Quarta-feira, 14 de dezembro de 2016 - Lc 7,19-23
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Lc 7,19-23
João Batista certamente está preso. O que ouve falar sobre Jesus não parece estar na forma de suas pregações. Seu espírito forte, apegado exclusivamente ao essencial, absolutamente voltado para a verdade e, ao mesmo tempo, critico da realidade mundana, não estava muito satisfeito com o que ouvia acerca do Messias Jesus de Nazaré, que tinha uma forma diferente de ação. Jesus, por ser a verdade, lia por dentro cada um que DELE se aproximava, entrava em sua história, conversava com ele a partir de dentro e lhe dava uma possibilidade de salvação. Certamente tinha em mente o fim último de cada um, mas gostaria que todos pudessem experimentar, já no tempo, a alegria do céu.
Há uma expectativa de João em confronto com as atividades de Jesus. João pensava o fim da história, o julgamento do mundo como um fogo abrasador. O Messias seria aquele que realizaria tal julgamento naquele momento. De fato, Jesus veio com o Espírito e o fogo, mas colocando a humanidade em outra direção, mudando sua mentalidade, convidando cada pessoa que DELE se aproximasse a uma tremenda mudança interior, uma mudança de rota, a uma outro lógica, contrária aquela presente no mundo e por esse mesmo mundo amada. Jesus se manifesta como perfeita ação da misericórdia divina. Por ELE, o mundo pode vislumbrar a face de Deus. Suas atitudes, milagres e ensinamentos apontam para o Amor, a Verdade e a Vida, de modo que aqueles que entenderem o significado de Sua ação podem alcançar a salvação de Deus. Ele vai a todos, mistura-se com os pecadores, liberta os oprimidos, agindo simplesmente como Servo.
A realidade histórica de Jesus não bate com a expectativa escatológica de João, pelo menos segundo o que esperavam seus discípulos. Outros dizem que, na verdade, não era João que tinha dúvida sobre Jesus, mas seus discípulos. Por isso os envia até Jesus, a fim de eles mesmo percebam o verdadeiro Messias. O fato é que todos ficam encantados com tudo aquilo que acontece pelas mãos do Salvador. Jesus se mostra como o ROSTO DA MISERICÓRDIA, como BONDADE INFINITA, mesmo sendo infinitamente justo. Diante DELE ninguém se isola, ninguém é rejeitado. Todos são levados à sério, respeitados no que são e no que falam. Jesus dá vida às pessoas, sentido à existência delas, motivos para continuarem na luta do dia-a-dia, desejo de Deus. Jesus traz a esperança de volta, liberta o povo do julgo do pecado, colocando-se, assim, completamente na linha da profecia do Antigo Testamento, especialmente de Isaías.
João Batista, profeta da verdade, encontra-se agora diante da própria Verdade. O que ele concebia na sua mente, pode ver de forma concreta. Certamente o que vê é maior do que aquilo que imaginava. Na sua imaginação, ele concebia a verdade envolvida na sua prória personalidade, no seu temperamento e na sua forma de ver o mundo. Agora não, diante da Verdade personificada, ele pode ver o que amava independente dele, segundo a própria verdade em si mesma. A Verdade, Jesus Cristo, é muito maior do que tudo aquilo que João pensava dela. Ele agora tem como amá-la muito mais. João não vê somente o Messias esperado por Israel, mas o MESSIAS que ultrapassa todas as expectativas de Israel, o Filho de Deus feito carne, Deus mesmo na história.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h34
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13/12/2016
Terça-feira, 13 de dezembro de 2016 - Mt 21,28-32
Terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Mt 21,28-32
1. Jesus é rejeitado pelos que deveriam aceitá-lo. As lideranças do judaismo negaram Jesus. Apesar de terem como fundamental a teologia da "vontade de Deus", isto é, de fazer a vontade de Deus, foram incapazes do encontro definitivo com Deus através de Jesus Cristo. São esses o filho obediente no discurso, mas desobediente na prática.
2. O Reino não é daqueles que se acham justos, mas de quem, humildimente, pede perdão e faz penitência. Os pecadores acolheram Jesus. São identificados com aquele filho desobediente na resposta inicial, mas que, depois, decidiu-se pela vontade do Senhor. Em outras palavras, deixaram-se encontrar com Cristo, viram NELE a presença de Deus e a condição única de salvação. Reconheceram-se indignos de tal encontro salvífico, mas abriram-se à ação do Espírito Santo e aos ensinamentos do Mestre de Nazaré.
3. Rejeitar o Filho é também rejeição ao Pai. O Verbo se fez carne por vontade do Pai, que O apresentou como Palavra única de salvação: "escutai-o"; como Condição única de conquista do Reino, como a Verdade e a Vida. Quem escuta o Filho está escutando o Pai, está em obediência a Deus, está cumprindo as Escrituras. Jesus Cristo é o cumprimento perfeito da vontade do Pai, das promessas do Antigo Testamento, da profecia e da lei.
4. Obedecer o Pai é o mesmo que ter fé no Filho: "Ninguém vem ao Pai senão por MIM". Quem ainda não se encontrou com o Filho de Deus ainda não entendeu os mistérios do Senhor; ainda não entendeu a vontade de Deus, nem sequer se aproximou do conhecimento de Deus, de si mesmo, do outro e do mundo. Jesus é a única Palavra do "dicionário" de Deus, mas diz tudo e nada mais pode ser dito fora Ele; não existe outra LUZ, outro CAMINHO, outra VERDADE, outra VIDA, outro MESSIAS, etc.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 22h07
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10/12/2016
III Domingo do Advento (ano A), 11 de dezembro de 2016 - Mt 11,2-11
III Domingo do Advento, 11 de dezembro de 2016
Mt 11,2-11
1. “És tu mesmo aquele que há de vir, ou devemos esperar outro”? Ora, João Batista estava preso e gostaria de oferecer certeza para seus discípulos e também para ele sobre se Jesus seria, de fato, o Messias, pois o que ele escutava sobre Jesus diferenciava muito dele. Jesus comia com os pecadores, alimentava-se de coisas que não faziam parte da refeição de João e, ainda, tinha uma forma diferente de falar sobre o Reino de Deus. Jesus era, portanto, diferente na forma de ser, de se comportar e de falar com as pessoas. João era mais radical, mais apocalíptico e mais do âmbito do juizo final. Certamente, essas diferenças não permitiam uma clara visão do profeta com relação a Jesus. Tanto João quanto seus discípulos necessitavam de aderir, de uma vez por todas, ao Messias, combatendo a dúvida que atormentava a todos.
