quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

LEVANDO JESUS CRISTO


03/12/2016

Sábado, 03 de dezembro de 2016 - Mt 9,35-10,1.6-8

Sábado, 03 de dezembro de 2016
Advento.

Mt 9,35-10,1.6-8

1. "Jesus percorria cidades e povoados". Sua mensagem deveria chegar a todos, sem exceção. Onde pregava? O texto é claro: nas sinagogas ali existentes. As sinagogas são lugares de oração e reflexão do Antigo Testamento por parte dos Judeus. Depois da destruição do Templo de Jerusalém, o povo de Deus passou a se reunir em "templos" menores, a fim de continuarem firmes na vivência e no aprendizado da Lei de Deus. Nesses pequenos "templos", Jesus pregava. O mesmo fizeram seus discípulos no início do cristianismo até serem expulsos da convivência judaica. O que Jesus anunciava? A resposta também é clara: o Evangelho do Reino. Na verdade, Jesus mesmo é o Reino presente na história da humanidade. Um modo utilizado no anúncio do Reino é o da libertação física por meio de milagres, que serviam como sinais da ação misericordiosa de Deus para com os homens e mulheres, e, ao mesmo tempo, como indicação da presença do Deus Salvador. 

2. Jesus se compadece das multidões. Sabe que estão no mundo sem verdadeiros líderes; que estão expostas a qualquer tipo de perseguições, assaltos, roubos, assassinatos, investidas satânicas, pessoais e de outros semelhantes. Além disso, padecem pela corrupção dos líderes políticos, econômicos e religiosos. Estão famintas do pão de cada dia e de libertação física, espiritual; estão sedentas de justiça, amor, esperança e fé. Vivem num mundo sem horizonte e referenciais autênticos. Diante de tão grande rebanho, Jesus reflete sobre o grande desafio de arrebanhar esse povo, dando-lhes o que realmente é essencial. Ali estão Jesus e seus Apóstolos, também alguns discípulos, o que fazer então? Jesus pede aos seus que orem ao Senhor da Messe, o Pai, que envie operários, líderes autênticos, pessoas totalmente envolvidas com a causa do Reino, completamente apaixonadas pela missão evangelizadora e conhecedoras da doutrina da salvação, a fim de que possam, mo meio de um mundo desumano, agir como transparência de Deus na história, testemunhando a verdade, o amor e a vida para a vida de todos no amor e na verdade. Esses devem ajudar na colheita, porque quem faz crescer e dar frutos é o próprio Senhor. 

3. Jesus chama seus apóstolos e discípulos; dá a eles o seu poder; forma-os na sua doutrina; envia-os para as mesmas pessoas; e exercem tal missão como servos à semelhança do Servo. Os discípulos de Jesus farão as mesmas coisas realizadas por Ele. Não temerão o mundo nem o poder de Deus neles. Devem aplicar o que são, por graça de Deus, em benefício de todos. Devem ser dons de Deus para o bem salvífico da humanidade. Certamente, no contexto de Jesus, antes de tudo aos judeus, mas sem negar que missão libertadora é para todos os povos, pois todos pertencemos a Deus. 

4. Hoje nós somos chamados a responder esse apelo de Jesus. Mais do que nunca, nossa sociedade e nosso mundo necessitam de homens e mulheres empenhados na missão evangelizadora. A humanidade segue sem rumo, sem destino, sem horizonte, sem referenciais. É urgente que surjam homens e mulheres de oração e compromisso; pessoas conhecedoras da doutrina e da verdade do ser humano; homens e mulheres capazes de serem instrumentos da ação de Deus na história, tendo como único interesse fazer o bem, salvar e educar na fé aqueles e aquelas que serão os novos discípulos de Jesus. Não se pode mais perder tempo! É agora a hora de se tomar uma decisão radical por Cristo. O chamado de Deus não foi cessado. Deus não desistiu de chamar homens e mulheres para a missão. Se em você existe um pequena chama de um convite de Deus, então abra o seu coração e, sem medo, entregue-se a Ele. Não destrua dentro de você o dom de Deus para a salvação do outro.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo

Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h37
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02/12/2016

