quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

FÉ E VIDA EM NOVEMBRO

12/11/2016

XXXIII Domingo do Tempo Comum, 13 de novembro de 2016 Lc 21,5-19

XXXIII Domingo do Tempo Comum, 13 de novembro de 2016

Lc 21,5-19

1. Antes de tudo, convém salientar, para entrarmos nesse discurso escatológico de Lc, uma sequencia de ações salvíficas muito importante: o momento da criação, a queda do homem, a preparação do povo de Deus, o julgamento de Jerusalém, o tempo da Igreja e a vinda do Filho do Homem. Nessa sequencia, pode-se frisar o aspecto histórico-salvífico e o eclesial. Quanto à historicidade da questão, sabe-se que a época da promessa chegou ao fim, um tempo chegou ao seu cume, uma nova realidade desponta. O plano de Deus atinge seu ápice em Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Jerusalém passa por um julgamento, que prefigura o julgamento final. 

2. O sinal prefigurativo mais forte é justamente a destruição do Templo, lugar central da fé do povo de Deus. Enquanto muitos se encantam com a beleza física do edifício, Jesus declara o seu fim, sua inutilidade na Nova e Eterna Aliança. O olhar de Jesus se voltava para outra realidade mais importante, mais significativa e essencial na sua missão. Trata-se da pessoa humana, principalmente aquela que humildemente se abandona à vontade do Senhor. Seu olhar fixa-se naquele Centurião, na pobre viúva, que LHE pede a cura para um filha, na triste viúva, que conduz seu único filho para o cemitério, em Pedro, quando este renunciava publicamente sua intimidade com o Salvador, naqueles que foram responsáveis pela Sua morte, quando ao Pai pede o perdão para todos, pelo fato de desconhecerem a gravidade do que faziam. Outra era a forma de pensar do homem de Sua época. Para o povo judeu, o Templo era a mais preciosa maravilha do mundo. Quando será o fim? Jesus não o declara. A data não tem importância para Ele. 

3. Muitos se apegarão ao fim dos tempos, marcam datas e fazem absurdos, confundem os demais com discursos desequilibrados, falsos e extravagantes; abordam os demais a fim de obter algum benefício ou lucro em cima do medo das pessoas. Na verdade, muitos falsos profetas surgirão, disse Jesus, muitos enganadores, falsificadores da Palavra de Deus, muitos ilusionistas da fé e criadores de empresas religiosas. Então Jesus avisa claramente: "Não sigais seus passos!". Além do falso profetismo, surgirão nações contra nações, terremotos, fome, pestes, fenômenos jamais vistos e sinais no céu. O dia se transformará em noite, a noite em dia, pavor, corrupção, etc. O que dizer de tudo isso? Está Jesus assustando seus discípulos? Certamente não: "Não fiqueis apavorados". 

4. Jesus ensina e motiva seus discípulos. Eles serão presos, perseguidos, entregues às sinagogas, levados diante de reis e governadores por causa do Seu nome. Serão entregues até pelos familiares e amigos, causando inclusive a morte de alguns deles. Serão odiados por causa do mesmo nome de Jesus, que não promete a paz segundo a mentalidade mundana, a sofisticação e as facilidades oferecidas pelo mundo. Aquilo que fizeram com o Mestre, também farão com seus discípulos. O que Jesus pede é fé, coerência e perseverança, confiança na Sua vitória e na Sua defesa. Ele é o bom Pastor, que estará cuidando do seu rebanho em todos os mais complicados momentos de sua vida. Se estiverem, por motivo de calúnias e perseguições, diante de autoridades iníquas, terão o Espírito Santo como seu Defensor. O importante é que cada um não siga as ideias e valores mundanos, mas tenham uma vida de fidelidade e comunhão total com o Senhor. 

