5/11/2016
XXXII Domingo do Tempo Comum, 06 de novembro de 2016 Solenidade de todos os santos
XXXII Domingo do Tempo Comum, 06 de novembro de 2016
Solenidade de todos os santos
Mt 5,1-12
Jesus vê as multidões, vê o povo de Deus, vê a humanidade necessitada de uma total transformação, de uma vida nova, de um novo rumo, de uma nova lógica, de um novo horizonte, do verdadeiro encontro com Deus. Na planície do mundo não é possível elevar o homem, pois indica a lógica do poder, da dominação, dos que mandam e pensam somente em si mesmos; daqueles que agem somente em nome da comida, bebida, saúde, sucesso, fama e prazer a qualquer custo. A isso chamam felicidade. É necessário subir a montanha de uma nova forma de vida de acordo com a vontade de Deus, uma vida aberta à ação do Espírito de Deus, guiada pelo poder do amor. A montanha é essa realidade da Palavra de Deus, da experiência com o Salvador; é o “monte Sinai” do Novo Testamento, lugar do projeto de Jesus Cristo para Seus discípulos, a constituição do Novo Povo de Deus.
“Bem-aventurados os pobres de coração, porque deles é o reino dos céus”. Aqueles que, por livre vontade, despojam-se de tudo o que possuem; aqueles que não acumulam nada para si; que fazem de suas vidas um verdadeiro dom. São eles os “anawim” da Sagrada Escritura.
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. Todos aqueles que são afligidos pelas injustiças da sociedade e de toda forma de dominação interesseira; aqueles que são forçados a viver com a canga no pescoço, usados em seus direitos, manipulados para interesses vis, massa de manobra nas mãos de ditadores e tiranos de modo geral.
“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra”. São mansos todos aqueles que, apesar de sofrerem os desmandos dos dominantes ou mesmo de qualquer inimigo, não recorrem a violência, evitam o ódio e não querem a vingança, mas, pelo contrário, tolerando o que lhes faz sofrer, optam por uma vida de serviço, colocando-se à disposição do bem maior até mesmo dos seus inimigos. Então, manso é todo aquele que duplamente se fortaleceu: pela luta interior de superação dos conflitos internos de desejos de vingança e pelo surgimento de uma decisão livre de contribuição na salvação do outro.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque deles é o reino dos céus”. A justiça de Deus é a realização do Seu plano salvífico, portanto, ter fome e sede de justiça significa empenhar-se para salvar o irmão, a sociedade, o mundo inteiro.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcaçarão misericórdia”. Misericordioso é todo aquele que se empenha para ajudar os necessitados, que não teme “gastar” sua vida pelo bem do outro, que procura ser uma presença amiga onde existe a dor e tenta aliviar tal sofrimento; que tudo faz por causa do amor, da verdade e da verdadeira vida.
“Bem-aventurados os puros de coração, proque verão a Deus”. Aqueles que procuram viver segundo a vontade de Deus, que não colocam nada nem ninguém no lugar do Senhor, que não são dúbios na fé, que não pregam o que não desejam viver, que amam, mesmo carregando um madeiro, que não é idólatra nem adúltero no seu coração.
“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. São todos aqueles que não cruzam os braços diante da violência do mundo, na própria sociedade, na sua comunidade ou até mesmo na sua família. Todos aqueles que se esforçam o máximo possível para evitar os conflitos, as guerras, a violência e toda sorte de desgraça para a vida humana. São aqueles que promovem, a todo custo, a vida humana segundo a vontade de Deus; que querem o bem para todos.
“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. Aqueles que têm conhecimento da tribulação advinda por causa da fidelidade a Jesus Cristo, ao amor, à verdade e à vida. Entendem que lutar sempre para o bem do outro não é somente um desafio interno, mas algo que incomoda a quem ganha às custas dos “inocentes”. São perseguidos, porque são verdadeiros, estão no caminho certo, desmascarando os que se escondem nas pelas de ovelhas para destruir a vida dos demais. Sabem do que aconteceu com o profetas que vieram antes deles, sabem do que aconteceu a Jesus, são conscientes da cruz que devem carregar pelo bem que fazem. Se no Antigo Testamento só eram considerados bem-aventurados se Deus intervisse, no Novo, o fato mesmo da perseguição já demonstra que são bem-aventurados, pois o motivo do sofrimento já os identifica com Cristo.
