sábado, 18 de outubro de 2025

O DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2025 E O PORTAL DO TEMPO

 







Ano LX – CAMOCIM-CE, 26 de outubro de 2025 – Nº 56 TRIGÉSIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C – São Lucas – Cor litúrgica: verde Formulário de Missa – MR., p. 412 A.: Caros irmãos e irmãs, neste dia dedicado ao Senhor, aqui nos reunimos para renovarmos nosso compromisso de fé, empenhados em viver a caridade e fortalecidos na esperança. Dessa forma, queremos viver a missão de anunciar a alegria do Evangelho que atrai todos para a fé em Cristo Jesus. Com espírito de oração, iniciemos a Santa Missa. RITOS INICIAIS 1. CANTO DE ABERTURA – L.: Sl 104 | M.: Pe. José Weber, SVD R.: EXULTE O CORAÇÃO QUE BUSCA A DEUS, PROCURAI O SENHOR DEUS E SEU PODER. BUSCAI CONSTANTEMENTE A SUA FACE! (Bis)/ 1. Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios!/ Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus!/ 2. Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac./ 3. Confirmou sua Promessa a Jacó, a Israel como perpétua Aliança, quando disse: “Hei de dar-vos Canaã, esta terra que, por sorte, é vossa herança”. 2. SAUDAÇÃO INICIAL P.: Em nome do Pai e do Filho T.: AMÉM. e do Espírito Santo. P.: Irmãos eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito para obedecer a Jesus Cristo e participar da bênção da aspersão do seu sangue, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente. T.: BENDITO SEJA DEUS, QUE NOS REUNIU NO AMOR DE CRISTO. 3. ATO PENITENCIAL P.: O Senhor disse: “Quem dentre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. Reconheçamo-nos todos pecadores e perdoemo-nos mutuamente do fundo do coração. (breve silêncio) P.: Senhor, que vieste procurar quem estava perdido, tende piedade de nós. T.: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS. P.: Cristo, que vieste dar a vida em resgate de muitos, tende piedade de nós. T.: CRISTO, TENDE PIEDADE DE NÓS. P.: Senhor, que congregais na unidade os filhos de Deus dispersos, tende piedade de nós. T.: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS. P.: Deus todo-poderoso, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T.: AMÉM. 4. HINO DO GLÓRIA Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso. Nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. AMÉM. 5. COLETA P.: OREMOS: (breve silêncio) Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e, para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que ordenais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. T.: AMÉM. LITURGIA DA PALAVRA A.: Irmãos, à luz da Palavra de Deus, nós devemos dar graças ao Senhor por tudo aquilo que Ele realiza na Igreja por meio do serviço generoso dos missionários. Ouçamos com atenção a Palavra que nos salva. 6. PRIMEIRA LEITURA – Eclo 35,15b-17.20-22a Leitura do Livro do Eclesiástico. 15bO Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. 16Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; 17jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. 20Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. 21A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, 22afaça justiça aos justos e execute o julgamento. Palavra do Senhor. T.: GRAÇAS A DEUS. 7. SALMO RESPONSORIAL – Do Salmo 33/34 R.: O POBRE CLAMA A DEUS E ELE ESCUTA: O SENHOR LIBERTA A VIDA DOS SEUS SERVOS./ 1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!/ 2. Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta./ 3. Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos e castigado não será quem nele espera. 8. SEGUNDA LEITURA – 2Tm 4,6-8.16-18 Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo. Caríssimo: 6Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. 16Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. 17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém. Palavra do Senhor. T.: GRAÇAS A DEUS. 9. ACLAMAÇÃO R.: ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA./ V.: O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando nos sua Palavra; a Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva. (2Cor 5,19) 10. EVANGELHO – Lc 18,9-14 P.: O Senhor esteja convosco. T.: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. P.: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. T.: GLÓRIA A VÓS, SENHOR! P.: Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, e outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. Palavra da Salvação. T.: GLÓRIA A VÓS, SENHOR! 11. HOMILIA 12. PROFISSÃO DE FÉ Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, (faz-se inclinação nas palavras destacadas) que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. AMÉM. 13. ORAÇÃO DOS FIÉIS P.: Irmãos e irmãs, elevemos a Deus o louvor que Ele merece e, com confiança filial, apresentemo-lhe nossas súplicas, dizendo: Senhor, ouvi-nos! T.: SENHOR, OUVI-NOS! 1) Vós que sois nosso Deus e Senhor, fortalecei a Vossa Igreja, para que, por meio de seus ministros ordenados, continue a evangelização levando a Boa Nova com alegria a todos os lugares do mundo, nós vos pedimos. T.: SENHOR, OUVI-NOS! 2) Iluminai os nossos governantes, para que jamais lhes falte a consciência da missão de servir à justiça e à paz, e não coloquem empecilhos no trabalho evangelizador da Igreja, nós vos pedimos. T.: SENHOR, OUVI-NOS! 3) Acompanhai com a Vossa bondade todos os missionários que doam suas vidas, longe da família e da pátria, para que não lhes faltem a esperança e a fidelidade na missão, nós vos pedimos. T.: SENHOR, OUVI-NOS! 4) Renovai a fé de vosso povo aqui reunido, a fim de que reconheça a necessidade de dar a Deus aquilo que lhe pertence, nós vos pedimos. T.: SENHOR, OUVI-NOS! (preces espontâneas) P.: Senhor, Deus do universo, que acolheis as orações e ações de graças daqueles que se reúnem em oração, escutai as súplicas que Vos apresentamos com toda a confiança. Por Cristo, nosso Senhor. T.: AMÉM. LITURGIA EUCARÍSTICA 14. APRESENTAÇÃO DOS DONS – L. e M.: Pe. Almir dos Reis e Fr. Valdir Silva 1. A mesa santa que preparamos, mãos que se elevam a Ti, ó Senhor. O pão e o vinho, frutos da terra, duro trabalho, carinho e amor: Ô, ô, ô, recebe, Senhor! Ô, ô, recebe, Senhor!