5. Os discípulos são convidados a testemunharem, no tempo da Igreja, com sua vida, Jesus Cristo nosso Senhor. Testemunho que será realizado "permanecendo firmes", a fim de conquistarem a vida eterna. Que cada um, dentro da perspectiva lucana, leve em conta o que aconteceu com os que foram martirizados por causa de Jesus. Sem desanimarem, vendo o exemplos dos antepassados, mantenham suas esperanças na vinda do Filho do Homem, no tempo determinado por Deus, segundo seus desígnios. E ainda possam ser vigilantes, em oração e na proclamação corajosa da Palavra de Deus. Enquanto o mundo pensa no fim, o discípulo pensa na salvação de todos.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 12h59
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11/11/2016

Sexta-feira, 11 de novembro de 2016 Lc 17,26-37

Sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Lc 17,26-37

1. Esse discurso escatológico traz para o discípulo uma profunda reflexão sobre o como se comportar diante do que pode acontecer ao mundo e a si mesmo com relação a salvação desejada por Deus para todos. A questão central é que Deus nos fez para Ele, e nós nos desviamos do Seu projeto salvífico. Ele não nos abandonou, mas espera de cada um de nós uma resposta de fidelidade. É necessário não esquecer que vivemos num mundo passageiro, que não fomos feitos pra vivermos aqui, pois nosso futuro é Deus mesmo. Para alcançar a vida eterna, passaremos pelo juízo de Deus que acontecerá segundo seus desígnios. Enquanto isso, devemos nos manter atentos, alerta, vigilantes, disponíveis e fiéis a Ele.

2. Jesus usa dois modelos importantes do Antigo Testamento para indicar o dia do juízo: Noé e Lot. O primeiro diz respeito ao dilúvio. Durante a preparação da Arca, o povo não dava importância a Noé nem às suas palavras; viviam a vida de sempre, na mesmice de todos os dias, com suas preocupações mundanas, vivendo seus vícios e seus interesses sem se preocuparem com sua salvação. Para eles, o que Noé fazia era tolice, loucura de um fanático. O Segundo modelo é Lot, que vivia um contexto onde a promiscuidade era grande, o desrespeito ao corpo e ao ser humano de modo geral era enorme; ambiente onde Deus não era convidado. O dia-a-dia daquele povo de Sodoma acontecia segundo os instintos e jogos de interesse de cada um; ninguém se preocupava com as coisas de Deus e, por isso mesmo, não se importavam com sua própria salvação, pois pra eles ser salvo era o mesmo que entregar-se aos prazeres da carne, às alegrias do mundo, entre outras coisas.

3. Jesus pede para não se temer sacrificar a si mesmo para ganhar a vida. É importante frisar que a nossa vida é um dom de Deus e como tal existe para ser doada, dada. Essa entrega de si mesmo deve ocorrer primeiro para com Deus. Ter consciência de que somos principalmente de Deus, pertencemos a Ele e a Ele devemos nos entregar; depois, por causa dEle, ser um dom para todos, sem reservas, sem medo, confiantes no amor e no poder de Deus. Somos um dom voltado para a vida eterna. Por isso, o apego às coisas terrenas, não querer morrer por causa das coisas do mundo, é um sinal fortíssimo de que não se sabe o dom que é, do próprio futuro em Deus, que desconhece a própria origem, vida e finalidade da existência que possui. Querer salvar a vida neste mundo é o mesmo que rejeitar a salvação de Deus. Portanto, é necessário, para a salvação, desprezar a vida neste mundo, e não temer sacrificar a própria vida, fielmente, a fim de que se realize o projeto do Pai. 

4. Os justos serão separados dos pecadores. Os justos aqui são todos aqueles que sacrificam a própria vida em nome de Deus, para que Deus realize no mundo sua vontade. Os pecadores, por sua vez, são aqueles que insistem em se manter no pecado, apegados ao mundo e seus prazeres, que não se importam com a vontade de Deus e até tentam afastar os filhos de Deus do seu caminho de salvação. No juízo, esses serão afastados: uns irão para Deus (os justos), outros, para a morte eterna. Todos passarão pelo juízo, mas nem todos terão a mesma sorte. 

