África
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Nota: Para por outras definições, veja África (desambiguação).
África | |
Vizinhos | Ásia, Europa, América e Antártica |
Divisões | |
- Países | 54 |
- Dependências | 6 |
Área | |
- Total | 30 221 532 km² |
- Maior país | Argélia (2 381 741 km²) |
- Menor país | Seychelles (455 km²) |
Extremos de elevação | |
- Ponto mais alto | Kilimanjaro (5895 m) |
- Ponto mais baixo | Lago Assal, Djibouti (155 m abaixo do nível do mar) |
População | |
- Total | 1 000 010 000[1] (2005, 2°) habitantes |
- Densidade | 30,51 hab./km² |
Idiomas | Línguas africanas, árabe, inglês, francês, português |
Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida), pelo menos 21 são africanos.[2] Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[3] A Líbia, Maurícia e Seicheles têm uma boa qualidade de vida. Ainda há outros países africanos com qualidade de vida e índices de desenvolvimento razoáveis, como a maior economia africana, a África do Sul e outros países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.[4]
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do continente.
Índice[esconder] |
[editar] Etimologia
Afri era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora uma teoria de 1981,[5] tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam.No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando "país ou território".[6] Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia, também preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias para a antiga denominação "África":
- No século I, o historiador judeu Flávio Josefo (Ant. 1.15) afirmou ter sido nomeado para Epher, neto de Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos descendentes, segundo ele, tinha invadido a Líbia.
- aprica, palavra latina que significa "ensolarados", mencionada por Isidoro de Sevilha (século VI), em Etymologiae XIV.5.2
- aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta foi proposta pelo historiador Leo Áfricanus (1488-1554), que sugeriu a palavra grega phrike (φρίκη, significando "frio e horror"), combinado com o prefixo privativo "-um", indicando assim um terreno livre de frio e de horror.
- Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio af-rui-ka, que significa "para virar em direção a abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada pessoa e de "abertura do Ka" remete para o útero ou berço. África seria, para os egípcios, "o berço."[7]
[editar] História
Ver artigo principal: História da África
A história da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade Clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais antigos das suas civilizações. Para além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África, permitindo considerá-la o "berço da humanidade".[8]O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Podem referir-se os estados de Kush e Meroé, ainda no nordeste de África, o primeiro estado do Zimbabwe e o reino do Congo que floresceram entre os séculos X e XV.
A estrutura moderna da África, em termos de divisão entre estados e línguas de trabalho, no entanto, resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias na Conferência de Berlim. Com excepção da Etiópia, que só foi dominada pelo Reino de Itália durante um curto período, e da Libéria, que foi um estado criado pelos Estados Unidos durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os restantes países de África apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.
[editar] Paleontologia
De acordo com as descobertas recentes de fósseis de hominídeos, a África parece ter sido o "berço da humanidade", não só onde, pela primeira vez, apareceu o Homo sapiens, mas também grande parte dos seus antepassados, como os Australopithecus (ver Swartkrans, por exemplo).[9][editar] Antiguidade
Nos meados do segundo milênio a.C., a ameaça asiática levou o Egito ao expansionismo, principalmente após a XVIII dinastia, quando sua história ligou-se profundamente ao Oriente antigo.[10] No fluxo de riquezas desse período surgiu a decomposição sócio-política do Egito.[11] Caminhou, assim, para a anarquia, caindo, por fim, no domínio macedônico.[12]O governo cartaginês foi aristocrático, dominado pelos homens de negócios, submetendo as classes menos privilegiadas pelo terror e corrupção.[13] Ultrapassando o estreito de Gibraltar, os navios cartagineses fizeram comércio com tribos do litoral atlântico da África e Europa.[14] Por terra, através do Saara, o comércio com o Sudão foi intenso.[nota 1] As lutas contra o crescente poderio romano levaram Cartago à completa destruição.[13][15]
Sila, o patriarca dos ditadores: Mário e Sila.</ref> domínio da Numídia (25 a.c.),[nota 2] e da Mauritânia (40 d.C.).[nota 3]
Na África oriental, os árabes muçulmanos exerceram também sua dominação, mas em caráter periférico. Nos séculos VII e XI estabeleceram uma série de postos na costa africana do Índico: Mogadíscio, Melinde,< Mombaça, Pemba, Zanzibar, Moçambique, Quiloa, Sofala e Madagascar. O interesse era puramente comercial e não de conquista e conversão religiosa. Nas cidades, os árabes representaram a aristocracia financeira,miscigenando-se com a população local. Cada cidade viveu independentemente, com ligeira preponderância de umas sobre outras, não formando impérios. Essa influência árabe terminou no começo da Idade Moderna, ao surgir o dominio português.
[editar] Idade Moderna
Os ibéricos, principalmente os portugueses, iniciaram a conquista da África que, dos séculos XV a XVIII, foi periférica. Em 1415 os lusos tomavam Ceuta. Logo uma série de pontos no litoral norte-africano caíram em mãos europeias. Nessa ocupação restrita, a expansão da fé cristã representou importante papel. Contra essa intervenção, santos locais ou marabus insuflaram a guerra santa. Independência e luta contra o infiel caracterizaram os movimentos berberes. A reação nativa estava presa também à decadência do tráfico caravaneiro no Saara em demanda do Maghreb, pois os portugueses e depois holandeses, ingleses e franceses desviaram para o litoral atlântico o comércio de ouro e escravos.[16] No começo do século XVI, os turcos otomanos, que destruíram o império bizantino e irromperam na Berberia, ocupam postos estratégicos no litoral, dedicando-se ao corso do comércio cristão no Mediterrâneo.[17] Internamente os conflitos turco-árabe-berberes delinearam as atuais Tunísia, Argélia e Marrocos. Os turcos deram ao norte da África uma organização baseada nos chefes locais, prestando tributo a Constantinopla. Aos poucos, o dominio do sultão tornou-se nominal, deixando aos governadores militares a iniciativa na administração e conquista.[18]Para os portugueses, além da obtenção do ouro de que necessitava a burguesia europeia, a África representava um objetivo mais longinquo: a instalação de entrepostos que balizassem o caminho oceânico para as Índias. Assim reconheceu-se Serra Leoa. Em 1482, Diogo Cão chegava à foz do Congo; em 1488, Bartolomeu Dias dobrava o cabo das Tormentas (Boa Esperança) e em 1497, Vasco da Gama, após contornar o mesmo cabo, tocava em Natal, Sofala e Melinde, chegando afinal a Calecut. Abria-se nova era no comércio internacional e o litoral da África representava o papel de fornecedor e escala. O trânsito direto das especiarias para Lisboa provocou enorme golpe na economia egípcia, declinando o comércio de Alexandria. Os portugueses, pela destruição do comércio árabe e da frota egípcia, dominaram o oceano Índico até o começo do século XVII.[18]