A primeira e a última sintetizam todas as bem-aventuranças, uma vez que as demais trazem aspectos explicativos dessas duas. O reino dos céus é a promessa básica para elas.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 20h34
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04/11/2016
Nosso sinal é a Cruz de Cristo
Em Ez 9,4, a cruz aparece em forma primitiva, arcaica, como um tau, que será posto na fronte dos homens que gemem por causa da idolatria e, assim, serem protegidos dos exterminadores.
O sinal da cruz indica os filhos da vitória. identifica todos os que venceram o pecado, a morte e Satanás. Traçá-lo na testa, na boca e no peito trava o Demônio em seu intuito dominador e o afasta de toda e qualquer forma de possessão. Quem se abstém desse sinal, abri-se às insídias do mal. O inferno estremece diante do sinal da vitória.
Ao traçarmos o sinal da cruz, nós nos identificamos como rebanho escolhido e protegido de Deus, um rebanho especial, lavado no Sangue do Cordeiro, o Filho de Deus imolado e ressuscitado. Aquele que crê e é batizado faz com que esse sinal seja triunfante, alegre e evangelizador através de si.
Satanás também criou o seu sinal para enfraquecer o sinal de Deus. Colocou nos seus seguidores a marca da Besta, que não é senão a negação da cruz, dos santos de Deus, de Sua Igreja, isto é, do rebanho que Ele conquistou. A marca da Besta está no orgulhoso, no prepotente, nos que amam o poder, naqueles que mentem, odeiam, criam divisões, visam somente o lucro acima de tudo e a qualquer custo, pisando inocentes, desrespeitando os mais fracos e a todos, vendendo até o céu, como se fosse possível, para fazer valer riqueza, poder e prazer. A marca da Besta está no instinto desequilibrado da humanidade, dos mais jovens aos mais idosos, nas ambições desumanas, no esforço contínuo de dominar a economia, a política e, até mesmo, a religiosidade para si, gerando medo e dependência em nome de Jesus.
Já somos de Cristo pela fé e pelo Batismo. Somos mais que vencedores em Jesus Cristo tanto no deserto quanto na cruz. Já estamos Nele segundo a nossa natureza por Ele assumida e por nos fazer participantes de Sua realidade divina, inserindo-nos no Seu Corpo Místico. Através Dele, pela força do Espírito Santo, somos uma realidade nova, um povo novo, o povo da predileção do Pai. Somos Seus discípulos, traçamos o Seu sinal de vitória em nossas testas, alimentamo-nos de Sua Carne (a Eucaristia) e com Ele marchamos alegremente, mesmo entre perseguições e dores, ungidos pelo Espírito da Ressurreição, para a casa do Pai, para a comunhão plena com Deus.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 18h27
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Sexta-feira, 04 de novembro de 2016
Lc 16,1-8
1. “Um homem rico”, alguém sem nome, uma indicação do Senhor. Depois, um “administrador”, também sem nome, uma indicação de quem mostra incompetência na administração dos bens do seu senhor, mas que não quer largar as “facilidades” da vida, alguém irresponsável, mas que é utilizado aqui, por Jesus, como alguém que tem algo a ser imitado. O que seria? Sua esperteza! Nos seus negócios, aqueles que a ele se assemelham são muito criativos, espertos e contundentes.