/ 2. Flores, espinhos, dor e alegria, pais, mães e filhos diante do altar. A nossa oferta em nova festa, a nossa dor vem, Senhor, transformar! Ô, ô, ô, recebe, Senhor! Ô, ô, recebe, Senhor!/ 3. A vida nova, nova família, que celebramos, aqui tem lugar. Tua bondade vem com fartura, é só saber reunir, partilhar. Ô, ô, ô, recebe, Senhor! Ô, ô, recebe, Senhor! 15. P.: Orai, irmãos e irmãs, para que o meu e vosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo poderoso. T.: RECEBA O SENHOR POR TUAS MÃOS ESTE SACRIFÍCIO, PARA A GLÓRIA DO SEU NOME, PARA O NOSSO BEM E DE TODA A SUA SANTA IGREJA. 16. SOBRE AS OFERENDAS P.: Olhai benigno, nós vos pedimos, Senhor, os dons que vos apresentamos, e nossa celebração seja, antes de tudo, para a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor. T.: AMÉM. 17. ORAÇÃO EUCARÍSTICA III – MR., p.545 Prefácio dos Domingos do Tempo Comum X – MR., p.483 P.: Na verdade, é digno e justo, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Vós nos concedeis, a cada momento, o que mais nos convém, e conduzis a vossa Igreja por admiráveis e diversos caminhos. Vós não cessais de ajudá-la com a força do Espírito Santo para que, sempre fiel ao vosso amor, jamais deixe de invocar-vos na tribulação nem se esqueça de louvar-vos na alegria, por Cristo, Senhor nosso. Por isso, associados aos coros dos Anjos, nós vos louvamos com alegria, cantando (dizendo) a uma só voz: T.: SANTO, SANTO, SANTO... P.: Na verdade, vós sois Santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir para vós um povo que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr do sol, um sacrifício perfeito. Por isso, ó Pai, nós vos suplicamos: santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas a fim de que se tornem o Corpo e o Sangue de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nos mandou celebrar estes mistérios. T.: ENVIAI O VOSSO ESPÍRITO SANTO! P.: Na noite em que ia ser entregue, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção de ação de graças, partiu e o deu a seus discípulos, dizendo: “TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS”. Do mesmo modo, no fim da Ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, pronunciou a bênção de ação de graças, e o deu a seus discípulos, dizendo: “TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”. Mistério da fé para a salvação do mundo! T.: SALVADOR DO MUNDO, SALVAI-NOS, VÓS QUE NOS LIBERTASTES PELA CRUZ E RESSURREIÇÃO! P.: Celebrando agora, ó Pai, o memorial da paixão redentora do vosso Filho, da sua gloriosa ressurreição e ascensão ao céu, e enquanto esperamos sua nova vinda, nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício vivo e santo. T.: ACEITAI, Ó SENHOR, A NOSSA OFERTA! P.: Olhai com bondade a oblação da vossa Igreja e reconhecei nela o sacrifício que nos reconciliou convosco; concedei que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, repletos do Espírito Santo, nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito. T.: O ESPÍRITO NOS UNA NUM SÓ CORPO! P.: Que o mesmo Espírito faça de nós uma eterna oferenda para alcançarmos a herança com os vossos eleitos: a santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os vossos santos Apóstolos e gloriosos Mártires, (Santo do dia ou padroeiro) e todos os Santos, que não cessam de interceder por nós na vossa presença. T.: FAZEI DE NÓS UMA PERFEITA OFERENDA! P.: Nós vos suplicamos, Senhor, que este sacrifício da nossa reconciliação estenda a paz e a salvação ao mundo inteiro. Confirmai na fé e na caridade a vossa Igreja que caminha neste mundo com o vosso servo o Papa Leão e o nosso Bispo , com os bispos do mundo inteiro, os presbíteros e diáconos, os outros ministros e o povo por vós redimido. Atendei propício às preces desta família, que reunistes em vossa presença. Reconduzi a vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro. T.: LEMBRAI-VOS, Ó PAI, DA VOSSA IGREJA! P.: Acolhei com bondade no vosso reino os nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida e todos os que morreram na vossa amizade. Unidos a eles, esperamos também nós saciar nos eternamente da vossa glória, por Cristo, Senhor nosso. Por ele dais ao mundo todo bem e toda graça. Por Cristo, com Cristo, e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, por todos os séculos dos séculos. T.: AMÉM. 18. RITO DA COMUNHÃO 19. CANTO DE COMUNHÃO – L.: Lc 18,13 e Sl 50 | M.: Pe. José Weber, SVD R.: O PUBLICANO SUPLICAVA HUMILDEMENTE: Ó MEU DEUS, TENDE PIEDADE! Ó MEU DEUS, TENDE PIEDADE, POIS EU SOU UM PECADOR!/ 1. Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Do meu pecado, todo inteiro, me lavai, e apagai completamente a minha culpa!/ 2. Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!/ 3. Mostrais, assim, quanto sois justo na sentença, e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade, e pecador já minha mãe me concebeu./ 4. Mas vós amais os corações que são sinceros, na intimidade me ensinais sabedoria. Aspergi-me e serei puro do pecado, e mais branco do que a neve ficarei./ 5. Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! 20. DEPOIS DA COMUNHÃO P.: OREMOS: (breve silêncio) Os vossos sacramentos, Senhor, realizem o que significam, a fim de que um dia possamos entrar em plena posse do mistério que agora em ritos celebramos. Por Cristo, nosso Senhor. T.: AMÉM. 21. BREVES AVISOS 22. BÊNÇÃO FINAL RITOS FINAIS LEITURAS DA SEMANA Seg.: Rm 8,12-17; Sl 67(68), 2 e 4.6-7ab.20-21; Lc 13,10-17; Ter.: Ef 2,19-22; Sl 18(19A), 2-3.4-5; Lc 6,12-19. Ss. Simão e Judas, Apóstolos; Qua.: Rm 8,26-30; Sl 12(13), 4-5.6; Lc 13,22-30; Qui.: Rm 8,31b-39; Sl 108(109), 21-22.26-27.30-31; Lc 13,31-35; Sex.: Rm 9,1-5; Sl 147(147B), 12-13.14-15.19-20; Lc 14,1-6; Sáb.: Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24), 1-2.3-4ab.5-6; 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12a. Todos os Santos, Solenidade. 




