis a Cristo, seremos vencedores. É suficiente fazer a vontade do Pai, sermos autênticos discípulos do Amor, da Verdade e da Vida. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h42
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12/10/2016

Quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Jo 2, 1-11

Jesus se apresenta como o novo e verdadeiro esposo da humanidade. Ele é o único capaz de trazer vinho novo e insuperável para todos. O vinho é símbolo do amor (Ct 1,2) e sua abundância está associada à vinda do Messias. No contexto de Caná, o matrimônio conota o relacionamento entre Deus e Seu povo (Os 2,16-25; Is 1,21-23; 49,14-26 entre outros). Realacionamento este que tinha sido esquecido por muitos. De modo que a “Mãe do Senhor” vai afirmar: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3). Quer dizer, eles não tinham mais a alegria dos filhos de Deus, o saboreamento da verdadeira vida, da consciência de serem autênticos dons de Deus e, por isso mesmo, de pertencerem a Ele por convicção. 

Certamente muitas coisas fexaram-se na vida daquele povo. Eles perderam o gosto pela Lei de Deus. Já não obedeciam aos ensinamentos proféicos. Outros coisas se instalaram em suas vidas, como vícios, desejo de poder e dominação, interesses lucrativos, apegos a si mesmos, vaidades, entre outras coisas. De fato, eles já não tinham mais vinho, pois estavam embriagados de prostituições, adultérios, roubos, enganos e idolatria. Não havia mais vida na experiência com a primeira Aliança. O relacionamento com Deus foi adulterado.  

Em Caná se encontra o verdadeiro Noivo. Um fato interessante é que não se diz nada sobre a noiva. Sequer ela aparece na narração. É possível que seja proposital tal ausência, para que o leitor entenda que a noiva é aquela que aparecerá com a adesão a Jesus Cristo, mediante a fé e o batismo. Neste caso, a noiva vai se identificar com a comunidade dos seguidores, daqueles que farão de Jesus a razão absoluta de suas vidas. Certamente, tratar-se-á da Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo. 

Outro detalhe importante é que o episódio de Caná acontce no “sexto dia” da primeira semana simbólica do Evangelho de João. Isso siginifica associação a Gn 1,26ss, pois no sexto dia surgiu a humanidade. Essa referência quer dizer, portanto, o surgimento de uma nova humanidade, verdadeiramente voltada para o Cristo, inserida NELE, feita esposa de Jesus, “o novo e definitivo esposo”. Todavia, a hora desse “vinho novo” chegará apenas no momento da cruz, porque será a hora da manifestação máxima do amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo; a hora da misericórida por excelência; hora da entrega total do Filho de Deus; mas também a hora do juízo da humanidade, que ali percebe sua miséria, seu desprezo e, por isso mesmo, sua desumanidade. A cruz será a hora definitiva, preparadora da nova humanidade.

Quanto À MULHER, que, antes de tudo, é Maria a qual aparece relacionada com a hora de Jesus, simboliza também os serventes e Israel, que passa tudo a Jesus; que se lança para Ele e NELE confia absolutamente. Já o mestre-sala, que não reconhece a novidade vinda de Jesus, tão somente observa aquele fato como se fosse algo do próprio noivo. Agindo assim, ele não reconhece a NOVIDADE, mas continua num distanciamento do NOIVO VERDADEIRO, como aqueles que ainda preferem fechar os olhos diante do Messias ali presente para seguir, cegamente, a primeira Aliança. Em se tratando da água e do vinho, ambos podem também significar a Palavra de Deus que veio para lavar e purificar a humanidade e, também, torná-la nova e pronta para as bodas. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 13h11
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11/10/2016

Terça-feira, 11 de outubro de 2016

Lc 11, 37-41

1. Jesus Cristo, sem dar muitas voltas, aprofunda o tema "interior" e "exterior", mostrando que a verdadeira purificação é interna. Os fariseus vivem de fachada, pela aparência, puros para si mesmos, segundo seus esquemas, escravos de suas próprias definições, mas não abertos à ação de Deus, sem profundidade no essencial: viver a Palavra de Deus, sendo um autêntico dom. 

2. Jesus ensina que a vida do homem deve ser colocada nas mãos de Deus. Todo seu ser deve ser uma oblatividade. O texto não quer mostrar que Jesus não lavava as mãos antes de comer, mas corrigir a hipocrisia dos fariseus "puros". Jesus faz entender que a ação só tem sentido se a intenção realmente for a melhor possível, mas ressalta que só a intenção não basta. É preciso concretizar a reta intenção no gesto mais profundo de esvaziamento de si mesmo. 

3. O discípulo de Cristo deve, antes de qualquer coisa, ser um homem de Deus. Depois, conforme exigência da vocação cristão, ser desapegado de tudo aquilo que o impede de ser livre para amar com todo o seu ser, sendo todo para o Pai e todo para seus irmãos. Em seguida, deve agir verdadeiramente segundo uma consciência povoada pelo Espírito de Deus.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h38
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10/10/2016

Segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Lc 11,29-32

1. "Esta geração é uma geração má". Poderíamos nos perguntar por que é má esta geração. Talvez alguns começassem a responder pelo que presencia no dia-a-dia, como violência, discórdia, divisões, apegos desordenados, vícios, desvalorição do outro, desrespeito à dignidade das pessoas, terrorismo, tortura, exploração das pessoas, indiferença etc. Talvez possamos avançar mais profundamente, vendo as causas, como por exemplo: o próprio pecado, destruidor dos nossos sonhos, do desejo de Deus em nós; a nossa indiferença à vontade de Deus, à sua Palavra, ao seu apelo de conversão; a nossa persistência no erro, nos nossos vícios; o nosso apego ao nosso "mundinho", ao nosso "universo pessoal", às nossas vaidades; o medo de se lançar verdadeiramente em Deus. Esta geração é má porque REJEITA DEUS LITERALMENTE. Seus olhos não conseguem mais ver as maravilhas do Senhor, já não conseguem sentir mais o seu apelo de salvação, não têm mais encanto para com as coisas do alto. E pedem sinais. Para quê? Por quê?

2. Jesus mesmo é o sinal; é Deus conosco, é o Reino de Deus presente entre nós; traz por meio de Si a nossa salvação. Ele mesmo é o nosso "Caminho, Verdade e Vida". Em Si, está o juízo definitivo para todos os seres humanos, fora dele não há salvação. Ele é maior que qualquer outro profeta, pois todos existiram em função dele, para ele, como promessas apontadas na direção dele, que é a plenitude da Lei e dos profetas. Não se pode alcançar plenitude por outro caminho. Na verdade, nem existe plenitude para quem não escolhe o Filho de Deus. Nós fomos criados para a comunhão com Deus e essa só pode acontecer por meio de Jesus Cristo, que nos dá o seu Espírito Santo, o qual nos configura a Cristo para a glória de Deus Pai. 

3. Por meio de Jesus Cristo, somos chamados à conversão. Precisamos descobrir em Cristo o verdadeiro sinal do Pai. O Verbo se fez carne (mistério do esvaziamento de Deus), assumiu-nos, carregou sobre si nossos pecados, morreu por nós (ponto forte do esvaziamento) e, por nós, ressuscitou. Quer dizer: toda sua vida foi entrega de Si mesmo por nós, todo para o Pai e para nós, amando-nos de modo total, querendo somente o bem maior para nossa existência: a nossa salvação. De que outro sinal necessitamos? Por que somos tão cegos e tão ingratos? Por que somos tão indiferentes às coisas de Deus e tão abertos às do mundo e do demônio? Por quê?

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo

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