2. Jesus tece um elogio. Certamente, Jesus não quer valorizar a ação do administrador, mas mostrar a Seus discípulos a necessidade de serem altamente criativos e espertos na forma de se fazer o bem, tendo em mente o mais importante objetivo: a comunhão com Deus, isto é, a salvação. É interessante observar que o administrador tira o que é devido ao seu patrão (o lucro) e também o seu próprio ganho. Em outras palavras, para ele atingir seu objetivo necessita fazer algumas importantes manobas e renúncias. Em se tratando dos discípulos, não é diferente em parte: é necessário renunciar a si mesmo, prescindir de tudo aquilo que só traz embaraço na intimidade com Deus, na continua busca de realização. Por outro lado, invés de eliminar o lucro devido ao patrão, deve torná-lo sempre mais evidente. Em se tratando de Deus, quanto mais se usa da “esperteza evangelizadora”, mais se conquista para Deus e para si no Reino dos Céus.
3. Os discípulos, mediante a prática do bem, estão ganhando intercessores, amigos, irmãos, pessoas que a todo momento tomarão uma decisão a favor de quem lhes faz o bem. O exercício do bem é praticado por todas as criaturas e deveria ser muito mais eficiente e consciente na pessoa humana, mas, por motivos próprios, a humanidade abraça uma estrada de egoismo e individualismo, separação e desonestidade. Além de se tornarem inimigos de si mesmos, homens e mulheres apegados ao mundo, isto é, à idolatria do dinheiro, ainda mais aumentam o abismo da indiferença para com o outro.
4. É importante ser “esperto” para Deus. É necessário está atento a tudo aquilo que poder criar um bloqueio à fé, ao amor e à esperança; a tudo que permite uma mudança de direção contrária à vontade de Deus; a tudo que distancia o homem da verdade de si mesmo diante do Senhor. É urgente agir sempre com a lógica do Cordeiro, aquela que desafia o mundo, que permite ao discípulo ser um verdadeiro dom para a vida do outro.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h56
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03/11/2016
Quinta-feira, 03 de novembro de 2016
Lc 15,1-10
1. Esse capítulo está estruturado em três importantes parábolas: da ovelha perdida, da moeda também perdida e a do filho pródigo ou também chamada do pai e os dois filhos. Hoje, a liturgia traz apenas as duas primeiras parábolas. Com elas, Lc apresenta a preocupação de Jesus com o anúncio do Reino de Deus a todos, especialmente os abandonados, os desprezados, os que se encontram distantes, os marginalizados, os desesperados, excluídos, perdidos no mundo, os necessitados, entre outras coisas. O anúncio pra esses deve ser alegre, verdadeiro e fraterno.
2. Convém notar que são os publicanos e pecadores que se aproximam de Jesus para escutá-lo. A escuta da Palavra de Deus é o começo do discipulado, é o início do seguimento, é o desabrochar de uma nova esperança e o princípio de uma vida nova. Certamente, Jesus não quer valorizar a vida no pecado, pois o pecado pertence ao príncipe deste mundo, mas apontar a abertura dos pecadores à Palavra de salvação. Parar para escutar Jesus significa encontrar NELE algo novo, muito mais que isso: encontrar NELE o verdadeiro sentido, a razão absoluta da vida, a luz para se ver a Deus e a própria dignidade humana. De fato, escutando Jesus Cristo, o homem descobre a Deus, a si mesmo e sua vocação.
3. Por outro lado, os fariseus e os mestres da Lei estavam ali não para escutar Jesus nem para aprender algo novo ou mesmo para ser discípulos DELE, mas para criticá-lo, observá-lo. Essa é a posição de quem se acha pronto, que já compreende tudo, é o jeito do orgulhoso que só conhece o afago próprio e dos outros ao orgulho pessoal. A atitude de tais representantes do povo de Deus demonstra o quanto eles estão distantes das promessas do Senhor, como se afastaram do sentido da própria Lei, como se tornaram cegos diante do Messias do Pai. Fechados em si mesmos, assoberbados dos encargos pessoais, mas distantes de sua miséria, da realidade mesma de Deus e do bem que devem fazer para com os outros. Eles são justos aos próprio olhos, são santos para si mesmos, mas não para Deus. Não se consideram pecadores e, por isso mesmo, não podem enxergar Aquele que traz a salvação.