2. “Ide contar a João o que ouvis e vedes”. Jesus entendeu a necessidade de João, algo que não poderia ser saciado com palavras, mas com obras e testemunho de vida. Por isso, apresenta aos discípulos do profeta os sinais da presença do Messias esperado, do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, do libertador de Israel, que age com misericórida, lançando por terra a linguagem do medo e do terror, Aquele que realiza a presença do Reino de Deus: “os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (cf Is 35,5-6). Para Jesus, é preciso que o homem, criado com liberdade, tenha condições de andar; que esse mesmo homem participe dignamente da sociedade; que tenha direito de escutar a Palavra de Deus; que seja transformado numa nova realidade mais perfeita; e que, por causa do mesmo Messias, seja capaz de agir sempre a favor dos mais desfavorecidos, aqueles que dependem de atitudes concretas do bem. E Ele, Jesus, segundo Mateus, é aquele que veio realizar a justiça do Pai (cf. Mt 3,15).
3. “Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim”. Uma importante bem-aventurança de Jesus. Escandalizar-se por causa DELE é o mesmo que não suportar o que Ele faz, o que Ele ensina e o que Ele é. Ora, sabemos que Ele é, antes de tudo, todo para o Pai e veio ao mundo sendo todo para nós. Ele é o Verbo feito carne, o Bom Pastor, o Caminho, a Verdade e a Vida, nossa libertação, redenção e salvação. Ele se misturou conosco, assumiu nossa natureza, carregou nossos pecados, morreu por nós e por nós ressuscitou. Realizou milagres, falou aos corações, ficou do lado do sofredor, abraçou a causa dos marginalizados, esteve a serviço do bem, fazendo de Sua vida o mais importante Dom da humanidade. E escândalo, nesse caso, brota de quem não O suporta, daquele ou daquela que não tem a solidariedade com prática constante, que não entendeu nada de vida fraterna, que não sabe viver senão pra si mesmo, que está sempre preocupado com o mundo e suas “riquezas”. Escandaliza-se com Jesus quem não suporta fazer de sua vida um dom para o outro.
4. “… começou Jesus a falar a respeito de João às multidões”. Nos lábios de Jesus, Mateus procurou colocar uma definição para o profeta batizador, aquele que não habitou em palácios, mas sim num deserto, um homem totalmente livre de tudo, que não vestia roupas finas, mas tão somente pelos de camelo, que não tinha outra missão senão a de ser um profeta, mas não qualquer profeta, pois se trata daquele que veio preparar o caminho do Senhor, portanto alguém mais que profeta, de tal modo importante que o próprio Jesus o elogiou como aquele que, entre os nascidos de mulher, não teve quem o ultrapassasse em dignidade; um verdadeiro exemplo de homem que soube viver exclusivamente para Deus e para o cumprimento da vontade do Senhor; alguém totalmente despojado, entregue ao exercício concreto da verdade. João não foi alguém que se deixou guiar pelos sistemas da época. Pelo contrário, “caniço agitado pelos ventos”, foi sempre a voz clamante num deserto de corações ressequidos, ouvidos surdos, almas indiferentes a Deus e à Sua obra, olhos cegos para a verdade e pernas prontas para o pecado. Só existia um maior que João: ou o próprio Jesus, que colocou Sua vida a serviço de todos, ou os excluidos de todos os tempos e todos os lugares.
5. Estamos no Advento, esperando o Senhor chegar. Como deve ser nossa preparação? Tiago (5,7-10) nos responde com quatro pontos: é necessário, antes de tudo, ter paciência; depois, ser perseverantes; em seguida, estabelecer a unidade; e, por último, colocar os profetas como referências de suma importância. Eles falaram em nome de Deus, gastaram suas vidas por causa do Reino de Deus, não tiveram outro tesouro senão a Palavra do Senhor e o bem de todos, especialmente os sofredores.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 12h40
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09/12/2016
Sexta-feira, 09 de dezembro de 2016 - Mt 11,16-19
Sexta-feira, 09 de dezembro de 2016
Mt 11,16-19
1. "Com quem vou comparar essa geração?". Jesus procura responder oferecendo duas situações: uma de festa e outra de tristeza. A primeira convida à dança; a segunda, às lamentações. Nas duas situações, manifestam-se os que desejam fazer algo em vista do outro, como também aqueles que não se interessam por nada. Para os primeiros, a tentativa e o esforço; para os segundos, a indiferença.
2. Além da indiferença, há também uma tremenda incapacidade de discernimento, sinal da não abertura ao Espírito de Deus. O contexto de Jesus, marcadamente religioso, demonstrava, na elite religiosa um fechamento muito grande quanto à questão de Deus. Apesar de serem envolvidos com a Lei de Deus, com a Sagrada Escritura, em tudo revelavam uma profunda inclinação para o universo do conhecimento e da aprovação social. Nesse ambiente, dificilmente se escutará a voz de um profeta, que será um empecilho para os interesses da casta dominante. Aqui são colocadas duas figuras significativas: João Batista e o próprio Jesus Cristo. O primeiro, por fazer abstinência demais, não é acolhido nem ouvido; o segundo, por não seguir a mesma linha de João, pretendendo estar à mesa com os pecadores e cobradores de impostos, também não é acolhido nem ouvido. Nem um modo de ser nem outro é acolhido. As questões que se impõem são as seguintes: o que pensa essa geração? O que deseja de sua existência esse povo? O que concebem como essencial?
3. Nem todos foram indiferentes. Muitos seguiram os ensinamentos de João Batista e, depois, seguiram Jesus Cristo. Também muitos ouviram os profetas no passado. Tais seguidores tinham como riqueza não a sabedoria dos homens, o conhecimento do mundo, a lógica de quem domina, mas unicamente um coração simples, aberto à ação de Deus, cheio de esperança e confiança no Senhor. Vendo as obras, foram capazes de perceber a Sabedoria de Deus. É aqui que encontra o discípulo e a discípula tanto do tempo de Jesus quanto nos tempos atuais.
4. Hoje, a indiferença, quanto à verdade de fé, é gigantesca. Muitos não se sentem bem tendo que falar o nome de Deus; também sentem abuso quando se fala em religião; chegam a ter nojo da fé, como se bastasse o conhecimento científico que possuem. Muitos outros preferem os dizerem prontos, as frases de efeito, os discursos lógicos, os ditos científicos. Ainda outros, preferem viver de baladas, festas, futebol, bebedeiras, folias. Ainda há outros que preferem permanecer em casa grudados na internet ou no celular, dialogando por sms, whatsup, chat, etc, mas nada de fé, oração, silêncio diante da Palavra de Deus, santa Missa, caridade e diálogo pessoal em muitos casos. Outros ainda, vão à Igreja, muitas vezes fazendo do local um point; outros ainda, procuram ter conhecimento de tudo, até mesmo da vida alheia, menos da verdade do ser humano diante de Deus; por último, alguns poucos procuram a Deus verdadeiramente.