Tornaram-se defensores da Abissínia, realizando o sonho secular da aliança com as terras do Preste João. A catequese levou jesuítas e dominicanos ao contacto com os bantos, que a eles reagiram violentamente. Portugal procurou dominar os portos de escoamento de ouro, marfim e pimenta. Fracassou a tentativa da posse do ouro de Bambuc. Abaixo do equador, os lusos instalaram-se em pontos que foram a origem de Angola e Moçambique, visando ao ouro da Rodésia e às lendárias minas de prata do sul do Congo. Até à época do domínio espanhol (1580) os portugueses exerceram o monopólio do tráfico negreiro, abastecendo as plantações do Brasil. Daí em diante franceses, holandeses e ingleses entraram no tráfico.[18]
As companhias de comércio da era mercantilista dividiram entre si as zonas de exploração. No século XVII, os neerlandeses, mais bem equipados, dominaram o tráfico. Na centúria seguinte, ingleses e franceses lutaram pelo privilégio do "asiento". No litoral atlântico, o tráfico estendia-se numa faixa de 3500 km de costa entre a Mauritânia e o Congo. Na segunda metade do século XVIII, o tráfico estendeu-se a Angola. O escambo fazia-se com a troca de negros por mudas de cana-de-açúcar, tabaco, aguardente e produtos da Ásia.> Nessa época, pelo menos 100 mil escravos eram exportados por ano. Com o advento da Revolução Industrial, os interesses europeus somaram-se à ação de seitas religiosas e dos filantropos, e a escravidão foi combatida. Mas continuou, sob mil disfarces. O comércio escravo atingiu o interior, despovoando grandes áreas em virtude das razias que as tribos litorâneas, mancomunadas com os negreiros, realizavam.[18]
Enquanto isto, no Sudão ocidental, formaram-se, no século XVII, alguns reinos, como de Andres, no baixo Daomé, e dos Ashanti, na Costa do Ouro (hoje Gana). Estes lutaram contra os ingleses no século XIX. Os tuculores islamizados fundaram, no século XVIII, um reino teocrático no Futa-Djalon e depois no Futa-Toro. No século seguinte, o conquistador El Hadj Ornar unificou os tuculores num império que ia do Senegal a Tombuctu, fazendo frente à dominação francesa.[18]
No Sudão central, o reino de Bornu a oeste e a sul do lago Tchad viveu submetido ao despotismo de chefes indígenas, desde o século XVI, e no século XIX ainda era forte, comerciando com a África do norte. Dos séculos XVII a XIX, o Uadai, no sudeste do Tchad, foi unificado por um grande império, que entrou em decadência nas lutas contra Bornu. No Sudão oriental, o Darfur, dirigido desde 1596 por uma dinastia árabe, alcançou esplendor nos séculos seguintes. A islamização da África ainda continua, apesar de todos os embates com o mundo ocidental.[18]
No século XIX, a metade da população sudanesa era islamizada. Os wolofs ou volofs, os tuculores, os saracoleses, os songais, além de outros grupos, usavam o árabe e escreviam em árabe, não abandonando os dialetos locais.[18]
Muitas tribos continuaram isoladas do islamismo, como os bambaras, os sereres, os mossis, as tribos do Sudão meridional e da floresta equatorial, em grande parte.[18]
Desalojados da Guiné pelos holandeses, os portugueses conservaram Angola e Moçambique. Os neerlandeses estabeleceram-se em 1651 no cabo da Boa Esperança, devido às vantagens para o comércio no Oriente.[18]
Só em 1795 os holandeses iniciaram a colonização na África meridional, com dois mil colonos, incluindo também huguenotes franceses, estabelecendo-se no Karraoo.[19]
[editar] Idade Contemporânea
No fim do século XVIII a política napoleônica dirigiu-se ao norte da África. Bonaparte, pretendendo transformar o Mediterrâneo em um lago francês, isolando o poderio inglês das rotas do Oriente, lançou-se ao Egito em 1798. Embora terminasse derrotado, tirou o poder aos mamelucos e abriu caminho para o renascimento egípcio. Em 1805, Maomé-Ali fez-se reconhecer paxá pelo sultão turco, que exercia poder nominal sobre o norte da África. Chefe da milícia albanesa, fortaleceu o seu poder a partir de 1811, liquidando os restos do poder mameluco. Organizou um Estado centralizado e com o concurso de estrangeiros preparou enorme exército e grande esquadra e reorganizou a indústria e a agricultura. Seguindo uma política expansionista, Maomé-Ali conquistou Senar e Kordofan, criou Kartum e auxiliou a Turquia na sua tentativa de reprimir a insurreição grega. Em 1840, a Inglaterra obstou suas pretensôes sobre a Síria. Seus sucessores desbarataram os recursos do Egito e os financistas internacionais dominaram o país. A Inglaterra opôs-se à abertura do canal de Suez, mas acabou possuindo a maioria das ações do canal, abrindo novas perspectivas para o comércio com o Oriente. O fim do século XIX marcou nova perda da independência política do Egito, com o enfraquecimento do império otomano e o domínio britânico.[20]Na África do Sul os ingleses anexaram o Cabo e, juntamente com os bôeres, apropriaram-se das melhores terras dos nativos. A interferência de missionários protestantes levou à extinção da escravidão. A pressão inglesa determinou a emigração em massa dos bôeres para a região dos rios Vaal e Orange (1834-1848), fundando-se dois Estados: Orange e Transvaal. Os choques com os zulus (grupo banto) multiplicaram-se, tendo os nativos formando uma confederação de tribos, chefiados por Chaka, defendendo-se tenazmente.[20]
Em 1830, os franceses invadiram a Argélia e iniciaram a colonização nos governos de Luís Filipe e Napoleão III. A Berberia islamizada vem resistindo nestes dois séculos à dominação europeia. O grande chefe berbere foi, no século passado, Abd el-Kader, que levantou as tribos em guerra santa.[20]
Em 1847, a colônia que filantropos americanos haviam fundado entre Serra Leoa e Costa do Marfim transformou-se na república negra da Libéria.[20]
[editar] As explorações científicas
A fase de ocupação periférica da África estava prestes a terminar. As grandes potências já possuiam o cabedal técnico e os interesses econômicos para dominar o imenso continente. A fase de expansão ocidental sobre a África e sua conseqüente divisão em colônias teve seus antecedentes nas explorações que cientistas, aventureiros e missionários realizaram, muitos deles colaborando também na apropriação de territórios pelos países europeus. Entre 1768 e 1773 o escocês James Bruce viajou através da Abissínia e do Senar e reconheceu as nascentes do Nilo Azul. Em 1788 fundava-se em Londres a Associação Africana (transformada em 1831 na Sociedade Real de Geografia), iniciando-se a exploração metódica da África. Em 1796, o médico escocês Mungo Park reconheceu a região do rio Níger, morrendo assassinado nos rápidos de Bussa. O médico português Lacerda explorou o Zambeze e chegou ao lago Mwero. Em 1823, Clapperton, vindo de Trípoli, chegava ao Tchad e, em 1825-1827, ao Níger. A exploração mais fecunda foi realizada pelo sábio alemão Barth que, do Tchad, percorreu as regiões de Tombuctu, a oeste, e Adama, ao sul (1850-1855). Deixou copiosa e segura documentação sobre suas viagens. Entre 1860 e 1875, Os alemâes Rohlfs e Nachtigal fizeram enormes reconhecimentos geográficos, lingüísticos e de história natural no sul do Marrocos, Saara e Sudão. Na segunda metade do século XIX, a África oriental e austral foi devassada. O missionário anglicano Livingstone, que consagrou sua vida em defesa do negro, explorou a África do oeste para leste, morrendo em 1873. Speke, entre 1852 e 1862, explorou os Grandes Lagos, desceu o Nilo até Cartum, resolvendo o problema da origem do grande rio. Baker mostrou que os lagos Alberto e Malawi (ex-Niassa) eram os principais reservatórios do Nilo. O jornalista inglês Stanley, vindo do leste para oeste, desceu o Lualaba até o Atlântico, provando que era o curso superior do Congo (1874-1877). Em sintese, partindo e chegando a pontos conhecidos, os exploradores seguiram os cursos dos grandes rios ou seus divisores d'água e revelaram ao mundo a riqueza dos recursos naturais da África e a realidade das populações indígenas, muitas em nível primitivo, outras já bem decadentes por séculos de exploração, mas quase todas indefesas ao poderio europeu, ávido de matérias-primas e novos mercados. Abria-se a África à fase imperialista.[21][editar] Imperialismo ocidental