Sexta-feira, 02 de dezembro de 2016 - Mt 9,27-31

Sexta-feira, 02 de dezembro de 2016

Mt 9,27-31

1. Dois cegos seguiram Jesus e gritavam. Certamente, apesar da cegueira física, os dois tinham o interior iluminado. No texto, não se menciona seus nomes, são apenas duas pessoas necessitadas de visão. Quem são os dois? Todos os que somos necessitados da visão de Deus, da visão da verdade, do amor, da dignidade própria e do outro, do bem maior para todos. Uma diferença para com muitos atualmente é que os cegos, mesmo não tendo a visão física, tinham já alma iluminada, acreditando que Jesus tinha o poder de libertá-los da cegueira. Hoje, muitos têm a visão física, mas são cegos quanto à sua interioridade. Eles gritavam, dando a impressão de urgência, necessidade imediata, de que aquele era o momento único da libertação deles; era o grito de socorro, indicativo de um verdadeiro desejo de mudança. No grito deles, estava evidente o anseio do povo de Deus pela chegada do Messias: "Tem piedade de nós, filho de Davi". 

2. Jesus quis mostrar para eles que a cura, a libertação está ligada a um fé verdadeira. Aderir a Deus é mais importante do que qualquer coisa ou pessoa; ensinou-lhes que ninguém deve buscar o milagre pelo milagre, uma vez que este é apenas um sinal de Deus para os homens. Os cegos, como qualquer outra pessoa, devem, antes de qualquer coisa, ter como objetivo profundo encontrar-se verdadeiramente com o Filho de Deus e escutá-lo. Certamente, o resto será dado por acréscimo. Não se deve procurar o milagre, mas Aquele que é a luz e tem o poder de curar. Os cegos acreditavam que Jesus podia curar, acreditavam no Senhor; invocaram a piedade divina. Antes de ser curado no físico, a pessoa deve ser curada na alma. Mediante a fé, os olhos podem se abrir para enxergar a Verdade, distante de muitos corações.

3. Jesus lhes proibiu de falar para outros o que aconteceu. O que significa essa proibição? É que muitos iriam conceber Jesus como um fazedor de milagres, um curandeiro, pondo de lado o verdadeiro significado de sua pessoa e de sua missão. Jesus não queria fazer milagres, mas conduzir todos a uma verdadeira adesão à sua Pessoa e à sua obra. Os milagres aconteceram e acontecem ainda hoje como sinais autênticos de sua presença e ação libertadora, a fim de que todos, vendo, acreditem. 

4. Eles não resistiram e espalharam a fama de Jesus por toda a região. O bem não pode ser trancado a sete chaves. Ninguém consegue aprisionar uma graça recebida. Aqueles que fazem o bem, por mais que sejam perseguidos, abandonados, profligados, por causa do bem que fazem, serão sempre lembrados, respeitados e estimuladores de homens e mulheres para uma vida segundo a vontade de Deus. Quem é cego diante de Deus e se converte, torna-se discípulo de Jesus Cristo e proclamador de sua Palavra. Que assim seja comigo, com vc e com todos no mundo inteiro. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

Escrito por Pe. José Erinaldo às 11h39
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01/12/2016

Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016 - Mt 7,21.24-27

Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016

Mt 7,21.24-27

1. Concluindo o Sermão da Montanha, Jesus propõe aos seus discípulos um avanço para além do comum, do cotidiano das pessoas, do mais ou menos da vida, daqueles que acham que dizer "Senhor, Senhor" é suficiente para a conquista do Reino de Deus, mas continuam seguindo seus caprichos, suas velhas ideias, seus interesses. Muitos pensam que agindo dessa forma são suficientemente prudentes, pois fazem o que sua inteligência aponta como certo. Certamente, muitos nem sequer invocam o nome do Senhor. O discípulo é convidado a ultrapassar essa realidade até atingir o essencial, escondido de muitos olhos e corações.

2. É necessário fazer a vontade do Pai; por em prática o que Ele deseja. A pergunta é: qual é a vontade do Pai? Na transfiguração, o Pai disse: "Este é o meu Filho amado, escutai-O". Antes de tudo, fazer a vontade do Pai é ESCUTAR o seu Filho Jesus Cristo, que é Sua Palavra, Palavra de Salvação. A escuta exige atenção, percepção, respeito, obediência, afeto e decisão. O discípulo é convidado a escutar atentamente a Palavra do Pai e, uma vez envolvido por Ela, decidir-se em proclamá-la pelo mundo inteiro, mediante o testemunho de uma vida apaixonada pela causa do Reino de Deus. 