5. Quando vamos acordar para a Verdade da nossa Salvação? Quando, de fato, seremos absolutamente servidores do Senhor, movidos por um amor total? Quando a Palavra de Deus será o nosso alimento sem o qual será impossível viver? A quem estamos dando ouvidos atualmente? Por que jogamos tantas palavras fora e não valorizamos uma profunda comunicação com Deus? Será que nossa dificuldade com a oração não é justamente o fato de nossas vontades não serem atendidas? Será que não gostaríamos que Deus fizesse o que nos interessa, não nos interessando Sua Vontade para nós? Em outras palavras: nossas comunicações não são sempre visando a nós mesmos e isso não é justamente o infame do egoismo disfarçado de abertura ao outro?
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h47
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08/12/2016
Quinta-feira, 08 de dezembro de 2016 - Lc 1,26-38
Quinta-feira, 08 de dezembro de 2016
Lc 1,26-38
1. A Galileia, um lugar sem expressão, não ortodoxo precisamente, região não valorizada, cenário da desconhecida Nazaré. É a região dos pobres, dos marginalizados, daqueles sem crédito e sem voz. Nesse ambiente encontra-se Maria, pobre, mas aberta à iniciativa de Deus, ao seu chamado. Ela inaugura o novo tempo dos pobres como amados de Deus. Sendo ela dessa região, foi conhecida, preparada, predestinada e escolhida para ser a Mãe do Senhor. Deus escolheu o que o mundo continua rejeitando, para transformar num tesouro para Si mesmo. Por meio dessa pequenina, "A MENINA DE NAZARÉ", Deus entrou na história, participando dela como um igual, assumindo a nossa carne, a nossa realidade, certamente sem o pecado, mas assumindo os nossos para nos salvar.
2. Maria se tornou a kecharitoméne, isto é, a plena de graça, "plena do amor benévolo de Deus". Em Maria não havia brecha para o pecado. Ela é a INIMIGA da Serpente (cf. Gn 3,15). Ela não possui ligação nenhuma com o mal, todo o seu ser pertence exclusivamente a Deus, que a criou toda para Si para que ela pudesse ser toda para o bem da humanidade. Somente quem é todo pode se tornar todo para a salvação dos homens. Maria é um tesouro de Deus, amado por Ele, preparado para Seu Projeto salvífico e para ser sinal da ação libertadora. Deus a quis como Sua ARCA, como SEU TEMPLO, não feito por mãos humanas (cf. Is 66,1-2; At 7,48), como a Arca da Nova e Eterna Aliança, a Portadora de Cristo e do Espírito, a "MÃE DO MEU SENHOR" (Lc 1,43).
3. A virgindade de Maria, totalmente consagrada a Deus, tornou-se um sinal autêntico da divindade de Jesus. Sendo toda de Deus, seus interesses voltam-se exclusivamente para Ele, de modo que s. Agostinho afirmará que Maria era virgem tanto por não ter conhecido homem quanto por opção pessoal. Daí por que ela solicitar uma explicação sobre como conceber aquele filho. De fato, nela o Filho de Deus tornar-se-á carne, um de nós, por ação do Espírito Santo. Justamente hoje, a Igreja celebra a entrada do Salvador na nossa história, o dia em que a humanidade reencontra seu futuro e a condição de sua realização. Diante da opção de Maria, o anjo deixa claro que a obra de Deus nela não contará com a participação de homem e que isso não é impossível para Deus, que permitiu a geração a Isabel, uma anciã estéril. Lc esclarece que o menino Jesus, na Sua condição humana, foi criado diretamente por Deus, como fez com Adão, mas não utilizando a terra, e sim um ser humano pleno de Sua graça, uma MULHER, aquela que não tem comunicação com a SERPENTE, que não se ilude com o mal, a INIMIGA da SERPENTE. Lc indica, portanto, a NOVA CRIAÇÃO, o novo início, o novo ÉDEN.
4. A pobreza de Maria, bem como sua fé e abertura total à vontade de Deus, permitiram à Virgem de SER O MAIS PRECIOSO LUGAR DO MAIS IMPORTANTE ENCONTRO DE DEUS COM A HUMANIDADE. Maria, diferentemente de Eva, não dialogava com a Serpente, não se deixou atrair pelas tentações do mundo, não buscou a si mesmo nem duvidou de Deus. Pelo contrário, colocou-se absolutamete à disposição do Senhor. Maria não é fechamento da graça, mas abertura para Deus; não é contradição, mas clareza; não está no início da historia do pecado, mas da graça divina; não encabeça uma humanidade pecadora, mas uma realidade nova de discípulos, feitos filhos no Filho; não é Eva, mas Ave; não é uma vergonha, mas a Kecharitomene, a plena de Deus; não está escondida por causa do pecado, mas de braços abertos para receber o Salvador; não foi expulsa do Jardim, mas tornou-se porta para ele; não é lugar de separação, mas de encontro salvífico.
Um forte e carinhoso abraço
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h12
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07/12/2016
Quarta-feira, 07 de dezembro de 2016 - Mt 11,28-30
Quarta-feira, 07 de dezembro de 2016
Mt 11,28-30
1. "Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...". De fato, não é indo às autoridades de Israel, que impõem fardos pesados sobre os ombros dos mais simples, que o povo encontrará repouso, sentido e libertação. Na verdade, nenhuma autoridade desse mundo pode libertar ninguém. Jesus Cristo não quer ser um peso, um fardo insuportável, mas o Caminho, a Verdade e a Vida verdadeira, a libertação de todos. Quem DELE se aproxima encontra ternura, misericórdia, possibilidade de libertação e o verdadeiro sentido de sua existência. Por sua vez, as autoridades de Israel não respeitavam a fragilidade do povo simples, não lhe davam muito crédito, não levavam em consideração todas as suas necessidades. Pelo contrário, a esse povo impuseram uma lei dura demais, cheia de tantos nós, quase que impossíveis de serem desatados. O povo nem entendia tantas leis nem, na verdade, as praticava. Jesus oferece a mais pura compreensão da Lei de Deus e coloca-se, Ele mesmo, como condição única de salvação, deixando a todos o Seu testamento de amar absolutamente a Deus e ao próximo do jeito como Ele amou.