4. Os céus se alegram com o pecador convertido, com quem descobriu a beleza da graça de Deus em sua existência. Deus faz festa para aquele ou aquela que toma, agora mesmo, a decisão de ser somente dele, reconhecendo-se pecador, pecadora, abrindo-se completamente à bondade do Senhor, deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, permitindo ser encontrado ou encontrada no Caminho da Salvação.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 09h32
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02/11/2016
Quarta-feira, 02 de novembro de 2016
Jo 6,35-40
1. “Eu sou o pão da vida”. Quem se alimentar desse pão de nada mais terá necessidade. Jesus alimenta o homem do verdadeiro sentido de sua vida, da verdade que ele aspira, do bem que o fundamenta, do amor que lhe é necessário, da vida para qual ele foi criado. Somente por meio de Jesus Cristo, o homem alcança sua pelnitude. Jesus concede a graça do preenchimento da sede de Deus que está em cada um. Só Deus preenche a sede de Deus no homem.
2. “Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. Aqui existe uma referência clara ao mistério da encarnação do Verbo (eu desci do céu). Essa vinda traz consigo o esvaziamento pelo qual haveria de passar para poder realizar a salvação. O princípio desse esvaziamento está na obediência à vontade do Pai. Em tudo manifestou o poder da obediência, a força do serviço e a beleza do dom de Si mesmo. Ao Filho, o Pai confia aqueles que foram escolhidos, a fim de que permaneçam unidos, crendo em Jesus Cristo. O Pai não quer perder nenhum escolhido, nenhum daqueles que foi dado a Jesus.
3. “E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia”. Duas coisas são apresentadas por Jesus que indicam o querer do Pai por meio dele: primeiro, que não seja perdido nenhum daqueles que foram escolhidos e chamados pelo Pai. Em outras palavras, todo esforço é pouco para salvar o outro e isso é obrigatório. Segundo, ressuscitá-lo. Isso significa, antes, ser todo de Deus, ser sim a Ele até o final, ser fiel em todos os momentos, ao ponto de dar a vida, abandonar-se absolutamente na vontade de Deus para ser, segundo sua humanidade, salvo para salvar, isto é, glorificado para glorificar. A busca pessoal por Deus conduzirá o outro também a Ele. De modo que, conhecendo e crendo no Filho, possa viver eternamente. A vida eterna é a comunhão com Deus, vocação primeira de toda a humanidade. Deus criou para Ele, para a comunhão com Ele. Aderindo ao Filho, os escolhidos e chamados serão ressuscitados no “terceiro dia”.
4. Na vida sacerdotal e na experiência de toda e qualquer liderança deve-se colocar essa reflexão no centro. A responsabilidade pelo outro não deve ser vista como um pesadelo ou mesmo um peso insuportável. Trata-se de uma missão importante dada por Deus, cabendo aos que receberam tal iniciativa a obrigação de conduzir aos que deles se aproxiam à unidade da fé, à prática da caridade, à vida nova do batismo, à escuta da Palavra de Deus e à missão evangelizadora com alegria. O contrário disso significa negação de Deus. Perder um desses escolhidos é condenar o projeto de Deus, desobedecer Sua vontade e seguir a estrada da perdição para si e para o outro afastado. O melhor caminho é ser fiel a Deus e ao Seu projeto, colocando-se à disposição de Sua vontade, fazendo de si um verdadeiro dom, tendo consciência da obrigação amorosa e libertadora de salvação para aqueles apresentados por Deus aos nossos cuidados.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 12h57
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01/11/2016
Terça-feira, 01 de novembro de 2016
Lc 14,15-24
1. Lucas inicia o texto com a bem-aventurança final: "Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!". Essa foi a manifestação de alguém que estava no banquete. A parábola vai responder a pergunta: quem será feliz nesse banquete? Em Mt 22,1-14, a pergunta é: quem será escolhido?