3. Fazer a vontade do Pai é também colocar em prática a Lei de Deus, os seus Mandamentos. Inclusive, aqui reside a prova de amor por Ele. O discípulo diz "Senhor, Senhor" com atitudes, com amor, com encanto nos olhos e na alma, com a própria vida. Os mártires ensinam como dizer "Senhor, Senhor". Dar a vida pelo outro, é dizer para ele "eu te amo". Assim fez Jesus, o mesmo fizeram milhares de cristãos por Jesus Cristo, ainda o mesmo continua a Igreja fazendo nos tempos atuais e nunca deixará de fazê-lo enquanto este mundo existir. Em cada cristão, em cada discípulo existe o chamado a viver de modo pleno os Mandamentos do Senhor: ser todo para Deus e todo para a salvação dos homens.

4. Fazer a vontade do Pai é viver do jeito como Jesus viveu, sendo todo para o Pai e todo para a humanidade, na condição de Servo, obediente, absolutamente enraizado no objetivo salvífico da humanidade. Toda sua vida aqui foi revelação de Deus, do homem, da verdade, do amor, da vida e da mais elevada missão da humanidade. Na sua vida, combateu a sede de poder do mundo, a ambição dos homens, a exploração de uns pelos outros, a soberba dos dirigentes e intelectuais, a armadilha do apego às coisas terrenas, a si mesmo e aos outros, e a insensatez do homem de achar que em si mesmo já possui o necessário, que é auto-suficiente, ou ainda absolutamente autônomo. 

5. Fazer a vontade do Pai é escutar o Filho, cumprir a Lei de Deus e viver a condição de servo, abraçada por Jesus. Somente por meio de Jesus Cristo, seguindo seus passos, vivendo como Ele viveu, que o discípulo colocará em prática a vontade Deus e entrará no Reino dos Céus. Dessa forma, estará o discípulo construindo sobre a Rocha, que é Cristo mesmo. Fora de Cristo, não existe futuro, pois é insensatez construir sem alicerce, sem a verdade, prescindindo da Palavra de Deus.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h22
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30/11/2016

Quarta-feira, 30 de novembro de 2016 - Mt 4,18-22

Quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Mt 4,18-22

1. Deus nos fez para Ele, para viver em comunhão com Ele em todos os momentos de nossa vida, principalmente na eternidade. Viver com Ele, Nele e para Ele significa conversão, estado de homem novo. A possibilidade de salvação nos foi dada por Jesus Cristo, por quem tudo foi criado e salvo objetivamente. Jesus nos dá o seu Espírito Santo, que nos configura ao Filho, para a glória de Deus Pai. É o Espírito Santo quem realiza em nós a restauração do que somos como imagem e semelhança de Deus, que nos diviniza e nos torna filhos no Filho Jesus Cristo. Todos fomos chamados à divinização, à filiação eterna. Para isso, é necessário mudança total, desapego de tudo, desprezo por tudo o que não é amado por Deus, disponibilidade, obediência e coragem para enfrentar a cruz por causa do Reino de Deus. 

2 Jesus veio salvar a humanidade, testemunhando com a própria vida o amor trinitário por todos. A continuação desse missão, por força da ação do Espírito de Deus, ficou sob os cuidados da Igreja, instrumento da ação de Deus no mundo e na história. A Igreja não é uma invenção humana, não é fruto dos interesses de poderosos, mas é uma criação exclusiva de Deus, que a quis para si, para ser o lugar de sua presença sacramental na história. A Igreja nasce da iniciativa de Deus, é seu instrumento legítimo para a realização salvífica dos povos, é o lugar do encontro entre Ele e o homem. 