2. "Vinde a mim". A criação e a salvação acontecem por meio do Filho. Por Ele tudo foi criado, também por Ele tudo será salvo. Não se pode pensar em salvação prescindindo de Jesus: "Ninguém vem ao Pai senão por mim". O encontro com Jesus é necessário para a restauração e da pessoa e a descoberta de sua própria identidade. Sendo Jesus o Homem Novo, o Homem Perfeito, possibilita ao homem, que com Ele se encontra, enxergar seu futuro, aquilo que deve ser, aquilo para o qual foi criado. Além disso, ao encontrar-se com Jesus, o homem certamente tomará consciência de sua realidade criatural, frágil, limitada e necessitada da misericórdia de Deus; entenderá que não é perfeito, mas feito para a perfeição; que não é o senhor de ninguém, mas um irmão entre os irmãos; que não pode tudo, mas que foi criado para servir na construção de um mundo novo; que é um dom de Deus, mas que estava escondido na própria miséria.
3. O homem precisa ir ao encontro do Salvador. No contexto do texto havia opressões, exploração dos mais simples, deturpação do poder, arrogância, jogo de mentiras, luta por cargos importantes, gente de nome familiar forte, fazendo valer seu nome a qualquer custo, até mesmo tendo que pisar os mais simples, carrascos da fé; muitos usando o nome de Deus para manipular os demais, tê-los sob o próprio comando, enganando com falsa religiosidade, impondo fardos pesados, com o intuito apenas de lucrar às custas dos inocentes, dos pequeninos do Senhor. Hoje acontece do mesmo jeito. O homem ainda não aprendeu nada. Usa-se o nome de Jesus, com falsa expressão religiosa de humildade e santidade, tendo como objetivo a continuidade de sua vidinha voltada para si mesmo, apegado às honrarias mundanas, aos pegos terrenos, aos louvores de uma sociedade apodrecida. O homem precisa mudar de verdade, escolher o caminho da total entrega de si mesmo ao Senhor e à sua vontade.
4. Os que estão cansados e fatigados são todos os que já não suportam mais tanta injustiça, tanta enrolação, tanto descaso, tanta mentira e tanta exploração de sua dignidade e força. São todos os que passam fome, os que foram marginalizados, colocados à parte da sociedade, da família, da religião soberba, dos direitos sociais e da fé. Digo da fé, porque muitos não estão recebendo mais uma visita do seu pastor, a sagrada comunhão, a confissão, os sacramentos de modo geral; não têm direito nem a uma boa explicação da Palavra de Deus. Isso pode ser chamado de crime contra a salvação dos pequeninos de Deus.
5. Realmente, somente Jesus é o MANSO E HUMILDE, O PERFEITO E A NOVIDADE. É urgente que cada um tenha um encontro com Ele. Tanto o que sofre as consequencias das tiranias do mundo quanto os tiranos, todos, todos deve buscar a salvação, especialmente os sofredores. Somente em Cristo, o homem encontrará sentido para lutar, para enfrentar os desafios do tempo, de si mesmo e da própria família; para combater contra as tendências pessoais, contra si mesmo e contra tudo o que o separa de Deus; somente em Cristo, cada um se tornará livre, mesmo nas dificuldade diárias, para viver dignamente o chamado de Deus a uma vida nova e a ser de fato um dom para a construção de um mundo fraterno.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h31
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06/12/2016
Terça-feira, 06 de dezembro de 2016 - Mt 18,12-14
Terça-feira, 06 de dezembro de 2016
Mt 18,12-14
1. "O que vos parece?" O modo como Jesus educa difere muitíssimo daqueles que estamos acostumados a perceber nos que se dizem "mestres e doutores". Ele não força o outro a ter que pensar do jeito DELE. Pelo contrário, seu modo de ensinar conduz o ouvinte à reflexão, permite que o outro tenha a possibilidade de criar, a partir de seu próprio pensamento, um ambiente acolhedor àquelas palavras essenciais, ditas de modo fascinante. Aquele que ouve é quem se sente na obrigação de guerrear dentro de si mesmo, a fim de atingir aquilo pelo que foi tocado de modo extraordinário.
2. Jesus revela o imenso interesse salvífico de Deus. A vinda de Jesus ao mundo é, concretamente, a resposta ao texto de hoje. Por meio do Filho, o Pai veio procurar sua criação, veio dizer a ela o quanto seu Amor é grande e que nunca desistirá do desejo de salvá-la, configurando ao Filho no Espírito Santo. Como na parábola do filho pródigo, aqui o texto demonstra a iniciativa misericordiosa da salvação, que Deus se preocupa com o seus e que os quer com Ele. O discípulo sabe que é um "mísero inseto", um nada, mas infinitamente amado e protegido por Deus. O texto é claro quando diz que a alegria de ter encontrado a ovelha que se perdeu é maior do que pelas noventa e nove salvas. Realmente Deus olha a mim e a vc, qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, rico ou pobre, santo ou pecador, feio ou bonito, sadio ou doente, desejando apenas uma coisa: que cada um se deixe encontrar por Ele.
3. A ovelha desgarrada num primeiro momento acha que é livre, pode fazer tudo, comer em qualquer pasto, beber em qualquer fonte, tomar sol na hora que quiser, banhar-se quando bem entender, mas vem a noite, e aí passa, num segundo tempo, a se sentir sozinha, sem o pastor a lhe acariciar a testa, olhar um ferimento no casco, chamá-la pelo nome e permanecer ali, de guarda, protegendo-a. A solidão toma conta de sua vida, não está em casa, outros querem usá-la, ninguém a vê como ovelha do rebanho, mas como uma estranha naquele ambiente; não é acolhida, abraçada, mas tida quase como um câncer. Ali, ela está à mercê de todos, seu valor lançado por terra, sua dignidade escondida, seu futuro nas mãos do acaso ou de tiranos.