Após 1870, a África foi o palco das disputas internacionais.[22] Nos países já independentes, como Egito e Tunísia, a soberania desaparecia ante a intervenção das finanças estrangeiras, mudando-se a estrutura socioeconômica em benefício aos interesses estrangeiros. Os países e companhias dominadores investiram grandes somas na "explorarão dos recursos naturais africanos, nos setores da engenharia, indústria e agricultura. O nativo, dominado por uma pequena minoria branca, trabalhou nessa empresa, mas teve pouquíssimo participação nas riquezas criadas. No correr dos anos formaram-se elites africanas que, tomando consciência da situação dos indígenas, iniciaram os movimentos de libertação, ao lado dos ideais pan-africanistas. As primeiras intenções provocaram a reação do nacionalismo xenófobo norte-africano, ainda baseado na tradição de independência berbere.[23]No Egito, o oficial Arabi Paxá chefiou uma revolta contra a subserviência do quediva aos estrangeiros e, em 1882, foi votada uma constituição de base parlamentar.[23]
O chanceler alemão Bismarck apoiou as pretensões francesas de domínio da região, como uma compensação dos resultados da guerra Franco-Prussiana. Jules Ferry, condutor do expansionismo francês, usando como pretexto a invasão da Argélia por tribos tunisinas, ameaçou Túnis, e pelo tratado do Bardo (1881), completado pela convenção de Marsa (1883), instaurou o protetorado francês na Tunísia. Completava-se politicamente a intervenção financeira, embora, na aparência, governasse a mesma dinastia. No Sudão (depois anglo-egípcio), os britânicos apoiaram o quediva na repressão às tribos revoltadas sob a chefia de Mohammed-hmed. Assim, a Inglaterra acabou por ocupar todo o vale do Nilo.[23]
Na Conferência de Berlim (1884 - 1885) foi organizada a partilha de África pelas potências coloniais. A conferência foi proposta por Portugal e organizada por ismark. Participaram ainda o Reino Unido de Grã-Bretanha e Irlanda, a França, a Espanha, a Itália, a Bélgica, os Países Baixos, a Dinamarca, os Estados Unidos, a Suécia, a Áustria-Hungria e o Império Otomano. Como resultado desta conferência, a Grã-Bretanha passou a administrar toda a África Austral, com excepção das colónias portuguesas de Angola e Moçambique e o Sudoeste Africano que ficou com a Alemanha, toda a África Oriental, com excepção do Tanganica, que também ficou com a Alemanha, e partilhou a costa ocidental e o norte com a França, a Espanha e Portugal (Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe); o Congo - que estava no centro da disputa, o próprio nome da conferência em alemão é “Conferência do Congo” - continuou como “propriedade” da Associação Internacional do Congo, cujo principal accionista era o rei Leopoldo II da Bélgica; este país passou ainda a administrar os pequenos reinos das montanhas a leste, o Ruanda e o Burundi. [24]
No plano internacional, a disputa europeia no norte da África levou as potências a se agruparem em blocos rivais. A França e a Inglaterra, "após uma hostilidade de quase 20 anos, se aproximaram em 1904-05 com a Entente Cordiale. O Congo foi palco das disputas franco-belgas. Leopoldo II usou a "Associação Internacional para Exploração e Civilização da África" como instrumento da expansão belga. A seu serviço, o explorador Stanley anexou em 1879 os territórios congoleses. Ao mesmo tempo, Brazza conseguia para a França o baixo Congo. A Inglaterra apoiou então as pretensões portuguesas na região. Para resolver o impasse, as potências decidiram na conferência de Berlim (1884-85) a questão da navegação no Níger e Congo. Além disto, quando uma potência se instalasse no litoral, só poderia se apropriar do interior desde que realizasse uma ocupação efetiva, tendo que notificar às outras signatárias do ato geral da conferência.[23]
Firmou-se, assim, o conceito imperialista das zonas de influência. O Congo tornou-se um Estado independente em 1885, sob a soberania do rei belga. A exploração da área foi entregue a concessionários até que em 1908 o Congo tornou-se colônia belga.[23]
No Sudão ocidental, a França procurou alargar seus domínios, e até o fim do século XIX o Senegal, a Guiné, a Costa do Marfim, o Daomé (hoje Benim) e o Níger até Tombuctu estavam em suas mãos. As possessões inglesas de Gâmbia, Serra Leoa e Costa do Ouro (hoje Gana), e o Togo alemão ficaram encravados na zona francesa. Mas a Companhia Privilegiada (inglesa) dominou o baixo Níger, originando-se a Nigéria, rica em produtos tropicais.[23]
A França reuniu as suas possessões do norte da África, o Sudão e o Congo, num só bloco. Em Madagascar, também impôs sua proteção, apesar da reação Hova. Foi preciso a intervenção militar cm Tananarive, e em 1895 a ilha era anexada ao império colonial francês, prosseguindo a Europa na corrida colonialista.[23]
O Império Alemão, que, como o Reino de Itália, sofrera considerável atraso na política colonial devido à unificação tardia, lançou-se à África. No litoral atlântico restara a enorme região entre Angola e o Cabo. O alemão Lüderitz fixara-se em Angra-Pequena e comerciava com os hotentotes. Em 1884, o Sudoeste Africano tornou-se protetorado germânico. O explorador Nachtigal obteve, por tratados com os chefes locais, O Togo e os Camarões, C. Karl Peters anexou territórios na África oriental. Nessa região processou-se o choque anglo-alemão, principalmente em Uganda, já perturbada por querelas entre muçulmanos e ocidentais. Pelo tratado de 1 de julho de 1890, dividiu-se a África oriental em zonas de influência. A Alemanha dominou o planalto dos Grandes Lagos e a Inglaterra obteve protetorados em Zanzibar e Pemba e o domínio de Uganda e os territórios alemães estabeleciam, pois, a descontinuidade das posses dos britânicos.[23] Estes, em maio de 1894, davam ao Estado Independente do Congo (depois Congo Belga), a posse das terras do Bahr-el-Ghazal em troca de uma faixa de 25 km de largura na região dos lagos Alberto e Tanganica, permitindo ligar O vale do Nilo às possessões do sul.[25]
Em 1881 os mahdistas ocuparam o Sudão egípcio. A Inglaterra encarou a anarquia no alto Nilo como um perigo para sua posse no Egito, pois qualquer potência usaria esse pretexto para intervir no Sudão nilótico. Anos depois, os mahdistas atacaram Cartum, onde morreu o general Gordon, que defendia a praça. A França, sob a orientação do ministro Delcassé, pretendeu dominar a região. A expedição francesa saiu de Brazzaville em março de 1897 e chegou ao alto Nilo, em Fashoda (julho de 1898). Por sua vez, a Inglaterra enviou Kitchener que, retomando Cartum e destruindo as tropas mahdistas, chegou a Fashoda a 17 de setembro. A repercussão na Europa das disputas anglo-francesas foi enorme e quase se chegou à guerra. Mas a França recuou neste incidente, e a Inglaterra incorporou a região (Sudão Anglo-Egípcio).[26]