3. Jesus chamou Simão Pedro e André, dois irmãos pescadores. Ele mesmo tomou a iniciativa de chamá-los. Eles, por sua vez, largaram imediatamente as redes e O seguiram. Duas coisas importantes aqui: primeiro o advérbio IMEDIATAMENTE. O tempo urge, não se pode esperar mais, o tempo é agora. Além disso, pode significar a disponibilidade do discípulo, a prontidão para servir o Senhor, o estar absolutamente colocado à disposição da vontade de Deus. A segunda coisa são as redes, instrumentos necessários para a subsistência. Mesmo assim, foram abandonadas em vista de um projeto de ordem superior, o projeto salvífico. Abandonar as redes, significa abandonar o que a si interessa, para viver o sonho de Deus. 

4. Jesus está passando perto de você agora. Talvez você não esteja à beira mar, à beira de um lago, pois pode ser que ainda esteja em casa, ou ainda, na cama, talvez já no trabalho, dirigindo, andando, conversando com alguém, em suma, esteja você onde estiver, Jesus está passando perto de você agora. Deixe-se envolver por Ele, escute Sua palavra, atenda Seu convite de salvação, abandone-se ao Seu chamado e, sem medo, largue o que para você é um tesouro e abrace o próprio Cristo e Sua missão. O mundo precisa de homens e mulheres que largam tudo por causa do Reino de Deus; que se transformam em “pescadores de homens”, aliados de Jesus Cristo no combate ao mal, pescando almas para o Céu. O gesto de de pescar quer dizer tirar das águas, símbolo do domínio do mal, para colocar sob o domínio do Senhor. O mundo indiferente a Deus é semelhante ao mar, é o âmbito do pai da mentira, chamado de o “príncipe desse mundo”. É necessário que eu e você larguemos tudo, a fim de que se realize a salvação de Deus.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h59
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29/11/2016

Terça-feira, 29 de novembro de 2016 - Lc 10,21-24

Terça-feira, 29 de novembro de 2016

Lc 10,21-24

1. Depois do retorno dos 72 discípulos da missão, Jesus exulta no Espírito Santo e coloca-se diante do Pai com uma consciência extremamente filial. Ele todo para o Pai, em tudo faz a vontade do Pai. Por causa do Pai, é todo também para o ser humano. Na oração de Jesus, o acento maior cai sobre aqueles que são os "pequeninos" e não os "doutos", sobre os que poderiam ser rejeitados como insignificantes para o mundo em matéria de fé, no conhecimento da Lei, na clara expressão de vida religiosa. Jesus sabe que pode capacitá-los e o faz com total liberdade e lhes confia a missão. 

2. Que bom saber que a Igreja, na história, não é fruto do poder arrogante nem do mundo religioso nem do mundo político-econômico, mas fruto da decisão de Jesus, que lhe dá seu Espírito Santo, a fim de que ela vá pela estrada que conduz ao Pai, sendo capacitada pelo próprio Cristo. Hillel, mestre judeu da época de Jesus, afirmava que "Um ignorante não evita o pecado, e um analfabeto não pode ser piedoso". Certamente uma frase que aguçava o interesse dos alunos em sair de tal estado, para se tornarem grandes conhecedores, homens do conhecimento. Mas em Jesus, por outro lado, tal pensamento tomava a direção da formação do "ignorante" no conhecimento de Deus no ambiente dele, não nas grandes escolas, mas na sua casa, onde habitava. Um conhecimento dado gratuitamente pela doação DELE e dos seus discípulos. No Talmud, livro de interpretação bíblico-judaica, encontra-se a afirmação de que "Não há outro pobre senão aquele que é pobre de saber", frase que servia de orgulho para quem tinha condições de sair dessa "pobreza" financeiramente.

3. Jesus sabe que o verdadeiro conhecimento é o conhecimento de Deus, dado agora, nos últimos tempos, através DELE, que está próximo a todos, como o DOM salvífico, revelador da Verdade de Deus e do mistério da salvação de todos. Por meio DELE se cumprem todas as promessas. Ele próprio se apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida, condição absoluta de retorno à casa do Pai, ao encontro definitivo com Deus. Esse conhecimento deve ser dado aos pequeninos, ao que acolhem o projeto de Deus, aos que encontraram no Filho de Deus a razão absoluta de suas vidas. É um conhecimento que parte de Deus, pois a iniciativa é DELE, e conta com a resposta dos simples e humildes, daqueles que não têm em quem confiar, que não têm escórias, mas tão somente vontade de viver a alegria de ser alguém em Deus.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h10
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28/11/2016