2. É necessário tomar uma decisão séria para poder participar do banquete eterno. Respeitando a liberdade dos que foram preparados, o convite de Deus se apresenta num contexto tremendamente sério. Deus não desiste dos convidados, mas estes desistiram de Deus porque fizeram outras escolhas: trocaram a salvação oferecida por Deus pelas coisas ligadas aos interesses mundanos. Diante da recusa, do abandono ao chamado do Senhor, os convidados receberam uma ameaça grave: "nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete". Deus é misericórdia infinita, mas é também infinita justiça. Ele respeita as decisões humanas, espera sua resposta, mas não é escravo dos desvarios dos que foram chamados. Aqui cabe ao discípulo levar a sério o convite de Deus, o chamado que exige imediatamente uma resposta decisiva.
3. Algo inesperado acontece: Deus chama aqueles rejeitados na sociedade, os últimos, os esquecidos, os que são tratados como sem valores, o resto segundo a mentalidade do mundo. São esses que assumem o lugar rejeitado pelos primeiros convidados. Israel rejeitou o convite e, por isso mesmo, perderam o seu lugar. O banquete foi tirado de um povo e entregue a outro. Para o discípulo de Jesus Cristo isso é muito significativo. É importante que cada um se coloque diante de Deus em estado constante de vigilância pessoal, pois as tentações do mundo são muito fortes e podem conduzir os eleitos a uma tomada de decisão desequilibrada. É necessário manter-se diante do Senhor, atento ao seu chamado, decidido na sua vida de comunhão com Ele, consciente do valor de ser absolutamente pertencente a Deus. A preocupação de um discípulo deve ser cuidar das coisas do Senhor em primeiro lugar, dar a vida, para que o Reino de Deus se estabelece na própria vida e na vida do outro; ser um sinal autêntico de valorização dos desvalorizados; ser um verdadeiro instrumento de transformação no amor, verdade e fé.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 11h15
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31/10/2016
Segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Lc 14,12-14
1. O banquete não é para a conquista de interesses pessoais. Certamente, os fariseus queriam observar Jesus e serem bem vistos na sociedade. De banquete em banquete, assim vão vivendo o jogo do interesse por si mesmos. Certamente, eles faziam o que a tradição recomendava, seguiu os ditames sociais antigos, procuravam não errar na forma do banquete. Por outro lado, escondiam as verdadeiras necessidades, facilitavam a esperteza de quem queria ser honrado à vista de todos e, no final, tudo terminava num tremendo jogo de interesse. Em outras palavras, mesmo sendo do “povo de Deus”, agiam com as mesmas tramas mundanas.
2. Jesus deseja que seus discípulos façam banquetes para os pobres. Se bem que aqui também existe um grande risco, o de oferecer à sociedade a impressão de ser caridoso, empenhado com os menos desfavorecidos. Muitos são, por causa disso, assistencialistas, preocupados em fazer, talvez, a famosa política do "pão e circo". O que Jesus quer, de verdade, é que a vida dos seus discípulos seja doada, entregue para o bem desses marginalizados. Como já disse outras vezes aqui, é necessário cada discípulo seja um dom para o outro. O relacionamento com os mais pobres não se conclui com o dar alimentos ou roupas, mas também com a verdadeira atenção a eles em todos os meios: nas pastorais, na Igreja, nos encontros, diante de outras pessoas, principalmente se forem da sociedade rica. O pobre deve ser valorizado, amado, tratado como o que de fato é, um ser humano e preferencial para Deus. Em outras palavras, o discípulo dever ser, por amor, dedicado à causa dos mais necessitados em todos os sentidos.
3. O ideal é que o discípulo seja pobre. Que sua riqueza seja somente viver segundo Jesus Cristo. Que seu apego seja o de ser desapegado. Que seu interesse seja o de viver o interesse salvífico de Deus. Ele não convidado a amar o pobre por ser pobre, mas amar desinteressadamente, amar sem esperar recompensa alguma. Dessa forma, o discípulo expressa o amor de Deus. Somente que ama assim pode ser elevado, tido como diferente de um mundo que vive as mesmas amarras da lógica do poder do passado. Ele é convidado a superar Israel, que mesmo tendo sido o povo de Deus, não conseguiu se desvencilhar da forma de pensar do mundo, pior ainda, colocou-a dentro do Templo.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
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