Na Abissínia, Orei Menelik II opôs-se às pretensões da Itália, derrotando-a em Aduwa (1896). A Abissínia fora o primeiro país africano a afirmar a sua soberania ante o avanço europeu. Em 1900 a França conquistou o Tchad.[26]
[26]
Na África do Sul a descoberta das minas de ouro e diamantes ocasionou a guerra da Inglaterra contra os bôeres. Cecil Rhodes, governador do Cabo e orientador da politica das companhias mineradoras, chefiou a conquista, a pretexto da ligação ferroviária do Cabo ao Cairo. Cercou as repúblicas bôeres. Concedeu a exploração das Rodésias e Bechuanalândia à Companhia Privilegiada. Fracassando numa primeira tentativa belicosa contra os bôeres (o rei de de Jameson) em 1896, Rhodes neutralizou os protestos alemães e, alegando a xenofobia do presidente bôer Kruger contra os estrangeiros (uitlanders), atacou os colonos africâneres em 1899. Mas a resistência bôer foi enorme e a opinião mundial exaltou-se Contra a politica violenta dos últimos anos da rainha Vitória. Em 1902 a Inglaterra vencia a guerra e em 1909 nascia a União Sul-Africana, domínio da Comunidade das Nações.[26]
No começo do século XX, resistiam ainda ao imperialismo o Marrocos e a Líbia, na África do norte. No Marrocos chocaram-se os interesses franco-alemães. O kaiser Guilherme II, desembarcando em Tânger, apoiou a tutela do sultão turco sob a proteção alemã. Mas na conferência de Algeciras teve que reconhecer o domínio francês do litoral. Quando, porém, a França tentou o interior marroquino, a Alemanha enviou uma canhoneira a Agadir (julho de 1911). Nesse período de "paz armada que precedeu a I Guerra Mundial, parecia que a luta armada entre as duas potências iria estourar. Porém o tratado de 4 de novembro de 1911 deixou o Marrocos à França, sendo a Alemanha compensada por cessões no Gabão, Congo e Ubangui.[26]
Invocando os maus tratos por que passavam seus colonos na Tripolitânia, o Reino de Itália declarou guerra ao Império Otomano (setembro de 1911), que exercia poder nominal sobre a Líbia e rapidamente ocupou o litoral da Tripolitânia e Cirenaica, mas teve que enfrentar a guerra santa dos senusitas chefiados pelos turcos. Entretanto, devido aos problemas balcânicos que antecederam a I Guerra Mundial, o império otomano cedeu a região à Itália (1912).[26]
Os reflexos da I Guerra Mundial na África foram importantes porque significaram a interrupção do domínio alemão e turco no continente. Franceses, ingleses e belgas lançaram-se à conquista das colônias germânicas. No Sudoeste Africano, porém, a resistência foi grande, complicada com a reação bôer na União Sul-Africana. Na África Oriental Alemã os colonos resistiram por toda a guerra. Na África do Norte o tênue domínio turco esboroou-se e a Itália concluiu duramente o domínio da Cirenaica. Os tratados de Versalhes e Sévres confirmaram o fim do domínio alemão e turco na África, pois suas colônias foram repartidas entre as potências sob a forma de mandatos da Sociedade das Nações. O Togo e os Camarões foram repartidos entre Reino Unido e França. A África Ocidental Alemã ficou sob o mandato da União Sul-Africana. Tanganica ficou para a Inglaterra, e os sultanatos de Ruanda e Burundi, para a Bélgica. A Inglaterra realizava o sonho de unir o Cabo da Boa Esperança ao Cairo. No período entre-guerras, a Alemanha não cessou de exigir a devolução de suas possessões, principalmente na era nazista. Em 1935 a Itália, a menos aquinhoada das potências, invadiu a Abissínia. A Sociedade das Nações, já decadente, pouco fez. além de aplicar sanções inócuas. A 9 de maio de 1936, Mussolini proclamou a existência da África Oriental Italiana, reunindo num só bloco Abissínia, Eritreia e Somália.[26]
Na Segunda Guerra Mundial as colônias inglesas apoiaram a metrópole. Já no império colonial francês, o governo de Vichy conseguiu a adesão de grande parte do colonos, apesar do apelo do governo livre do general Charles de Gaulle.[26] Isso obrigou os aliados a uma ação militar contra os colaboracionistas do Eixo.[27] Em 1942 os ingleses ocuparam Madagascar. Na África do norte as potências aliadas e os nazi-fascistas disputaram violentamente seu domínio. A Líbia foi a base dos exércitos de Hitler. A Abissínia, dominada pelos fascistas, fazia perigar as rotas do Oriente. Nas areias do deserto do Sara as tropas de Erwin Rommel e Montgomery travaram uma luta difícil pelo afastamento das bases de suprimentos e pelas condições meteorológicas. Em 1942, O Afrika Korps atingia EI Alamein, em território egípcio. Derrotados, os alemães recuaram até a Tunísia. O desembarque norte-americano liquidou as pretensões do Eixo.[28]
[editar] Nova era africana
Após a guerra, com o esgotamento das potências e a difusão das ideias democráticas, nasceu uma nova era para a África. De um lado, os ideais do nacionalismo africano e do pan-africanismo, agitando as populações nativas e levando-as à luta pela independência das colônias e sua união em blocos; e de outro, o neocolonialismo, procurando sob outras formas político-administrativas a perpetuação do domínio estrangeiro. Acrescem-se as disputas de facções locais, as influências do pan-arabismo, a luta contra o subdesenvolvimento, e os choques entre os mundos socialista e capitalista pelo predominio polítíco no continente, para onde se transferiu um novo front da guerra fria.[29]Ainda em 1950, quase todo o continente africano - com exceção da Etiópia, África do Sul, Libéria e Egito - encontrava-se sob o domínio de potências europeias, na forma de colônias ou protetorados. Todavia, os anos seguintes assistiram à afirmação do nacionalismo africano e ao surgimento de movimentos de independência, assinalando o começo do rápido declínio do poder imperial na África.[29]
Três fatores avultaram na recessão do colonialismo africano. O primeiro deles foi o clima político e intelectual geral do século XX, que encontrou expressão política no conceito de autodeterminação dos povos e no crescente respeito pelos direitos do homem, consubstanciado na declaração integrada à Carta das Nações Unidas. Essa atmosfera internacional fundada numa nova ética possibilitou a plena atuação de um segundo fator: a tomada de consciência, pelos africanos, de sua própria força, concretizada numa efetiva ação emancipadora. O terceiro fator foi a substanvial alteração do equilíbrio mundial do poder, decorrente do enfraquecimento e da perda de influência das metrópoles coloniais europeias. Após duas desastrosas guerras mundiais, a Europa Ocidental já não dispunha de força militar ou econômica necessária para perpetuar seu imperialismo. A esse quadro de debilibitação justapunha-se a transformação dos Estados Unidos e da União Soviética, países declaradamente anticolonialistas, nas duas grandes potências do século XX.[29]
A crônica da descolonização diferiu, naturalmente, de país para país. De maneira geral, entretanto, onde existia uma infraestrutura, ainda que rudimentar, capaz de permitir a ocorrência de mudanças politicas e constitucionais, e onde a metrópole se mostrou suficientemente maleável às exigências das circunstâncias, a transição do colonialismo para a plena soberania fez-se de modo relativamente pacífico. No entanto, nos casos em que a potência colonial congelara suas políticas no contexto do espírito oitocentista, ela foi compelida a recorrer à guerra colonial a fim de manter a situação vigente, com o resultado de que a transição fez-se a preço de sangue e traumatismo.[29]