5. Onde acontecerá isso, perguntam seus discípulos? Jesus usa um provérbio enigmático para ajudar na reflexão de todos: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”, isto é, o juízo acontecerá onde estiver o homem. O juízo acontecerá segundo o tempo determinado por Deus, no lugar que Deus quiser, independentemente da vontade humana e do seu controle. A ação de Deus é livre e se realizará quando a Ele parecer o tempo certo, pois para Ele o que mais interessa é a salvação de todos. Ele não quer perder nenhum, mas respeita a liberdade de escolha realizada. O importante é que sejamos fiéis, livres para dizer sim à vontade de Deus, disponíveis para realizar seu projeto de salvação, perseverantes na oração e na obediência, servos por amor, conscientes do que somos, do que seremos e da nossa missão no mundo, sempre alerta, vigilantes e de olhos fixos no Senhor.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 11h15
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10/11/2016

Quinta-feira, 10 de novembro de 2016 Lc 17,20-25

Quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Lc 17,20-25

1. Lc agora entra no discurso escatológico. A grande pergunta dos fariseus diz respeito ao que se vivia na época em que Lc escreveu o terceiro livro do Evangelho. Havia uma tensão tremenda até mesmo para os cristão, que estavam enfrentando as perseguições de Roma. Os fariseus, na expectativa da vinda do Reino, apegavam-se mais profundamente à Lei, e os cristãos, à vinda de Jesus Cristo. 

2. Jesus mesmo é a presença do Reino na história. Ele mesmo é o Reino de Deus. Podemos dizer que o Reino é definido como justiça de Deus, vivência do amor, da verdade, da solidariedade, da construção da paz, entre outras coisas. Em si mesmo, é Cristo agindo, mediante o seu Espírito Santo, para a salvação de todos. De modo que, acreditar verdadeiramente em Jesus Cristo, seguir seus ensinamentos e viver do jeito que Ele viveu é cumprir o Reino de Deus na própria vida e não só isso, mas também tornar-se como que Reino de Deus para os demais. O Reino está presente na Igreja e é, ao mesmo tempo, futuro, no sentido de sua plenitude escatológica.

3. Nos tempos de angústias, dificuldades tremendas, desamor e desorientação, muitos seguirão qualquer voz, qualquer pessoa querendo enganar para explorar mais ainda a dor do outro e lucrar com ela. Acontece isso quanto ao sistema capitalista como também no fenômeno religioso atual e na luta pela fixação de qualquer jogo de interesse. Muitos se aproveitam da Palavra de Deus para criarem suas empresas religiosas às custas dos sofrimentos dos outros; enganam com falsos milagres e gritos estéricos, condenam os demais e seguem fazendo uma insuportável lavagem cerebral nos inocentes, presas fáceis dos falsos profetas, propagadores do reino da mentira. O mesmo fazem aqueles que desejam a todo custo aprovar como lei os desvarios da carne, justificando o erro como um direito, tentando forjar uma mensagem de amor. Tudo isso é falso, não é reino de Deus.

4. O Reino de Deus se revela na Kênosis, isto é, no esvaziamente de si mesmo para o bem dos outros. O Verbo se fez carne, e como homem, assumiu nossa miséria, morreu na cruz, rejeitado, abandonado como um malfeitor, um excomungado de Deus, como uma desgraça. No entanto, Ele estava salvando o mundo, libertando o homem, amando cada um, mesmo sendo odiado; Ele a Graça salvífica sendo rejeitado como uma desgraça. Ele, a verdade, rejeitado como um mentiroso; Ele, a vida, rejeitado como o causador da morte; Ele o Caminho, rejeitado como obstáculo à salvação. Em outras palavras, Ele como o Reino de Deus presente para a salvação da humanidade foi rejeitado, excluído e lançado pra fora da "cidade santa". O Santo, crucificado FORA da "cidade santa". 

5. O cristão, que vive sempre esperando a parusia, já sabe que o Reino de Deus, presente em toda a vida de Cristo, também se faz presente em sua vida. Cada um, hoje, deve assumir, corajosamente, sua condição de sinal do Reino e lutar pela transformação do mundo. Em cada discípulo, Jesus Cristo manifesta sua presença contínua, seu amor pela humanidade. A Igreja é sinal do Reino em toda sua existência, é instrumento dele, é o lugar onde se encontra o necessário para a vida do reino, que será pleno quando o Filho entregar tudo ao Pai. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 13h51
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09/11/2016