O PORTAL DO TEMPO

De pé, sozinho, no velho balaústre, contemplo o deus Aton erguer-se majestosamente do seu trono celeste, e, em seguida, tingir de ouro as águas calmas da baía, na maré vazante, enquanto as gaivotas voejam, pelo cais, buscando talvez os navios que perderam suas bússolas e não voltam jamais, distendendo o manto da paz na singela saudação que elas fazem ao  novo dia – e a cidade, enfim, vai acordando de mansinho.

Devido à luminosidade intensa que me ofusca as retinas, por alguns momentos, fecho os meus olhos cansados - e eis que um turbilhão de gratas memórias assoma ligeiro à mente, catapultando-me, como se fora num sonho de bom quilate, para o Camocim de antigamente onde revejo, com imensa saudade, tantas pessoas conhecidas, que já partiram para as estrelas, além de um punhado de coisas simples do  cotidiano, que transbordaram o meu cálice da vida, que me fizeram ser tão feliz, aqui, que nem ousaria dizer o quanto, com receio de não saber encontrar nunca mais  a trilha secreta que me conduziu ao paraíso.      

As pedras toscas dos caminhos, que guardam tantas lembranças, alinhavavam as ruas centrais da urbe, traçadas na perspectiva de um tablado de xadrez, que convergiam todas elas para a orla, permitiam que os poucos veículos automotores existentes à época conseguissem, com muitos solavancos, chegar sãos e salvos aos seus destinos, sendo que o Jeep, talvez por seu estilo inconfundível e robustez mecânica incomum, destacava-se por si só nesta cena provinciana, mormente aquele “cara alta”, de cor verde musgo, do sr. Edmundo Fontenele, acompanhado de perto pelas caminhonetes da Chevrolet e pela imponente Rural, especialmente aquela azul turquesa do sr. Hindenburg Aguiar, que, por vezes, passeava com a família, pela Engenheiro Privat, passando defronte à minha casa, bem devagar, como se quisesse me fazer um convite para um breve passeio nas redondezas.