Na África do norte, a Líbia adquirira sua independência em 1951, sob proteção da ONU. No Maghreb, a minoria estrangeira tentou por todos os modos manter o domínio colonial, já que enormes interesses industriais, agrícolas e minerais estavam em jogo. O pauperismo agravado pelo alto índice de natalidade, chegou a tal extremo que, depois da II Guerra Mundial, um inquérito constatou que 10% da população vivia da caridade pública, principalmente na Argélia. Nessas condições, o nacionalismo berbere progrediu rapidamente entre o enorme proletariado urbano, instável e pouco qualificado, atraído às cidades pelas indústrias europeias.[29]
Na África negra, os líderes realizavam, ao lado da propaganda intensiva, vários congressos e conferências africanos. Em 1955, na conferência de Bandung, que reuniu países afro-asiáticos subdesenvolvidos, os princípios de autodeterminação ganharam corpo. Líderes como Sekou Touré (Guiné), Jomo Kenyatta (Quênia), Mamadou Dia e Léopold Senghor (Senegal), Patrice Lumumba (Zaire, atual República Democrática do Congo), Kwame Nkrumah (Gana), Houphouet-Boigny (Costa do Marfim), Hastings Banda (Malawi), Julius Nyerere (Tanzânia) e Kenneth Kaunda (Zâmbia) passaram a reunir-se em congressos, como a conferência do Cairo (1957), a conferência do Estados Africanos Independentes (1958), o congresso de Cotonou (1958), a conferência dos Povos Africanos (1958) e as conferências sindicais de Brazzaville e Conakry (1959).[29]
O ano de 1960 marcou o apogeu da descolonização africana, com a independência de 17 países: Alto Volta, Camarões (Camarão), Costa do Marfim, Congo, Daomé, Gabão, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, República Malgaxe (Madagascar), Senegal, Somália, Tchad, Toga e República Democrática do Congo (ex-Zaire).[30] Nos anos seguintes, muitos outros países chegaram à independência, de modo que em 1968, com a independência de Guiné Equatorial, Maurício e Suazilândia, 42 países já se encontravam soberanos.[31]
Em 1974, os principais territórios não independentes que restavam na África eram as chamadas "províncias ultramarinas" de Portugal Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau) -, onde ainda lavravam as guerras de libertação, conduzidas por vários grupamentos guerrilheiros. Com a derrocada final do salazarismo em Portugal naquele ano, acelerou-se o processo de independência dessas províncias - primeiro Guiné-Bissau (1974) e depois Angola, Moçambique e ilhas do Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (1975). Restava assim uma única grande colônia, o Sudoeste Africano (Namíbia), que permaneceu sob jurisdição da África do Sul até 1990, quando tornou-se independente. O Saara Ocidental foi dividido entre Marrocos e Mauritânia após a retirada espanhola (1976). A independência do território era reivindicada pela organização nacionalista Frente Polisário, cujos guerrilheiros fustigavam as tropas de ocupação. Em 1979, a Mauritânia retirou-se e, em 1991, preparava-se um plebiscito supervisionado pela ONU para decidir o futuro da região. Comores tornou-se independente da França em 1975 e Seychelles do Reino Unido em 1976. O território francês dos Afars e Issas ficou independente em 1977 com O nome de Djibouti.[31]
Na África meridional, o regime branco e segregacionista da Rodésia chegou ao fim em 1980, quando o país adotou o nome de Zimbabwe e elegeu um governo de maioria negra. Na África do Sul, após décadas de discriminação racial, o acordo entre o governo branco eleito em 1989 e os líderes negros já proporcionara, em 1991, a revogação da maioria das leis segregacionistas.[31]
[editar] Problemas pós-coloniais
Um dos legados do colonialismo tem sido a dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e econômica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colônias francesas, e que persiste até hoje, acarretando inclusive um certo grau de dependência. Além disso, considerações extra-africanas ainda inibem a politica internacional de muitos Estados do continente.[32]A relativa brevidade da dominação europeia na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses dois grupos de países.[32]
Conscientes desses óbices, muitos líderes africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problema do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi a criação, em maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a eclodir em 1977) e entre Quênia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos independentes pertencem à União Africana.[32]
[editar] Geografia
Ver artigo principal: Geografia da África
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15? S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°33'22? W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27'52? E, vai uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
[editar] Localização
Com uma área territorial de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, o continente africano é o terceiro em extensão. Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Há cinco diferentes fusos horários. O continente tem o formato aproximado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península da Somália - apontado para leste.[33]Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta Terra. Por outro lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a zona intertropical (equatorial e tropical norte e sul) e temperada do norte e do sul.[34]
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar Vermelho.[35]
Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a península da Somália, chamada também de Chifre da África, e o golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul, encontra-se o cabo da Boa Esperança.[35]
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar — e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e Seychelles.[35]
[editar] Relevo
O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.[35]Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.[35]
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.[35]
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o Ruwenzori (5109 metros).[35]
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do continente:[35]
- a Cadeia do Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato.[35]
- a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura.[35]
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste para o continente, que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze e Orange.[35]
[editar] Clima
Cortando a parte central da África, o Equador estabelece uma grande semelhança entre os tipos de clima do norte e do sul. As porções setentrional e meridional do continente africano são as que apresentam os menores índices de pluviosidade; nas regiões próximas ao Equador, as chuvas são abundantes.[35]Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.[35]
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari; finalmente, o clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos.[36]
A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari.[36]
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara) quanto ao sul (da Namíbia - denominação local do Deserto de Calaari).[36]
[editar] Hidrografia
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.[37]A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados, cinco vezes mais extensa que o estado de Minas Gerais. O vale do rio Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura, onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade existiram, em parte, em função de seu ciclo anual de cheias.[37]