Quarta-feira, 09 de novembro de 2016 Jo 2,13-22

Quarta-feira, 09 de novembro de 2016

Jo 2,13-22

1. O Templo de Jerusalém estava servindo ao mundo mercantil e à corrupção. Eram corruptos os líderes de Israel (Sumo sacerdote, os anciãos, os doutores da Lei (fariseus) e saduceus. Usavam no Templo uma moeda “tíria”, confeccionada em Tiro, cidade pagã, mas era considerada uma moeda “santa”. Outra moeda não podia entrar no Templo porque era de origem pagã e não tinha valor por causa da alta inflação naquela época. Durante os festejos no Templo, dava-se o enriquecimento dos sumos sacerdotes e de todo o Sinédrio. Eles alugavam barracas, cobravam imposto de tudo e vendiam animais de suas próprias criações. Além disso, os cobradores de impostos, na entrada do Templo, faziam as trocas das moedas, cobrando 8% a mais. 

2. Era corrupção por cima de corrupção. Dava a impressão de que ali, justamente no Templo, Deus fosse o Deus dos ricos, da elite, talvez mais um tirano do povo sofredor. Os sacrifícios era mais para apaziguar o coração de Deus, um grito de piedade do povo, na espera da escuta daquele Deus que parecia tão distante e tão surdo. Essa era a imagem infelizmente passada para o povo pelos representantes de Israel. 

3. Jesus, com seu gesto, manifesta sua intenção de purificação total e eliminação de todo o sistema corrupto religioso quanto ao povo de Deus e em relação a cada pessoa que crê. Através DELE, o povo pode ver o Deus da misericórdia e compaixão, o Deus próximo, misturado com eles, o Deus feito carne, o Emanuel. Em Jesus, Deus se revela a favor dos sofredores e desamparados, inimigo das cadeias injustas, dos falsos profetas, daqueles mascarados de religiosidade, mas podres e inimigos do verdadeiro testemunho de salvação. Por meio de Jesus, foi possível combater o sistema religioso corrupto, para fazer nascer uma nova primavera, um Novo Sistema, que não se centra mais no Templo de Jerusalém, mas em Jesus mesmo, que não veio para restaurar Jerusalém, mas ser, Ele mesmo, o Templo e Cabeça da Nova e Eterna Jerusalém, a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

4. O Verdadeiro Templo é o próprio Jesus Cristo. Pela fé e pelo batismo fomos inseridos no seu Corpo, formando o Novo Povo de Deus. Além de estarmos no TEMPLO, o próprio Cristo, torna-nos também templos do Espírito de Deus. Somos o santuário do Altíssimo (cf. 1Cor 3,16-17). Isso nos traz uma enorme responsabilidade. Eu e vc somos o santuário de Deus em qualquer lugar onde estivermos: escola, trabalho, casa, com os amigos, passeando, conversando, seja onde for, alí somos o santuário do Senhor.

5. Quanto ao fato de Jesus não dar crédito àqueles que acreditaram na Sua palavra, tem a ver com o fato de eles não aderirem a Jesus pelo o que Ele é, mas por aquilo que eles acham que Jesus seja, ou seja, um messias dinástico, político, poderoso, restaurador da dinastia de Davi. Esse tipo de Messias rei era insuportável para Jesus, pois Sua condição de vida diz respeito à uma realidade de serviço: Ele é o Servo e tem consciência dessa realidade. Então todo aquele que Dele se aproximar, dando atenção à lógica mundana do poder, não será valorizado na sua crença por Jesus. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 11h16
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08/11/2016

Terça-feira, 08 de novembro de 2016 Lc 17,7-10

Terça-feira, 08 de novembro de 2016

Lc 17,7-10

1. O discípulo é aquele que cumpre a vontade do Mestre em total desinteresse e gratuidade. A missão evangelizadora parte do desejo de Deus e tem como objetivo Deus mesmo. O discípulo é alguém chamado, escolhido, preparado e enviado por Deus como instrumento de salvação, como sinal do seu amor e verdade, como defensor da vida e testemunho de sua bondade. Deus faz do discípulo um portador da Boa Notícia para a elevação do homem e para a transformação do mundo. 