4. Assim se encontram homens e mulheres que fogem do seu lar salvífico, que procuram viver o que pensam de qualquer modo, que acham que são donos de si mesmos, que optam por uma vida sem Deus. Mesmo nessa condição, Deus vem, com certeza, ao encontro de cada um não como um carrasco, não como um ditador, desrespeitando a liberdade que cada um possui, mas do jeito de Jesus Cristo, fascinante nas palavras, Obediente na ação, Justo no objetivo, Servo na missão, Amigo da humanidade segundo sua vida na história e Misericordioso na atitude. Por meio do Verbo feito carne, o Pai não quer perder nenhum sequer dos seus pequeninos, de todos os que fizeram, fazem e farão opção de vida por Ele; não quer perder a obra de suas mãos.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h42
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05/12/2016
Segunda-feira, o5 de dezembro de 2016 - Lc 5,17-26
Segunda-feira, 05 de dezembro de 2016
Lc 5,17-26
1. "Um dia Jesus estava ensinando". Ele é o Mestre por excelência, mesmo não tendo passado pelas escolas filosóficas da Grécia nem pelas escolas religiosas de Jerusalém. ensina não somente aos seus discípulos, mas até mesmo aos mestres de Israel, aos escribas e doutores da Lei. Ele é o Mestre, porque é o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA: Ele veio do Pai, é o Verbo do Pai: é a ÚNICA Palavra do Pai, mas que diz tudo. São João da Cruz afirma que "O Pai disse tudo por meio do Seu Filho". Ele é o Mestre na arte de ensinar, de obedecer e de fazer o bem de modo geral: é o Mestre também na libertação física e espiritual das pessoas: Ele é o Mestre porque tudo faz, colocando-se totalmente à disposição da salvação dos seus discípulos.
2. Encantados com Sua pessoa e suas palavras, muitos acorrem a Ele com confiança total. A multidão O cerca. Um caso, dentre tantos, é o do paralítico do texto em questão. Sem citar nomes, Lc diz que "Uns homens" levaram um paralítico até Jesus, movidos unicamente pela fé. Enfrentaram todos os empecilhos possíveis (a multidão e o ambiente de difícil acesso), mas não se subtraíram do objetivo proposto. Fizeram o maior esforço, destelharam a casa e chegaram a Jesus. O encontro com Cristo não é tão fácil como se imagina, não porque Jesus se faça de difícil, mas porque o mundo o odeia e coloca tudo o que for preciso para que ninguém chegue até Ele. Aproximar-se de Cristo é perigo para quem deseja continuar nas trevas. Quem o faz enfrenta, em si mesmo, o mesmo ódio que levou Jesus à morte.
3. Primeira atitude do Mestre foi libertar o interior daquele paralítico. A cura deve ser, antes de tudo, na alma. O perdão por Ele concedido manifesta não somente o poder que possui contra o mal, mas também sua condição divina, pois só Deus pode perdoar pecados. O perdão é a mais bela manifestação do amor. Jesus expressa claramente, mediante sua atitude libertadora, duas coisas importantes: o reconhecimento da fé de quem o procura e a manifestação da misericórdia de Deus pelos necessitados de sua justiça.
4. Depois do encontro com Cristo, aquele novo homem saiu louvando a Deus. Na verdade, toda cura é para honra e glória do Senhor. Como diz santo Irineu, a glória de Deus é o homem vivo. Que hoje e sempre, cada batizado e batizada possa ser, em si mesmo, um louvor ao Senhor, uma expressão viva de sua bondade e a visibilidade de sua existência.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 12h39
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03/12/2016
Sábado, 03 de dezembro de 2016 - Mt 9,35-10,1.6-8
Sábado, 03 de dezembro de 2016
Advento.
Mt 9,35-10,1.6-8
1. "Jesus percorria cidades e povoados". Sua mensagem deveria chegar a todos, sem exceção. Onde pregava? O texto é claro: nas sinagogas ali existentes. As sinagogas são lugares de oração e reflexão do Antigo Testamento por parte dos Judeus. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, o povo de Deus passou a se reunir em "templos" menores, a fim de continuarem firmes na vivência e no aprendizado da Lei de Deus. Nesses pequenos "templos", Jesus pregava. O mesmo fizeram seus discípulos no início do cristianismo até serem expulsos da convivência judaica. O que Jesus anunciava? A resposta também é clara: o Evangelho do Reino. Na verdade, Jesus mesmo é o Reino presente na história da humanidade. Um modo utilizado no anúncio do Reino é o da libertação física por meio de milagres, que serviam como sinais da ação misericordiosa de Deus para com os homens e mulheres, e, ao mesmo tempo, como indicação da presença do Deus Salvador.
2. Jesus se compadece das multidões. Sabe que estão no mundo sem verdadeiros líderes; que estão expostas a qualquer tipo de perseguições, assaltos, roubos, assassinatos, investidas satânicas, pessoais e de outros semelhantes. Além disso, padecem pela corrupção dos líderes políticos, econômicos e religiosos. Estão famintas do pão de cada dia e de libertação física, espiritual; estão sedentas de justiça, amor, esperança e fé. Vivem num mundo sem horizonte e referenciais autênticos. Diante de tão grande rebanho, Jesus reflete sobre o grande desafio de arrebanhar esse povo, dando-lhes o que realmente é essencial. Ali estão Jesus e seus Apóstolos, também alguns discípulos, o que fazer então? Jesus pede aos seus que orem ao Senhor da Messe, o Pai, que envie operários, líderes autênticos, pessoas totalmente envolvidas com a causa do Reino, completamente apaixonadas pela missão evangelizadora e conhecedoras da doutrina da salvação, a fim de que possam, mo meio de um mundo desumano, agir como transparência de Deus na história, testemunhando a verdade, o amor e a vida para a vida de todos no amor e na verdade. Esses devem ajudar na colheita, porque quem faz crescer e dar frutos é o próprio Senhor.
3. Jesus chama seus apóstolos e discípulos; dá a eles o seu poder; forma-os na sua doutrina; envia-os para as mesmas pessoas; e exercem tal missão como servos à semelhança do Servo. Os discípulos de Jesus farão as mesmas coisas realizadas por Ele. Não temerão o mundo nem o poder de Deus neles. Devem aplicar o que são, por graça de Deus, em benefício de todos. Devem ser dons de Deus para o bem salvífico da humanidade. Certamente, no contexto de Jesus, antes de tudo aos judeus, mas sem negar que missão libertadora é para todos os povos, pois todos pertencemos a Deus.