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.[37]
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.[37]
[editar] Vegetação
Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.[38]Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da população branca do continente.[38]
Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda numerosos espécies de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente, para aves e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes, zebras, girafas, leões, leopardos, elefantes, avestruzes e animais de grande porte em geral.[39]
[editar] Regiões
Agrupar os países da África em conjuntos homogêneos não constitui tarefa simples. Entretanto, por razões didáticas, vamos dividir o continente em cinco regiões principais: África do Norte, África Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-oriental e África Meridional.[40][editar] África do Norte
Ver artigo principal: África do Norte
A África do Norte é a mais extensa, comportando três subdivisões: os países do Maghreb, os países do Saara e o vale do Nilo.[40]A palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Os países do Maghreb são Marrocos, a Argélia, a Tunísia, a Mauritânia e a Líbia. Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado Hamadas.[41]
O clima da região é do tipo mediterrâneo na vertente norte do Atlas e do tipo desértico ao sul dessa cadeia. A população distribui-se de modo irregular: é densa nas áreas mais úmidas e, naturalmente, escassa nas áreas desérticas, onde predominam os árabes e os berberes, que geralmente professam o islamismo.[41]
Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida, embora empregue grande parte da população ativa desses países. Destaca-se a agricultura mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras. Pratica-se a pecuária extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nômade no deserto.[40]
Ricos em minérios, de que são grandes exportadores, os países do Maghreb conseguiram implantar vários centros industriais de destaque, como Argel, Túnis, Orã, Casablanca, Rabat, Fez e Marrakesh, que são algumas das maiores e mais belas cidades da África.[40]
A Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEP. Marrocos e Tunísia são grandes exportadores de fosfatos, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.[42]
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região.[42] A aridez do solo e a predominância do clima desértico não favorecem as atividades econômicas; os obstáculos para a implantação de indústrias são muitos, e a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral.[41]
Tais restrições do meio conduzem ao nomadismo grande parte da população, que, formada basicamente por negros e árabes, tem a pecuária como principal atividade econômica. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e urânio.[42]
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela produção petrolífera quanto pela controvertida política externa, que tem chamado a atenção do mundo, em diversas ocasiões.[42]
Inclui-se ainda nessa sub-região o território do Saara Ocidental, que até 1976 pertenceu à Espanha e ainda não conseguiu tornar-se uma nação independente, pois é disputado pelo Marrocos, pela Mauritânia e pela Argélia, que pretendem anexá-lo ao seu território. Isso porque, entre outras razões, essa é uma região muito rica em fosfato.[43]
Apesar de Egito e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a presença do rio Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando melhores condições de vida para suas populações.
O vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egito e Sudão contam com uma população numericamente superior à dos outros países em que o deserto se faz presente. O Cairo é, aliás, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes. Há predominância de brancos, principalmente árabes e berberes, mas é grande a presença de negros na parte meridional do Sudão.[42]
Sustentáculo da economia local, a atividade agrícola responde por uma grande produção de algodão, à qual se seguem as colheitas de milho, trigo e arroz. O cultivo não ocorre apenas nas terras próximas às margens do Nilo, pois foram construídas várias barragens que possibilitam a irrigação de áreas desérticas relativamente distantes do leito.[42]
Pouco significativa no Sudão, a indústria é no Egito mais desenvolvida e diversificada, notadamente a siderúrgica, a elétrica e a têxtil, bem como as de produto químicos e alimentícios. Também em solo egípcio encontram-se reservas de petróleo e gás natural, além de ferro, fosfato e potássio.[42]
Esse quadro, aliado à posição estratégica, confere ao Egito o título de país mais importante da sub-região, cujas cidades principais são Cairo, Alexandria ambas egípcias e Cartum (no Sudão).[42]
[editar] África Ocidental
Ver artigo principal: África Ocidental
Essa região situa-se entre o deserto do Saara e o golfo da Guiné e abrange 17 países independentes, alguns de reduzida área territorial.[43]Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestas ao sul, onde os índices de pluviosidade são mais elevados.[43]
Em virtude dessas características, a África Ocidental possui densidade demográfica maior que a da região do Saara. Concentra-se na Nigéria 60% de sua população, composta por negros do grupo sudanês.[43]
Todos os países são economicamente subdesenvolvidos, constituindo a agricultura sua atividade predominante. A lavoura de subsistência alterna-se com o cultivo de produtos tropicais destinado à exportação - café, cacau, amendoim, banana e borracha.[43]
A industrialização local, em expansão, depende em grande parte do capital estrangeiro. Os países mais desenvolvidos no setor são: Nigéria, Costa do Marfim e Senegal.[43]
[editar] África Central
Ver artigo principal: África Central
Essa região agrupa quatro países: República Centro-Africana, Congo, República Democrática do Congo e Angola. Situa-se na porção equatorial do continente, limitada pelo Atlântico a oeste e por altas escarpas montanhosas e grandes falhamentos a leste, verificando-se, no restante do território, a alternância de planaltos e planícies cortados por rios caudalosos. O clima é quente e úmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de florestas equatoriais. Mais ao sul da região predominam o clima tropical e a formação vegetal das savanas.[44]Trata-se de uma região de baixa densidade demográfica, cuja população compõe-se basicamente de negros, pertencentes em sua maioria ao grupo banto. As principais concentrações humanas ocorrem no Zaire e em Angola.[44]
A agricultura assemelha-se à da África Ocidental. A exploração mineral é muito importante para o Zaire e Angola, onde se encontram jazidas de cobre, cobalto, manganês e ferro. O extrativismo vegetal, notadamente de madeira, reforça a economia da região.[44]
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidrelétrico desses países oferecem-Ihes perspectivas de progresso.[44]
[editar] África Oriental
Ver artigo principal: África Oriental