Segunda-feira, 28 de novembro de 2016 - Mt 8,5-11

Segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Mt 8,5-11

1. Um oficial romano, pagão, excluído do povo de Deus, manifesta duas coisas importantes: o amor ao próximo e uma fé jamais vista em Israel. Diante de uma situação irreversível para a realidade contextual daquele romano, vendo seu empregado sofrendo com uma paralisia, talvez o melhor ou um dos melhores funcionários, coloca-se à sua disposição para vê-lo curado. Tal atitude revela um homem bom, digno. Fazer o bem não depende de instituições, grupos, movimentos, entidades, mas tão somente de um coração que reconhece a própria limitação e a necessidade do outro. O amor é universal, não se prende a nada, é livre nas mentes e corações no mundo inteiro. Ele somente deve ser exercitado, posto em prática continuamente. No mundo religioso a exigência ainda é maior. E para um discípulo, ainda mais, pois o amor encontra seu mais perfeito significado em Jesus Cristo. É Cristo quem define o amor como sendo entrega total de si para o bem do outro. Nesse sentido, o amor é oblatividade. 

2. O segundo ponto é o da fé. Aquele oficial acreditou verdadeiramente em Jesus Cristo. O detalhe é que ele sabia de sua indignidade, do seu ser pecador, que, na sua visão, impossibilitaria Jesus de se fazer presente na sua casa, pois para ele seria suficiente a Palavra de Jesus e o milagre seria realizado. Para ele, a Palavra de Jesus era Palavra de Salvação. No modo como se desenrola o texto, evidencia-se que o Oficial demonstra um reconhecimento divino em Jesus Cristo, que dando ordens, sua vontade será cumprida. Até então, ninguém acreditava dessa forma em Israel. Aquele romano, ultrapassou as expectativas, os conceitos do paganismo e mundo israelense, do modo de pensar da cultura grega e da política romana, indo além das definições científicas de sua época, quando simplesmente abandonou sua causa, seu objetivo, seu ato de amor, nas mãos de Jesus. 

3. A salvação não está presa a Israel, não se limita aos conceitos humanos de religião. Só existe salvação onde se vive o amor, a verdade, a vida, mediante uma fé madura, profunda, como adesão total a Deus e à sua obra. A plenitude do amor e da vida é encontrada em Jesus Cristo, a Verdade do Pai para a salvação do mundo. A presença do amor em qualquer pessoa, a busca pelo absoluto em todos os povos, o interesse pela verdade no universo inteiro e a manifestação religiosa nos povos, tudo isso demonstra que a criação é obra das mãos de Deus; que tudo foi criado por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo. As sementes do Verbo do Pai estão presentes em todos os povos, línguas e nações. Esse Verbo se fez carne e por Ele agora toda a obra de Deus encontra sua plenitude. Encontrar Cristo, portanto, o Verbo do Pai feito carne, é encontrar a Deus, a si mesmo, o outro e a natureza; é encontrar o verdadeiro sentido da existência; é descobrir o desejo de Deus sobre sua criação, especialmente, o ser humano.

4. Depois de curar o servo do oficial romano, Jesus toma a iniciativa da libertação da sogra de Pedro e de muitos outros que foram até Ele naquela tarde. O gesto de Jesus O revela como o Servo, Aquele que se coloca à disposição dos  sofredores, libertando-os de suas mazelas e dando-lhes um horizonte novo de vida. A todos se mistura, mesmo num final de tarde, depois de uma longa caminhada, desgasta-se ainda mais no serviço aos necessitados. Por outro lado, Sua ação exige uma resposta decisiva do outro. A sogra de Pedro, por exemplo, uma vez curada, ergue-se e põe-se a servir também. "O que de graça recebeste, de graça deves dar". Assim, percebe-se a continuidade do Evangelho na vida de quem se encontra com Jesus. O gesto de erguer-se, levantar-se indica a realidade do homem novo, ressuscitado. Nessa nova condição, torna-se reflexo do Servo, Jesus Cristo, o Senhor.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo 

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