4. Hoje nós somos chamados a responder esse apelo de Jesus. Mais do que nunca, nossa sociedade e nosso mundo necessitam de homens e mulheres empenhados na missão evangelizadora. A humanidade segue sem rumo, sem destino, sem horizonte, sem referenciais. É urgente que surjam homens e mulheres de oração e compromisso; pessoas conhecedoras da doutrina e da verdade do ser humano; homens e mulheres capazes de serem instrumentos da ação de Deus na história, tendo como único interesse fazer o bem, salvar e educar na fé aqueles e aquelas que serão os novos discípulos de Jesus. Não se pode mais perder tempo! É agora a hora de se tomar uma decisão radical por Cristo. O chamado de Deus não foi cessado. Deus não desistiu de chamar homens e mulheres para a missão. Se em você existe um pequena chama de um convite de Deus, então abra o seu coração e, sem medo, entregue-se a Ele. Não destrua dentro de você o dom de Deus para a salvação do outro.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h37
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02/12/2016
Sexta-feira, 02 de dezembro de 2016 - Mt 9,27-31
Sexta-feira, 02 de dezembro de 2016
Mt 9,27-31
1. Dois cegos seguiram Jesus e gritavam. Certamente, apesar da cegueira física, os dois tinham o interior iluminado. No texto, não se menciona seus nomes, são apenas duas pessoas necessitadas de visão. Quem são os dois? Todos os que somos necessitados da visão de Deus, da visão da verdade, do amor, da dignidade própria e do outro, do bem maior para todos. Uma diferença para com muitos atualmente é que os cegos, mesmo não tendo a visão física, tinham já alma iluminada, acreditando que Jesus tinha o poder de libertá-los da cegueira. Hoje, muitos têm a visão física, mas são cegos quanto à sua interioridade. Eles gritavam, dando a impressão de urgência, necessidade imediata, de que aquele era o momento único da libertação deles; era o grito de socorro, indicativo de um verdadeiro desejo de mudança. No grito deles, estava evidente o anseio do povo de Deus pela chegada do Messias: "Tem piedade de nós, filho de Davi".
2. Jesus quis mostrar para eles que a cura, a libertação está ligada a um fé verdadeira. Aderir a Deus é mais importante do que qualquer coisa ou pessoa; ensinou-lhes que ninguém deve buscar o milagre pelo milagre, uma vez que este é apenas um sinal de Deus para os homens. Os cegos, como qualquer outra pessoa, devem, antes de qualquer coisa, ter como objetivo profundo encontrar-se verdadeiramente com o Filho de Deus e escutá-lo. Certamente, o resto será dado por acréscimo. Não se deve procurar o milagre, mas Aquele que é a luz e tem o poder de curar. Os cegos acreditavam que Jesus podia curar, acreditavam no Senhor; invocaram a piedade divina. Antes de ser curado no físico, a pessoa deve ser curada na alma. Mediante a fé, os olhos podem se abrir para enxergar a Verdade, distante de muitos corações.
3. Jesus lhes proibiu de falar para outros o que aconteceu. O que significa essa proibição? É que muitos iriam conceber Jesus como um fazedor de milagres, um curandeiro, pondo de lado o verdadeiro significado de sua pessoa e de sua missão. Jesus não queria fazer milagres, mas conduzir todos a uma verdadeira adesão à sua Pessoa e à sua obra. Os milagres aconteceram e acontecem ainda hoje como sinais autênticos de sua presença e ação libertadora, a fim de que todos, vendo, acreditem.
4. Eles não resistiram e espalharam a fama de Jesus por toda a região. O bem não pode ser trancado a sete chaves. Ninguém consegue aprisionar uma graça recebida. Aqueles que fazem o bem, por mais que sejam perseguidos, abandonados, profligados, por causa do bem que fazem, serão sempre lembrados, respeitados e estimuladores de homens e mulheres para uma vida segundo a vontade de Deus. Quem é cego diante de Deus e se converte, torna-se discípulo de Jesus Cristo e proclamador de sua Palavra. Que assim seja comigo, com vc e com todos no mundo inteiro.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 11h39
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01/12/2016
Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016 - Mt 7,21.24-27
Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016
Mt 7,21.24-27
1. Concluindo o Sermão da Montanha, Jesus propõe aos seus discípulos um avanço para além do comum, do cotidiano das pessoas, do mais ou menos da vida, daqueles que acham que dizer "Senhor, Senhor" é suficiente para a conquista do Reino de Deus, mas continuam seguindo seus caprichos, suas velhas ideias, seus interesses. Muitos pensam que agindo dessa forma são suficientemente prudentes, pois fazem o que sua inteligência aponta como certo. Certamente, muitos nem sequer invocam o nome do Senhor. O discípulo é convidado a ultrapassar essa realidade até atingir o essencial, escondido de muitos olhos e corações.
2. É necessário fazer a vontade do Pai; por em prática o que Ele deseja. A pergunta é: qual é a vontade do Pai? Na transfiguração, o Pai disse: "Este é o meu Filho amado, escutai-O". Antes de tudo, fazer a vontade do Pai é ESCUTAR o seu Filho Jesus Cristo, que é Sua Palavra, Palavra de Salvação. A escuta exige atenção, percepção, respeito, obediência, afeto e decisão. O discípulo é convidado a escutar atentamente a Palavra do Pai e, uma vez envolvido por Ela, decidir-se em proclamá-la pelo mundo inteiro, mediante o testemunho de uma vida apaixonada pela causa do Reino de Deus.
3. Fazer a vontade do Pai é também colocar em prática a Lei de Deus, os seus Mandamentos. Inclusive, aqui reside a prova de amor por Ele. O discípulo diz "Senhor, Senhor" com atitudes, com amor, com encanto nos olhos e na alma, com a própria vida. Os mártires ensinam como dizer "Senhor, Senhor". Dar a vida pelo outro, é dizer para ele "eu te amo". Assim fez Jesus, o mesmo fizeram milhares de cristãos por Jesus Cristo, ainda o mesmo continua a Igreja fazendo nos tempos atuais e nunca deixará de fazê-lo enquanto este mundo existir. Em cada cristão, em cada discípulo existe o chamado a viver de modo pleno os Mandamentos do Senhor: ser todo para Deus e todo para a salvação dos homens.
4. Fazer a vontade do Pai é viver do jeito como Jesus viveu, sendo todo para o Pai e todo para a humanidade, na condição de Servo, obediente, absolutamente enraizado no objetivo salvífico da humanidade. Toda sua vida aqui foi revelação de Deus, do homem, da verdade, do amor, da vida e da mais elevada missão da humanidade. Na sua vida, combateu a sede de poder do mundo, a ambição dos homens, a exploração de uns pelos outros, a soberba dos dirigentes e intelectuais, a armadilha do apego às coisas terrenas, a si mesmo e aos outros, e a insensatez do homem de achar que em si mesmo já possui o necessário, que é auto-suficiente, ou ainda absolutamente autônomo.