Compreendida entre a Bacia do Congo e as águas do Mar Vermelho e do Oceano Índico, esta região agrupa dez países: Eritreia, Etiópia, Djibuti, Somália, Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi e Seychelles. Sua paisagem é bastante diversificada, verificando-se, em meio a poucas planícies e planaltos elevados, a presença de maciços montanhosos, grandes falhamentos, muitos vulcões e lagos. Predomina o clima tropical, com temperaturas atenuadas pela altitude. A vegetação também oferece um quadro variado: florestas equatoriais, savanas, estepes e formações típicas de áreas desérticas.[44]Tampouco sua composição étnica revela-se homogênea: na Península da Somália, conhecida como Chifre da África por causa do formato peculiar, a população predominante é de negros do grupo banto, ao passo que em outras áreas encontra-se expressivo número de camitas, árabes, indianos e europeus. O contingente que habita a zona rural é mais numeroso do que o urbano; dentre as cidades, destacam-se Nairóbi, Mogadíscio e Adis-Abeba.[44]
A economia regional baseia-se na agricultura, que, organizada principalmente segundo o sistema de plantation, dedica-se aos produtos de exportação, como o café e o algodão. Os escassos recursos minerais consistem em pequenas jazidas de ouro, platina, cobre, estanho e tungstênio. Também nessa região a industrialização não atingiu um satisfatório grau de desenvolvimento econômico.[44]
A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflituadas do continente e tem vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.[44]
[editar] África Meridional
Ver artigo principal: África Meridional
Esta região, atravessada pelo Trópico de Capricórnio,
é composta de doze Estados independentes. Em seu relevo predominam
planaltos circundados pelas baixas altitudes da faixa litorânea. Em
correspondência com o clima, que varia do tropical úmido ao desértico (na região do Calaari), passando pelo mediterrâneo, encontra-se uma vegetação também diversificada, em que se verifica a presença de savanas, estepes e até mesmo florestas (junto à costa do oceano Índico).[44]As reservas minerais constituem seu principal sustentáculo econômico. Destaca-se a mineração na África do Sul (ouro, diamantes, cromo e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto). Como atividade geradoras de renda pode-se citar ainda a agricultura, representada por produtos de clima mediterrâneo (vinhas, oliveiras e frutas) e de clima tropical (cana-de-açúcar, café, fumo e algodão), além da criação extensiva de gado bovino.[45]
Na África do Sul, o país mais industrializado do continente, as indústrias concentram-se nas regiões metropolitanas de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban. Este país teve a segregação racial oficializada pelo apartheid. Através desse regime, 15,5% da população, formada por brancos, dominava o país até 1994. As desigualdades sociais entre brancos e não-brancos são muito grandes.[45]
A Namíbia - país independente desde 1990 - esteve subordinada à África do Sul por 70 anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos.[45]
[editar] Demografia
Ver artigo principal: Demografia da África
Cidades mais populosas da África | |||||||||
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Posição | Cidade | País | População | Posição | Cidade | País | População |
Lagos Kinshasa Cairo |
|
1 | Lagos | Nigéria | 9 968 455 | 11 | Adis-Abeba | Etiópia | 3 315 108 | ||
2 | Kinshasa | República Democrática do Congo | 8 900 721 | 12 | Casablanca | Marrocos | 3 299 179 | ||
3 | Cairo | Egito | 8 105 071 | 13 | Nairóbi | Quênia | 3 246 384 | ||
4 | Ibadan | Nigéria | 5 175 223 | 14 | Dar es Salaam | Tanzânia | 3 212 040 | ||
5 | Alexandria | Egito | 4 388 219 | 15 | Luanda | Angola | 2 644 318 | ||
6 | Abidjã | Costa do Marfim | 4 123 208 | 16 | Dacar | Senegal | 2 583 028 | ||
7 | Joanesburgo | África do Sul | 3 859 816 | 17 | Omdurman | Sudão | 2 568 590 | ||
8 | Cidade do Cabo | África do Sul | 3 648 807 | 18 | Acra | Gana | 2 449 922 | ||
9 | Durban | África do Sul | 3 512 243 | 19 | Cartum | Sudão | 2 431 323 | ||
10 | Giza | Egito | 3 438 401 | 20 | Benin City | Nigéria | 2 406 697 |
[editar] Densidade demográfica
África é o terceiro continente em extensão territorial, e o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de um bilião de pessoas (estimativa para 2005 [1]), representando cerca de um sétimo da população do mundo, cifra que lhe confere uma densidade demográfica de cerca de 30 habitantes por quilômetro quadrado.[46]Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores:[46]
- grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas: desertos, florestas densas e emaranhadas e formações vegetais típicas de solos pobres;[46]
- os índices de mortalidade são muito altos; embora tenham diminuído nos últimos 50 anos, ainda se mantêm superiores aos de outros continentes;[46]
- a África é um continente que recebeu correntes migratórias; ao contrário, perdeu inúmeros habitantes na época do tráfico de escravos.[46]
Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia.[48]
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.[48]
[editar] Etnias
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara, por isso mesmo denominada "África Branca". São principalmente árabes e berberes, mas incluem também os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de europeus.[48]Ao sul do Saara temos a chamada "África Negra", povoada por grande variedade de grupos negróides que se diferenciam entre si por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são:[48]
- bantos: são numericamente superiores aos demais grupos. Habitam a metade sul do continente e têm como atividades principais a criação de gado e a caça. Constituíram o segundo maior contingente de africanos trazidos ao Brasil.[48]
- nilóticos: são encontrados na região do Alto Nilo e caracterizam-se pela estatura elevada.[48]
- pigmeus: de pequena estatura, vivem principalmente na selva do Congo e em seus arredores, onde sua subsistência na caça e na coleta de raízes.[48]
- bosquímanos ou khoisan: habitam a região do deserto de Calaari, sendo atualmente pouco numerosos; distinguem-se como grandes caçadores de antílopes e avestruzes.[48]
[editar] Religiões
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o Islão, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e as religiões tradicionais africanas centradas no animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitas politeístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.[49][editar] Línguas
Ver artigo principal: Línguas africanas
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas
no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas
introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais
são: árabe, inglês, francês, português, espanhol e africâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.[49]Cinco dos países de África foram parte do Império Português e usam a língua portuguesa como oficial:[50]
- Angola- 9,747 milhões de habitantes;
- Cabo Verde - 369 mil habitantes;
- Guiné-Bissau - 980 mil habitantes,
- Moçambique - 16 milhões de habitantes,
- São Tomé e Príncipe - 116 mil habitantes.
[editar] Política
Ver artigo principal: Política da África
Apesar de se registrarem atualmente na África muitos conflitos de caráter político, como o da Costa do Marfim e o do Sudão, e muitas situações irregulares, como a de Angola, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos. As únicas exceções neste momento são a Somália, que não tem sequer um estado organizado e o Saara Ocidental, ocupado por Marrocos.No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas como sujas por fraude, tanto internamente, como pela comunidade internacional.
Em geral, os governos Áfricanos são repúblicas presidencialistas, com exceção de três monarquias existentes no continente: Lesoto, Marrocos e Suazilândia. Cabo Verde adotou o regime parlamentarista.