2. Não pode ser discípulo de Cristo quem busca privilégios e títulos de prestígio. Esse tipo de religiosidade é condenado vivamente por Jesus. Quem quer ser discípulo deve lançar por terra toda forma de mercantilismo na relação com Deus, isto é, procurar fazer algo em troca de alguma coisa. O discípulo, como qualquer ser humano, tem seus interesses, seus sonhos, mas traz consigo algumas diferenças: uma vez sendo discípulo, sua alegria é servir ao seu Senhor na implantação do seu Reino; além disso, sofre muito para poder ficar livre do julgo dos seus interesses, podendo ser até tratado como inimigo quando na verdade tem como pretensão ser somente fiel a Deus; uma outra coisa, ele sofre a rejeição daqueles por quem está gastando sua vida; sua vida se assemelha a de Cristo Servo.

3. Num mundo que busca as honras, o poder, a fama, as câmeras fotográficas e filmadoras, os primeiros lugares, os aplausos, os títulos, o sucesso em tudo, o desinteresse pelo profetismo (consequencia de quem busca a si mesmo), que escraviza a religiosidade aos princípios econômicos, colocando Deus na situação de justificador dos desejos mais doentios de dominação, manipulação de ideias, desequilíbrio psicológico e eliminação da dignidade do outro, nasce o discípulo e a discípula de Jesus Cristo, portadores da mesma missão do Mestre para agirem da mesma forma: como SERVOS, mesmo carregando a cruz imposta pelos iludidos do mundo. No meio desse mundo, o discípulo faz a vontade de Deus, tem consciência do chamado, sabe qual é a sua missão, reveste-se do serviço e corajosamente se lança na missão. No final, ele tem consciência de que só foi capaz de realizar a missão de Cristo porque soube viver a condição de servo, servindo unicamente por amor, e que essa condição foi essencial inclusive e primeiramente para sua própria salvação.

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 08h57
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07/11/2016

Segunda-feira, 07 de novembro de 2016 Lc 17,1-6

Segunda-feira, 07 de novembro de 2016

Lc 17,1-6

1. Importante frisar três coisas nesse texto: a vida de comunhão (relacionamento) na comunidade, a exigência do perdão e a fé. O primeiro aspecto diz respeito ao modo como cada discípulo deve se comportar diante dos demais, bem como toda a comunidade no seu relacionamento entre irmãos. Os escândalos são sempre terríveis no seio da comunidade, prejudicam a vida espiritual e física dos membros constituintes, enfraquece a possibilidade de uma profunda comunhão com Deus e entre si. Os pequeninos (os discípulos), ou mesmo aqueles que estão sendo iniciados na fé, devem seguir firmemente na direção de Deus, sem embaraço para a vivência da fé.

2. O perdão, segundo aspecto, brota de uma vivência de amor, no amor e para o amor. Perdoar é divino. É necessário, portanto, ser inserido na realidade divina do amor para poder, a partir do amor, verdadeiramente perdoar. O perdão não é um jogo de palavras, mas o fruto de uma vida de experiência do amor de Deus e de uma séria compreensão da realidade frágil da humanidade. Para perdoar, o discípulo necessita viver no amor e para o amor, ter conhecimento da fragilidade humana e entender o outro a ser perdoado. Quem perdoa também se liberta. É possível afirmar que a primeira libertação vem para quem perdoa e depois para o que recebe o perdão. Pelo fato de o amor ser o fundamento do perdão, este deve ser dado infinitamente, porque o amor é eterno. 

3. O terceiro aspecto diz respeito à fé. O discípulo é aquele que entende sua vida na experiência do amor, da verdade e da fé. Faltando um desses elementos, sua vida se transforma num desastre total para si e para os demais. A fé é o fundamento do sentido da vida na história. Por isso é necessário que o discípulo peça ao Senhor que o fortaleça na fé. Não é a quantidade da fé, mas sua qualidade que justifica o homem. Ser forte na fé é ser todo de Deus e para Deus, tornando-se, por isso mesmo, também todo para o bem do outro. Assim, os escândalos serão evitados, e a construção de uma nova comunidade será elevada. 

Um forte e carinhoso abraço.


Pe. José Erinaldo

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