5. Fazer a vontade do Pai é escutar o Filho, cumprir a Lei de Deus e viver a condição de servo, abraçada por Jesus. Somente por meio de Jesus Cristo, seguindo seus passos, vivendo como Ele viveu, que o discípulo colocará em prática a vontade Deus e entrará no Reino dos Céus. Dessa forma, estará o discípulo construindo sobre a Rocha, que é Cristo mesmo. Fora de Cristo, não existe futuro, pois é insensatez construir sem alicerce, sem a verdade, prescindindo da Palavra de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h22
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30/11/2016
Quarta-feira, 30 de novembro de 2016 - Mt 4,18-22
Quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Mt 4,18-22
1. Deus nos fez para Ele, para viver em comunhão com Ele em todos os momentos de nossa vida, principalmente na eternidade. Viver com Ele, Nele e para Ele significa conversão, estado de homem novo. A possibilidade de salvação nos foi dada por Jesus Cristo, por quem tudo foi criado e salvo objetivamente. Jesus nos dá o seu Espírito Santo, que nos configura ao Filho, para a glória de Deus Pai. É o Espírito Santo quem realiza em nós a restauração do que somos como imagem e semelhança de Deus, que nos diviniza e nos torna filhos no Filho Jesus Cristo. Todos fomos chamados à divinização, à filiação eterna. Para isso, é necessário mudança total, desapego de tudo, desprezo por tudo o que não é amado por Deus, disponibilidade, obediência e coragem para enfrentar a cruz por causa do Reino de Deus.
2 Jesus veio salvar a humanidade, testemunhando com a própria vida o amor trinitário por todos. A continuação desse missão, por força da ação do Espírito de Deus, ficou sob os cuidados da Igreja, instrumento da ação de Deus no mundo e na história. A Igreja não é uma invenção humana, não é fruto dos interesses de poderosos, mas é uma criação exclusiva de Deus, que a quis para si, para ser o lugar de sua presença sacramental na história. A Igreja nasce da iniciativa de Deus, é seu instrumento legítimo para a realização salvífica dos povos, é o lugar do encontro entre Ele e o homem.
3. Jesus chamou Simão Pedro e André, dois irmãos pescadores. Ele mesmo tomou a iniciativa de chamá-los. Eles, por sua vez, largaram imediatamente as redes e O seguiram. Duas coisas importantes aqui: primeiro o advérbio IMEDIATAMENTE. O tempo urge, não se pode esperar mais, o tempo é agora. Além disso, pode significar a disponibilidade do discípulo, a prontidão para servir o Senhor, o estar absolutamente colocado à disposição da vontade de Deus. A segunda coisa são as redes, instrumentos necessários para a subsistência. Mesmo assim, foram abandonadas em vista de um projeto de ordem superior, o projeto salvífico. Abandonar as redes, significa abandonar o que a si interessa, para viver o sonho de Deus.
4. Jesus está passando perto de você agora. Talvez você não esteja à beira mar, à beira de um lago, pois pode ser que ainda esteja em casa, ou ainda, na cama, talvez já no trabalho, dirigindo, andando, conversando com alguém, em suma, esteja você onde estiver, Jesus está passando perto de você agora. Deixe-se envolver por Ele, escute Sua palavra, atenda Seu convite de salvação, abandone-se ao Seu chamado e, sem medo, largue o que para você é um tesouro e abrace o próprio Cristo e Sua missão. O mundo precisa de homens e mulheres que largam tudo por causa do Reino de Deus; que se transformam em “pescadores de homens”, aliados de Jesus Cristo no combate ao mal, pescando almas para o Céu. O gesto de de pescar quer dizer tirar das águas, símbolo do domínio do mal, para colocar sob o domínio do Senhor. O mundo indiferente a Deus é semelhante ao mar, é o âmbito do pai da mentira, chamado de o “príncipe desse mundo”. É necessário que eu e você larguemos tudo, a fim de que se realize a salvação de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h59
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29/11/2016
Terça-feira, 29 de novembro de 2016 - Lc 10,21-24
Terça-feira, 29 de novembro de 2016
Lc 10,21-24
1. Depois do retorno dos 72 discípulos da missão, Jesus exulta no Espírito Santo e coloca-se diante do Pai com uma consciência extremamente filial. Ele todo para o Pai, em tudo faz a vontade do Pai. Por causa do Pai, é todo também para o ser humano. Na oração de Jesus, o acento maior cai sobre aqueles que são os "pequeninos" e não os "doutos", sobre os que poderiam ser rejeitados como insignificantes para o mundo em matéria de fé, no conhecimento da Lei, na clara expressão de vida religiosa. Jesus sabe que pode capacitá-los e o faz com total liberdade e lhes confia a missão.
2. Que bom saber que a Igreja, na história, não é fruto do poder arrogante nem do mundo religioso nem do mundo político-econômico, mas fruto da decisão de Jesus, que lhe dá seu Espírito Santo, a fim de que ela vá pela estrada que conduz ao Pai, sendo capacitada pelo próprio Cristo. Hillel, mestre judeu da época de Jesus, afirmava que "Um ignorante não evita o pecado, e um analfabeto não pode ser piedoso". Certamente uma frase que aguçava o interesse dos alunos em sair de tal estado, para se tornarem grandes conhecedores, homens do conhecimento. Mas em Jesus, por outro lado, tal pensamento tomava a direção da formação do "ignorante" no conhecimento de Deus no ambiente dele, não nas grandes escolas, mas na sua casa, onde habitava. Um conhecimento dado gratuitamente pela doação DELE e dos seus discípulos. No Talmud, livro de interpretação bíblico-judaica, encontra-se a afirmação de que "Não há outro pobre senão aquele que é pobre de saber", frase que servia de orgulho para quem tinha condições de sair dessa "pobreza" financeiramente.