[editar] Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões da África
Ver página anexa: Lista de países e territórios da África
Abaixo indicam-se as principais regiões da África e os países que as compõem.[editar] África Meridional
- África do Sul
- Angola
- Botswana
- Comores
- Lesoto
- Madagáscar
- Malawi
- Maurícia
- Moçambique
- Namíbia
- Suazilândia
- Zâmbia
- Zimbabwe
[editar] África Central
[editar] África Ocidental
- Benim
- Burkina Faso
- Cabo Verde
- Camarões
- Costa do Marfim
- Gabão
- Gâmbia
- Gana
- Guiné
- Guiné-Bissau
- Guiné Equatorial
- Libéria
- Mali
- Mauritânia
- Níger
- Nigéria
- São Tomé e Príncipe
- Senegal
- Serra Leoa
- Togo
[editar] África Setentrional
[editar] África Oriental
[editar] Estados não reconhecidos ou em disputa
[editar] Dependências
- Noruega
- Ilha Bouvet (normalmente considerada ilha da Antárctida)
- Reino Unido
[editar] Outros territórios
Há ainda territórios pertencentes a países (ou territórios dependentes) de outros continentes, não constituindo portanto dependências:- Espanha
- França
- Itália
- Terras Austrais e Antárticas Francesas (dependência antárctica de França)
[editar] Outros agrupamentos de países africanos usadas frequentemente
- África subsaariana
- Corno de África (no Brasil, Chifre da África)
- Guiné
- Magrebe (ou Magreb)
- Noroeste da África
[editar] Economia
Ver artigo principal: Economia da África
Ver página anexa: Lista de países africanos por PIB nominal
A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV
do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias
e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas
nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.Distinguindo-se pelas elevadas taxas de natalidade e de mortalidade e pela baixa expectativa de vida e abrigando uma população jovem, a África caracteriza-se pelo subdesenvolvimento. Aparecendo ao mesmo tempo como causa e consequência desse panorama, os setores econômicos em que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança do seu passado colonial: o extrativismo e a agricultura - setores em que são baixos os investimentos e o custo da mão-de-obra - cuja produção é destinada a abastecer o mercado externo.[55]
[editar] Extrativismo
A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, do Zaire e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como petróleo e gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na Líbia, na Argélia e no Egito.[55]O subsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais: antimônio (África do Sul), fosfatos (Marrocos, grande produtor mundial), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio (África do Sul e Gabão).[56]
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ou norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.[56]
A caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figuram em primeiro plano o comércio de couro e de peles em Burkina Faso, Botsuana e Djibuti, e o de marfim na África do Sul, Congo, Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente pela floresta equatorial; óleo de palmeira, no Benim e na Costa do Marfim; tâmaras, nos países desérticos.[56]
[editar] Agropecuária
A agricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a de subsistência e a comercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensiva - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricultores. Como principais produtos de cultivo citam-se inhame, mandioca, milho, sorgo, batata e arroz.[56]A forma comercial de agricultura está representada pela plantation, sistema introduzido pelos europeus no, período colonial; baseia-se na monocultura de gêneros tropicais em grandes extensões de terra, com produção voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham os artigos agrícolas para o processamento industrial. Enquadram-se nesse caso o algodão e a borracha, bem como o cacau, o café e o amendoim.[57]
Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovino, a África tem na pecuária uma atividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação de ovelhass na África do Sul e na Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são significativos.[57]
[editar] Indústria e transportes
A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de Terceiro Mundo, mas industrializados, como o Brasil. Esse distanciamento agrava-se dia a dia com o permanente aprimoramento industrial e tecnológico dos países desenvolvidos.[57]Toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais, a falta de mão de obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento econômico. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.[57]
Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação.[57]
Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia e norte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja exportação lhes possibilita altas margens de lucro.[58]
As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente.[58]
O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. Implantado pelos colonizadores, tinha como principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gêneros agrícolas para os portos marítimos, de onde os produtos seguiam para as metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rede rodoviária e ferroviária que interligue eficazmente suas regiões.[58]
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[editar] Fome
Há no mundo diversas regiões atingidas pela fome, que mata milhares de pessoas todos os anos. Entre os principais focos figuram o Haiti, a Indochina, a Índia, Bangladesh e o Nordeste brasileiro. Em nenhum outro lugar, porém, o problema é tão disseminado quanto na África. Pelo menos trinta países africanos são duramente atingidos pela fome, sobretudo aqueles localizados em torno do deserto do Saara. Por isso, não raro a fome no continente africano é associada à aridez do clima e à irregularidade das chuvas. As adversidades climáticas, entretanto, somente ampliam a miséria de milhares de africanos, que vivem abaixo das condições mínimas de sobrevivência. Outros contribuem para compor esse quadro.[49]Para entender as causas da fome na África é preciso remontar à época da colonização, quando foi introduzido o sistema de plantation para produzir gêneros destinados à exportação, diminuindo a área de cultivos de subsistência (milho, sorgo, mandioca, etc.). Há muitos países africanos que exportam, por valores flutuantes, matérias-primas para os países desenvolvidos e que importam, a preços cada vez mais altos, alimentos para suas populações famintas.[59]
Com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança. A necessidade de produzir para exportação impede que se pratique o sistema de descanso da terra, que se esgota rapidamente e nem mesmo o uso de fertilizantes consegue recuperar. Assim, de maneira geral, a produção agrícola tem diminuído na maioria dos países africanos. A introdução da pecuária extensiva, em detrimento da pecuária nômade, tradicionalmente praticada no continente, também causa danos às paisagens africanas, pois os rebanhos acabam com as já reduzidas pastagens, sendo atingidos pela fome, da mesma forma que a população.[59]
Outro problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária. Apesar das elevadas taxas de mortalidade infantil e geral, da ineficácia dos serviços de saúde e das inúmeras doenças, a população africana cresce em níveis muito altos. A todos esses problemas é preciso acrescentar outro, ainda mais marcante: as guerras. A colonização da África impõs divisões políticas que nunca coincidiram com as divisões tribais e, atualmente, guerras entre tribos agravam ainda mais a fome e a mortalidade no continente.[59]
Quando o problema torna-se agudo demais, é comum organizarem-se campanhas nos países mais ricos. Essas campanhas, no entanto, conseguem apenas atenuar o problema, pois atacam as suas conseqüências e não as suas causas. Além disso, nem todos os recursos provenientes dessas campanhas chegam a seu destino, pois a rede de transportes e demais serviços de infraestrutura extremamente precários fazem com que parte dos alimentos enviados não alcance as populações mais isoladas.[59]
[editar] Colonização europeia e guerras
A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias - Reino Unido, França, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha -, que o dividiram em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmas tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à influência de valores europeus.[60]Em muitos desses novos países, após a independência, houve inevitáveis revoltas separatistas e golpes de Estado que terminaram por instaurar ditaduras. Seguindo diretrizes capitalistas ou socialistas, os governos assim constituídos distinguiam-se sempre pela perseguição política, que chegava a culminar em torturas e massacres dos opositores.[60]
Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos países mantiveram laços econômicos com as ex-metrópoles e, durante a Guerra Fria, alguns ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extinta União Soviética) em busca de assistência militar e econômica.[60]
De tudo isso resulta a existência de muitos focos de conflito no continente. Em alguns casos trata-se de lutas de caráter político: grupos que pretendem conquistar o poder se confrontam com os que detêm o domínio da região. Em outros, o motivo principal é o separatismo, originado pela artificialidade das fronteiras coloniais herdadas.[60]
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