Sentado no batente, ao lado de meus irmãos, aguardando o trem chegar, ficava olhando o carro distanciar-se, com o motor assobiando forte, preciso como um relógio suíço, rompendo a fronteira da visão, mas, sempre, na minha imaginação infantil, eu me permitia aceitar a gentil carona, aboletando-me, todo prosa, no banco de trás, que mais parecia uma cama de tão grande, admirando, pelos espessos vidros, a bela paisagem citadina que eu conhecia tão bem como a palma da mão.

Aos domingos, pela manhã, invariavelmente, ouvia-se, ainda ao longe,  o matraquear possante da Toyota do Pe. Benedito, que avançava célere, que, sem jogar búzios no ar, acertava o caminho de nossa residência, indo pegar o meu pai para levá-lo à igrejinha de São Francisco, recém-construída com a força da coletividade, um presente dos céus para  aquela gente humilde da Brasília, cheia de fé em Deus, que esperava pacientemente por dias melhores,  onde ele costumava assistir a missa e ajudava o sacerdote, com desvelo, nas leituras bíblicas, na companhia do sr. Valmir Rocha, massapeense de nascimento, grande maestro e cidadão camocinense, autor do hino mais belo da Terra da Luz, o nosso, que reverbera sublime poesia em cada verso esculpido como joia rara.

Nisto, enquanto os últimos preparativos eram finalizados para a partida do japonês rumo ao templo do Senhor, viam-se pescadores levando caranguejos gigantes, nos remos, que se vergavam de tanto peso, dirigindo-se, apressados, ao mercado, onde a distinta clientela já os esperava com impaciência denotada numa babel de vozes dissonantes.     

E o que falar, Paizinho Celestial, daquelas tardes inesquecíveis em que eu, depois de ter lido avidamente o gibi das aventuras de Tarzan, O Rei das Selvas, protetor da floresta e dos povos originários, ficava, só, à sombra das goiabeiras amigas, no quintal, ouvindo a passarada em festa de arromba tecendo cantos de amor, observando, com atenção,  os desenhos das nuvens, tentando encaixar cada um deles nas formas geométricas complexas que passara a conhecer na Escola de D. Mimi.

À noitinha, impreterivelmente às sete horas, o vaso do silêncio da urbe era quebrado em mil pedaços, pelos alto-falantes da Voz de Camocim,   para deleite dos antigos conterrâneos, que, desde cedo, encontravam-se  postados nas imediações da Praça da Estação - e não viam a hora de solicitarem ao Gerardo Brito (GB) suas páginas musicais favoritas, endereçando-as, gentilmente, às namoradas ou às ardentes amantes. 

Um pouco mais adiante, na Rua 24 de Maio, próximo ao comércio do sr. Nenen Lúcio, no mesmo horário, os Sonoros Pinto Martins, para gáudio de seus inúmeros ouvintes, lançava ao ar o seu pacote musical do dia, com destaque especial para uma gama de canções românticas que iam ao encontro daqueles apaixonados de plantão que peruavam à volta.       

Quando eu era presenteado, no mês, com a entrada do Cine João Veras, porquanto a família era numerosa e não havia como nós irmos ao cinema, conjuntamente, por conta dos recursos serem escassos, era com imensa alegria que procurava me informar, com bastante antecedência, olhando as tabuletas estilizadas que respiravam arte, colocadas em pontos movimentados da city, sobre o filme que iria passar, naquela oportunidade, no mais das vezes uma fita de faroeste.      

Por volta das onze da noite, a Usina de Força, situada na antessala da Rua do Egito, encravada num mar de areia que não tinha fim, de onde se divisava as imponentes Oficinas da RVC, anunciava, através de três sinais consecutivos, que iria dormir, cansada que ela estava de tanto trabalhar, instando que nós fôssemos, logo, para o aconchego do lar.    

Acontece que a boemia, acomodada nos bares ou nos cabarés, não ligava em absoluto nada se a luz elétrica faltava porque sabia que a petromax entraria de imediato em ação espantando o fantasma da escuridão, e, naquele lusco-fusco reinante, sob o olhar complacente das estrelas, ela varava a doce madrugada cantando, dançando ou bebendo.           

Hoje, em cada esquina, em cada canto, eu vejo sombras esparsas nas paredes, onde outrora havia tantas vozes e tanto riso, e ouço, calado, o lamento do vento que traz consigo um bouquet de perdidas recordações  tão ternas, cálidas, que ecoam na minh’alma vazia fazendo-me soluçar. 

Quando o amanhã chegar sem mim, minha amada, depois da última viagem, vou pedir ao Altíssimo o milagre de poder deixar sempre aberta a porta do meu coração, para ti, para que eu possa contemplar a beleza de tuas velas boiando ao luar, levando-me uma vez mais a sonhar. 

AVELAR SANTOS
A\S CAMOCIM-CE

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