3. Jesus sabe que o verdadeiro conhecimento é o conhecimento de Deus, dado agora, nos últimos tempos, através DELE, que está próximo a todos, como o DOM salvífico, revelador da Verdade de Deus e do mistério da salvação de todos. Por meio DELE se cumprem todas as promessas. Ele próprio se apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida, condição absoluta de retorno à casa do Pai, ao encontro definitivo com Deus. Esse conhecimento deve ser dado aos pequeninos, ao que acolhem o projeto de Deus, aos que encontraram no Filho de Deus a razão absoluta de suas vidas. É um conhecimento que parte de Deus, pois a iniciativa é DELE, e conta com a resposta dos simples e humildes, daqueles que não têm em quem confiar, que não têm escórias, mas tão somente vontade de viver a alegria de ser alguém em Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h10
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28/11/2016
Segunda-feira, 28 de novembro de 2016 - Mt 8,5-11
Segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Mt 8,5-11
1. Um oficial romano, pagão, excluído do povo de Deus, manifesta duas coisas importantes: o amor ao próximo e uma fé jamais vista em Israel. Diante de uma situação irreversível para a realidade contextual daquele romano, vendo seu empregado sofrendo com uma paralisia, talvez o melhor ou um dos melhores funcionários, coloca-se à sua disposição para vê-lo curado. Tal atitude revela um homem bom, digno. Fazer o bem não depende de instituições, grupos, movimentos, entidades, mas tão somente de um coração que reconhece a própria limitação e a necessidade do outro. O amor é universal, não se prende a nada, é livre nas mentes e corações no mundo inteiro. Ele somente deve ser exercitado, posto em prática continuamente. No mundo religioso a exigência ainda é maior. E para um discípulo, ainda mais, pois o amor encontra seu mais perfeito significado em Jesus Cristo. É Cristo quem define o amor como sendo entrega total de si para o bem do outro. Nesse sentido, o amor é oblatividade.
2. O segundo ponto é o da fé. Aquele oficial acreditou verdadeiramente em Jesus Cristo. O detalhe é que ele sabia de sua indignidade, do seu ser pecador, que, na sua visão, impossibilitaria Jesus de se fazer presente na sua casa, pois para ele seria suficiente a Palavra de Jesus e o milagre seria realizado. Para ele, a Palavra de Jesus era Palavra de Salvação. No modo como se desenrola o texto, evidencia-se que o Oficial demonstra um reconhecimento divino em Jesus Cristo, que dando ordens, sua vontade será cumprida. Até então, ninguém acreditava dessa forma em Israel. Aquele romano, ultrapassou as expectativas, os conceitos do paganismo e mundo israelense, do modo de pensar da cultura grega e da política romana, indo além das definições científicas de sua época, quando simplesmente abandonou sua causa, seu objetivo, seu ato de amor, nas mãos de Jesus.
3. A salvação não está presa a Israel, não se limita aos conceitos humanos de religião. Só existe salvação onde se vive o amor, a verdade, a vida, mediante uma fé madura, profunda, como adesão total a Deus e à sua obra. A plenitude do amor e da vida é encontrada em Jesus Cristo, a Verdade do Pai para a salvação do mundo. A presença do amor em qualquer pessoa, a busca pelo absoluto em todos os povos, o interesse pela verdade no universo inteiro e a manifestação religiosa nos povos, tudo isso demonstra que a criação é obra das mãos de Deus; que tudo foi criado por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo. As sementes do Verbo do Pai estão presentes em todos os povos, línguas e nações. Esse Verbo se fez carne e por Ele agora toda a obra de Deus encontra sua plenitude. Encontrar Cristo, portanto, o Verbo do Pai feito carne, é encontrar a Deus, a si mesmo, o outro e a natureza; é encontrar o verdadeiro sentido da existência; é descobrir o desejo de Deus sobre sua criação, especialmente, o ser humano.
4. Depois de curar o servo do oficial romano, Jesus toma a iniciativa da libertação da sogra de Pedro e de muitos outros que foram até Ele naquela tarde. O gesto de Jesus O revela como o Servo, Aquele que se coloca à disposição dos sofredores, libertando-os de suas mazelas e dando-lhes um horizonte novo de vida. A todos se mistura, mesmo num final de tarde, depois de uma longa caminhada, desgasta-se ainda mais no serviço aos necessitados. Por outro lado, Sua ação exige uma resposta decisiva do outro. A sogra de Pedro, por exemplo, uma vez curada, ergue-se e põe-se a servir também. "O que de graça recebeste, de graça deves dar". Assim, percebe-se a continuidade do Evangelho na vida de quem se encontra com Jesus. O gesto de erguer-se, levantar-se indica a realidade do homem novo, ressuscitado. Nessa nova condição, torna-se reflexo do Servo, Jesus Cristo, o Senhor.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h25
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25/11/2016
Reflexão, sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Lc 21, 29-33
1. Jesus convida-nos a perceber os sinais dos tempos tanto para a destruição quanto para o estabelecimento do Seu Reino. Há sinais de destruição por toda parte, na natureza, nas instituições e nas pessoas, nos sistemas e organizações. O texto acima, baseado em Is 24,10-23; 13,6-10, tem uma mensagem de esperança no meio do caos da humanidade sem Deus. Tudo aquilo que se coloca na contramão da salvação tende à inexistência, à falência total. Mesmo que por um tempo tudo pareça muito resistente, não dura muito porque a base é arenosa. Jerusalém será destruida, mesmo tendo base sólida, porque perdeu o rumo, tornou-se indiferente ao seu Senhor.
2. Jesus não quer a destruição do mundo nem a eliminação das pessoas; Ele não quer o fim de Jerusalém, que O faz chorar sobre ela. Por outro lado, respeita a liberdade dos filhos de Deus, as escolhas de cada um ou de cada nação. O que se sucederá não é por vontade de Deus, mas consequencia das más escolhas daquele povo e de suas lideranças. Mesmo assim, Jesus tem uma mensagem de esperança. Se aquele povo tivesse voltado para Ele, se O tivesse reconhecido como o enviado do Pai, como o Messias Servo, o Santo de Israel, ficaria livre, poderia ter continuado na história, ter sido um instrumento de salvação. Mas o povo não O reconheceu, foi indiferente a Ele, desprezou o seu Salvador, o Enviado do Pai. A sorte desse povo doi decretada. Foi o fim daquela Jerusalém. Jesus se apresentou como critério absoluto de libertação, mas foi rejeitado.
3. As gerações sem Deus não podem ter outro fim senão a destruição de si mesmas. Mas Deus não desiste de Sua criação, da pessoa humana. Por isso, propõe o Seu Reino. No meio de ruínas, Deus constrói o Seu Reino, mantem-se firme e, sem ferir a liberdade de ninguém, age para a transformação em Deus. Quem a Ele se abrir será vitorioso, alcançará libertação. Quem se voltar para Ele alcançará uma aurora de salvação, um tempo novo. Foi o que aconteceu com Seus discípulos. Com a queda de Jerusalém, a Igreja pôde espalhar-se pelo mundo, levando a mensagem salvífica a todos os povos, a fim de que todos pudessem tomar conhecimento da Verdade, pudessem ser iluminados de verdade e alcançar o objetivo de suas vidas em Deus, tornando-se homens e mulheres novos.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
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